Consórcio - "Consórcios são ferramentas para promover educação financeira", diz Abac
"O maior concorrente dos consórcios não é o financiamento, e sim o consumo
compulsivo". Essa é a opinião de Rodolfo Montosa, presidente da Abac (Associação
Brasileira de Administradoras de Consórcios). E, justamente pelo antagonismo
entre os maus hábitos de consumo e as práticas de poupança impostas pelo sistema
de consórcio, este último é uma das boas ferramentas para educar financeiramente
a população, ensinando a poupar.
Montosa, durante palestra que apresentou na Expo Money, evento sobre
investimentos realizado em São Paulo entre os dias 17 e 19 de setembro, afirmou
que a vantagem do consórcio no "tratamento" de consumidores compulsivos é o fato
de ele ajudar a manter disciplina no controle do orçamento.
Foco e disciplina
"Os consórcios, em primeiro lugar, definem um valor mensal a ser investido, que
não vai variar ao longo do período", declara Montosa. Ele explica que, em outros
tipos de investimento, a pessoa geralmente começa animada, depositando R$ 1.000,
por exemplo. No mês seguinte, por causa de um consumo não planejado, o valor
investido baixa um pouco. No terceiro mês, novo decréscimo.
Essa espiral pode levar a um momento em que, por causa das dívidas, o investidor
acaba resgatando a aplicação, longe de ter atingido seu objetivo. Logo, outra
vantagem do consórcio é que ele estabelece um alvo para o investidor e, por
causa das mensalidades fixas, não permite "acidentes de percurso". A obrigação
ajuda a manter o foco ao poupar.
Para o presidente da Abac, embora os brasileiros já tenham a consciência de que
"é preciso guardar dinheiro", a noção teórica ainda é maior que as ações
práticas. "A educação financeira precisa ser espalhada com força", defende
Montosa. "O brasileiro precisa aprender a projetar o futuro, guardando hoje para
que o amanhã seja mais seguro."
Herança
"Não só aprender, mas ensinar seus filhos a mexer com o dinheiro" é a idéia na
qual Montosa insiste. Segundo ele, o pai deve enfatizar para o filho a
preocupação em construir um patrimônio, incentivando-o a agir da mesma forma.
O exemplo que ele dá diz respeito ao sonhado primeiro carro. Quando o filho faz
18 anos, o pai, para presenteá-lo, dá entrada no financiamento de um carro, que
vai pagar por um longo tempo, enfrentando uma taxa de juros razoável. "Em vez
disso, melhor seria iniciar o pagamento de um consórcio, chegar para o filho de
15 anos e mostrar: 'estamos começando a comprar seu carro agora'", ensina o
especialista em consórcios.
Atitudes como essa ensinam a população deixar um legado melhor do que apenas uma
pilha de dívidas. Mais do que apenas cifrões, segundo Montosa, a herança
adequada deve incorporar ensinamentos relacionados a hábitos de poupança. "Não
dá para construir uma sociedade baseada apenas no crédito", conclui.
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