Planejar investimentos financeiros é uma função que exige não somente o
equilíbrio das suas finanças pessoais. Para se obter o retorno esperado do
dinheiro aplicado, é necessário estabelecer prioridades e objetivos.
Tendo isto em mente, antes de fechar a mão e reduzir todos os seus gastos a fim
de poupar o dinheiro economizado, preste atenção nas suas necessidades reais. É
necessário fazer uma auto-avaliação rigorosa, antes de definir qual destino seu
dinheiro ganhará.
Educação: um investimento para a vida toda
As pessoas mais jovens e com uma renda baixa muitas vezes preferem guardar o
dinheiro para formar uma poupança, em vez de investir na sua formação
profissional, que nesta época da vida pode trazer benefícios futuros. Confira o
seu caso e veja se você realmente acha vantajoso abrir mão de certos gastos para
poupar.
Na dúvida, analise o seu perfil: o exercício pode ajudá-lo a definir a
prioridade dos seus investimentos. Verifique o caso de uma pessoa que já possui
10 anos de profissão, tem formação universitária, pós-graduação, MBA (Master
in Business Administration) e cursos de especialização na sua área.
Neste caso, investir na sua formação, fazendo mais cursos e aprendendo sobre
mais áreas, pode deixar de ser uma prioridade, caso a pessoa já tenha
conquistado uma estabilidade profissional e financeira. A partir de certo
momento na carreira, os cursos adicionam pouco em termos de empregabilidade, e
servem mais para satisfação pessoal. Desta forma, é viável que a pessoa opte por
poupar a sua renda para a formação de um patrimônio financeiro.
Mercado de trabalho exigente
Por outro lado, quando passamos a analisar o caso dos universitários, o simples
fato de se sentirem inseguros quanto ao próprio futuro profissional e frustrados
com a instabilidade do mercado de trabalho os desestimula a investir na própria
carreira.
Obviamente, melhorar a formação educacional não assegura totalmente a
prosperidade profissional de alguém, mas garante subsídios concretos e mais
segurança na hora de enfrentar os concorrentes num processo seletivo de qualquer
empresa. Você pode optar por concentrar a sua renda e ter mais segurança para
sobreviver caso perca o emprego, mas se você aproveitou o seu dinheiro para
melhorar a sua formação, terá um diferencial na tentativa de recolocação
profissional.
O fato é que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente e busca
profissionais não somente capacitados, mas atualizados e inovadores, ou seja,
conhecer o básico da área escolhida para se virar num emprego não é mais
suficiente para uma pessoa ser contratada, muito menos para permanecer no cargo.
Diante da expectativa bastante seletiva das empresas, os jovens vivem um dilema:
fazer cursos e se preparar mais para o mercado, ou formar uma poupança como uma
reserva de emergência em caso de perda de emprego?
Faça um planejamento financeiro
É necessário deixar claro que o objetivo deste artigo não é de estimular as
pessoas que estão em início de carreira a gastarem toda a sua renda, mas, pelo
contrário, juntarem dinheiro para investir em si mesmos para que, no futuro,
possam ter mais independência financeira e então construir um patrimônio.
Um exemplo prático ilustra bem esta situação: supondo que você receba um salário
de R$ 1 mil mensais; caso invista 10% desta renda mensalmente, ou seja, R$ 100,
ao término de 5 meses você já terá juntado R$ 500, desconsiderando os juros,
para pagar à vista uma curso de extensão curricular.
Dependendo do estágio profissional em que você se encontra, pode valer mais a
pena se aprofundar nos estudos e ganhar especialização, e somente mais tarde
concentrar em poupança. Também vale a pena aproveitar a vantagem de morar com os
pais e não precisar arcar com despesas familiares para investir em você.
Se você optou por investir na sua formação, esteja ciente que esta modalidade
também requer muito esforço e disciplina, pois o fato de gastar o seu dinheiro
com educação não elimina a necessidade do exercício da poupança. Isso porque,
para juntar o dinheiro suficiente para estudar, você terá que abrir mão do
consumismo e terá de fazer um planejamento financeiro mês a mês, separando as
despesas com contas, mensalidades, alimentação e transporte da parcela destinada
ao investimento.
Seja atento também na escolha dos cursos e cuidado com gastos excessivos com
formação que rendem pouco retorno no mercado de trabalho. Para tanto, tenha
calma na sua seleção: para não se arrepender por causa de um investimento
perdido, converse com quem já estudou na área e nunca deixe de pesquisar sobre
as necessidades do mercado de trabalho. Vale a pena também consultar seus sonhos
profissionais e conhecer as suas aptidões, já que a pessoa que trabalha com algo
satisfatório tem mais chances de progresso.