Nos últimos anos, o uso da securitização, importante fonte de captação de
recursos para o setor privado, tem crescido em um ritmo acelerado nos principais
mercados globais. Este movimento deve continuar e, no Brasil, as condições
econômicas têm contribuído para que, cada vez mais, estes instrumentos ganhem
popularidade entre as empresas e os investidores.
Dentro deste contexto, conversas sobre o assunto têm se tornado cada vez mais
comuns, mas nem todos têm perfeito conhecimento do que, exatamente, se trata
quando se fala em securitização.
Na verdade, este quadro não reflete apenas a "pouca idade" deste tipo de
produto, mas também a sua complexidade, que varia dependendo de questões
específicas da estruturação da operação, aspectos legais e do tipo de ativo que
está sendo securitizado.
O que é securitização?
Sendo assim, vale a pena entender o conceito de securitização. De acordo com a
Moody's, securitização nada mais é do que um processo através do qual uma
variedade de ativos financeiros ou não-financeiros, os ativos base, é
"empacotada" na forma de títulos que podem ser vendidos aos investidores.
Assim, qualquer fluxo de caixa, seja atual ou futuro, que é gerado por ativos,
pode ser securitizado e, à medida que o mercado de securitização tem crescido e
ficando cada vez mais sofisticado, a variedade de ativos securitizados tem
aumentado.
Entre estes, os tipos mais comuns incluem empréstimos hipotecários,
financiamento de automóveis, recebíveis de cartões de crédito e empréstimos
educacionais. Entre os tipos menos usuais estão, por exemplo, empréstimos para
franqueados e financiamento para taxistas.
Três lados
Cada operação de securitização conta, normalmente, com três partes. Uma delas é
o originador, ou seja, aquele que gera o ativo que pode ser um empréstimo, um
leasing, recebível ou qualquer outra forma de fluxo de pagamento.
Além dele, existem os intermediários, cuja atribuição é estruturar a operação de
securitização e viabilizar a distribuição aos investidores, que são os últimos
participantes da negociação.
Quando tudo começou
Atrativo para as empresas, o mercado de securitização teve início no começo dos
anos setenta, quando empréstimos hipotecários reunidos na forma de pool e
garantidos pelo Governo foram vendidos.
Um pouco mais tarde, em 1985, o mercado de securitização de longo prazo foi
estabelecido nos Estados Unidos e, desde então, cresceu substancialmente,
tendência que deve permanecer nos próximos anos.
Além disso, como uma alternativa para os investidores que preferem se proteger
de créditos de qualidade deteriorada, o mercado de securitização de curto prazo,
chamado Asset Backed Commercial Paper também experimentou uma
impressionante trajetória de crescimento.