Você e sua família observam sua casa e começam a ver os sinais do tempo: é
preciso pintar, trocar portas, reformar armários e ampliar espaços. Na hora de
verificar o que deve ser feito, todos são unânimes em destacar as necessidades.
Porém, quando você consulta seu orçamento e se programa para começar a "operação
reforma", toda a família reclama!
Ninguém quer abrir mão do sofá velho, onde está acostumado a ficar assistindo
TV. Ficam com medo de não acostumar com o novo portão e até mesmo mostram
insegurança quanto à nova cor da casa. São resistentes só de imaginar o
"barulho" da reforma, o cheiro da tinta, o quarto todo revirado...
Resistência a mudanças
Mas o que isso tem a ver com empresa? Bem, no ambiente corporativo, todo
processo de reestruturação acontece de maneira bem parecida à descrita acima, em
que você assume a posição de líder e não mede esforços para coordenar as ações
de reforma, de maneira que não impactem na vida de todos e que tragam os
melhores resultados.
Dono desta função, é importante que você esteja consciente do quanto cada um de
nós é avesso às grandes mudanças. Isso significa dizer que apontar o que deve
ser mudado é sempre bem mais simples do que passar depois pela temida reforma.
Qual o seu papel?
A empresa onde você trabalha resolveu fortalecer os processos de comunicação
entre a equipe e, por isso, motivou a todos para que identificassem possíveis
falhas ou pontos a serem melhorados? Prepare-se!
Como líder, em primeiro lugar você terá que ser suficientemente maduro para
entender que algumas mudanças lhe afetarão diretamente. Afinal, não é muito
difícil, dentro de uma empresa, que os colaboradores atribuam grande parte dos
erros ao "chefe"!
Tudo ficará mais fácil, dependendo da forma como você encara a sua função: caso
tenha a consciência de que se trata de um cargo passageiro, que lhe foi
designado até quando necessário, e que você tem sobre ele responsabilidade e não
poder, sentirá maior abertura para encarar os possíveis erros que lhe forem
apontados e corrigir o que for necessário.
Caso se julgue muito superior aos problemas mencionados pela equipe, tudo ficará
bem mais complicado. Afinal, a resistência partirá principalmente de você!
Aproxime-se da sua equipe!
Antes de julgar o comportamento de cada um e perder a paciência diante da
possível resistência às mudanças, ou mesmpo dos problemas apontados, procure
entendê-los. Colocar-se no lugar deles poderá fazê-lo ver as coisas com maior
clareza.
Embora as medidas efetivas de mudança sejam fechadas pela Diretoria, evite que
cheguem aos seus colaboradores com o tom "vocês pediram? Então se preparem!"
Procure mostrar os motivos que levaram a empresa a tais decisões: redução de
custo, melhoria de desempenho, especificações de clientes ou tendências de
mercado, por exemplo. Apresente os objetivos da companhia, onde a diretoria
pretende chegar e em que cada colaborador poderá contribuir.
Sentindo-se parte do processo, cada funcionário se identificará com a "causa" e
conseguirá encontrar instrumentos com os quais poderá colaborar.
Resultados práticos
De acordo com Paulo Chebel, professor e consultor da Business School do Insadi
(Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual), entendendo as necessidades
dos negócios, passaremos a participar, de forma envolvida, na tomada de decisão
nas atividades que afetam os processos onde estamos atuando.
"Assim, em vez de sentirem que estão perdendo poder, conhecimento ou
estabilidade, os envolvidos nas mudanças passam a ter uma integração maior no
processo onde atuam, sabendo qual o impacto das atividades que realizam com
relação às outras áreas e para com o cliente", esclarece.