Ocupar um cargo de liderança prevê várias atribuições e responsabilidades.
Uma delas é montar a equipe de trabalho. Para os líderes de primeira viagem, a
situação pode ser bem complicada, pois não estão acostumados a exercer o papel
de entrevistador no processo seletivo.
Foi o que aconteceu com a gerente de controladoria Camila Guimarães Godinho.
A profissional, que atua como líder há cerca de um ano, foi pega de surpresa
quando precisou realizar um processo de seleção para que a sua equipe não
ficasse desfalcada devido à saída de uma funcionária.
Uma das maiores dificuldades sentidas por Camila foi encontrar candidatos
que, além de terem o mínimo de experiência de trabalho na área de controladoria,
fossem qualificados.
“Para trabalhar nesta área é fundamental ter conhecimentos em Excel avançado.
As pessoas dizem que têm, mas na verdade não têm. Entre os 30 currículos que eu
recebi, junto com o RH, selecionei oito”.
Outro fator que dificultou foi que muitos candidatos faltaram durante o
processo de seleção. “Isso atrapalhou, porque queríamos que a pessoa que estava
saindo pudesse passar o trabalho para quem estava chegando”, diz Camila.
Alguns dias após iniciar o processo, a gerente contratou uma assistente que
tinha o perfil desejado. “A contratação é uma caixinha de surpresa. Para poder
contratar, me baseei na experiência profissional”, acrescentou.
Ajuda do RH
Camila seguiu todos os passos aconselhados. O primeiro é conversar com o
departamento de RH (Recursos Humanos) da empresa. Segundo a coordenadora de
Consultoria da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Jozete Bezerra, o gestor deve
dizer exatamente que tipo de colaborador busca e quais são as competências
técnicas e comportamentais necessárias.
Após esta conversa, o RH será o responsável por divulgar a vaga, o perfil do
profissional procurado e agendar as entrevistas. “Antes de marcar a entrevista
presencial, o RH ligará para os candidatos para conversar rapidamente sobre
idade, cargo e pretensão salarial”, explica.
A coordenadora afirma que geralmente são selecionados no máximo seis
candidatos para a entrevista presencial. Em relação ao tempo máximo, ele diz que
não é indicado que o processo de seleção ultrapasse um mês.
Jozete acrescenta ainda que o líder participa apenas do última etapa do
processo de seleção, em que há poucos candidatos para conversar. “Geralmente, o
RH apresenta três candidatos ao gestor”.
Se prepare para a entrevista
Ao conversar com o entrevistado é fundamental se preparar para a entrevista.
Segundo a consultora da Muttare, Roberta Yono Ebina, isso mostra
comprometimento. “Se ele quer comprometimento, ele tem de mostrar. Antes da
entrevista, leia os currículos e elabore as perguntas que serão feitas”.
De acordo com Roberta, o gestor deve ter em mente que o candidato se prepara
para a vaga, por isso muitos sabem exatamente que tipo de resposta o líder quer
ouvir. “Eles tentam, o tempo todo, buscar um sinal de que o entrevistado gostou
do que ele disse”.
Frente a frente com o candidato
O ideal é que o gestor foque na experiência de trabalho do profissional.
Durante as perguntas é importante perguntar como ele se sentiu em determinada
situação e se ele contar algum feito, questione qual foi a sua real
participação, porque muitos candidatos aumentam para poder impressionar.
Além disso, é importante anotar as respostas para poder comparar os
profissionais. Estas informações poderão ser utilizadas até mesmo para o plano
de desenvolvimento individual elaborado após a contratação.
Por fim, Roberta indica que o líder seja isento de emoções e julgamentos. “O
líder representa a empresa. É fundamental ter uma postura adequada”, finaliza.