A infância é um período de desenvolvimento físico, mental e psicológico.
Estar presente nesse processo e atuar de forma ativa é a grande recomendação de
especialistas para os pais. Pensando no futuro das crianças e, principalmente,
naquele período em que suas escolhas vão determinar o rumo de suas vidas, os
pais devem fazer com que seus filhos se envolvam, o quanto antes, com atividades
que estimulam a criatividade.
Na prática, certas atividades estimulam a criação, ou seja, aumentam a
capacidade criativa dos jovens. Em um processo criativo, consequentemente, a
criança tem de saber justificar suas escolhas, ou seja, por que optou por fazer
algo de uma forma ou de outra. Essa habilidade, de saber escolher, é justamente
a que vai permitir que a criança cresça tornando-se um indivíduo mais autônomo e
independente, capaz de fazer escolhas conscientes.
A pedagoga Maria Ângela Barbato Carneiro, da Faculdade de Educação da PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica), explica que as atividades que permitem a
criação são interessantes, pois o jovem desenvolve algo a partir dos seus
próprios interesses e com capacidade de justificar suas escolhas. Se a criança
tem a possibilidade de optar por fazer algo da forma que preferir, ela também é
capaz de justificar suas opções.
Tudo está ligado ao processo de escolhas, que nada mais é do que um
procedimento de reflexão. Esse ponto vai ser importante quando chegar a época de
decidir por uma carreira ou outra, e os jovens, mais independentes, vão
conseguir ser mais assertivos.
Observe algumas atividades que estimulam o processo criativo:
- Cursos de artes;
- Artesanato;
- Fotografia;
- Teatro;
- Aeromodelismo;
- Materiais tecnológicos (criação de sites e blogs);
- Marcenaria (trabalhos com diferentes materiais).
Observe seu filho
Apesar de ser interessante e recomendado que os pais estimulem os filhos a
desenvolver algum tipo de atividade que trabalhe com o processo criativo, alguns
cuidados são importantes. Antes de mais nada, a criança precisa sentir prazer
fazendo aquilo. “Se ela gosta, mas se sente obrigada a fazer aquilo todos os
dias, não será produtivo”, avalia a pedagoga.
Além disso, os pais precisam observar os gostos, as aptidões e os interesses
dos filhos. Não se deve selecionar uma atividade e simplesmente matricular a
criança no curso. É preciso entender se é isso mesmo que ela quer e gosta de
fazer. “Tem que sondar a habilidade e se ver se ela está disposta a fazer”,
orienta Maria Ângela.
Por fim, dê opções. Permitir e estimular que os filhos aprendam a fazer
escolhas por si só sempre é o mais indicado, mas sempre levando em conta a
capacidade e a idade da criança para fazer essa ou aquela opção. Portanto,
inclusive nesse momento, a sugestão é apresentar as atividades que seu filho
pode fazer e permitir que ele mesmo escolha.