Com a crise financeira mundial, cada vez mais o Brasil tem se tornado um
mercado atraente para executivos estrangeiros. A experiência é interessante para
as empresas, que podem, segundo a diretora regional Sul da De Bernt Entschev
Human Capital, Ruth Bandeira, trocar experiências. Entretanto, alerta, é preciso
ter atenção redobrada com este tipo de contratação.
Isso porque, explica Ruth, a língua e a cultura podem gerar conflitos entre o
novo executivo e o restante da equipe.
“Há algumas preocupações quando se traz estrangeiros. Quem vai selecionar
deve prestar atenção na questão da língua, sobretudo no nível gerencial. A
cultura também deve ser observada (…) Esses aspectos são importantes para a
comunicação com a equipe”, ressalta a diretora.
Áreas técnicas sofrem menos
De modo geral, diz Ruth, as áreas técnicas e de finanças são as que
enfrentam menos problemas quando um estrangeiro chega à equipe, especialmente se
ele for liderar. Ainda assim, antes de contratar estes profissionais é preciso
certificar-se de que a pessoa tem familiaridade com as leis nacionais, além de
capacidade de adaptação.
“Observados esses aspectos, ganha-se na diversidade, sendo que a presença de
um estrangeiro na equipe faz com que os outros profissionais tornem-se mais
flexíveis, por terem contato com uma experiência diferente de trabalho”.
Questões jurídicas
No que diz respeito às questões jurídicas, o diretor de Recursos Humanos
também da De Bernt Entschev Human Capital, Hélcio Tessaro, explica que a
contratação de um estrangeiro requer que o mesmo esteja regularizado junto ao
governo brasileiro, tendo, entre outras coisas, se registrado na polícia federal
da cidade na qual irá atuar.
A empresa, por sua vez, deve fornecer ao profissional um pré-contrato, para
facilitar a permanência deste no País, a ser apresentado às autoridades
responsáveis, devendo ainda cuidar da documentação de familiares dos
funcionários.
Feito isso, completa o advogado especialista em direito trabalhista e
associado do escritório Gaiofato Advogados Associados, Fábio Christófaro, o
profissional passará a ter os mesmos direitos de um trabalhador brasileiro, com
contratos iguais, porém, sendo necessário colocar a periodicidade deste.