Por mais que as faculdades corram atrás, existe uma certa defasagem entre o
que é ensinado e o que o mercado de trabalho exige, devido ao dinamismo do mundo
empresarial. Diante dessa situação, cabe aos alunos agirem de forma a se
inteirarem sobre o que está acontecendo em sua área de atuação.
De acordo com o diretor de Projetos da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Vladimir
Araújo, o corpo docente é formado, em sua grande maioria, por profissionais que
se dedicam exclusivamente à vida acadêmica. Como consequência desse pouco
contato com o mundo empresarial, existe um distanciamento de questões atuais.
"O grande problema das universidades em geral é não se adequarem à realidade com
a mesma rapidez que o dinamismo das empresas exige. Percebo que existe uma certa
letargia por parte de alguns professores em atualizar o plano de aula e ligar a
teoria à prática", explicou Araújo.
Universidades
O professor de sociologia da UnB (Universidade de Brasília), Pedro Demo,
concordou, dizendo que as universidades não estão prontas para atender a algumas
exigências do mercado. Ele explicou que há um esforço para se adaptar às
novidades, mas a maioria dos cursos continuam com o currículo antigo, defasado.
"As condições de aprendizagem são muito antigas, predomina o institucionalismo,
a aulinha, a cópia e a reprodução. Hoje, o mercado exige particularmente pessoas
que saibam pensar, saibam fazer textos, sejam autores, tenham autonomia. Muitos
cursos não tomam conhecimento das novas evoluções do mercado, as questões da
globalização e as crises do capitalismo", disse à Agência Brasil.
O que fazer?
Diante do cenário de defasagem entre sala de aula e mercado de trabalho, qual
deve ser a postura dos universitários?
Segundo o diretor da Ricardo Xavier, não é difícil de acompanhar as exigências,
tendências e sinais evidentes que são dados exaustivamente pelo mercado de
trabalho. Basta estar conectado ao mundo, acompanhando o noticiário, e lendo
publicações especializadas.
"Como parte integrante deste processo, o aluno também é responsável por esta
situação e cabe a ele o compromisso de se manter atualizado e buscar informações
além dos muros da universidade", disse. "Além de estar conectado ao mundo, ele
pode levar para ser discutido no âmbito da universidade questões atuais e cases
que tenha vivenciado, caso já esteja trabalhando. Isso de alguma forma não só
estimulará outros alunos a agirem da mesma forma, como também exigirá dos
professores uma atualização constante", completou.