As redes sociais fazem parte do dia dia dos brasileiros e esta realidade não
foge ao ambiente de trabalho. Para o líder, este cenário pode ser negativo, já
que alguns profissionais têm a sua produtividade reduzida por dedicar muito
tempo a este tipo de ferramenta.
Na opinião do presidente da Curriculum e especialista em recolocação
profissional, Marcelo Abrileri, a situação é mais complicada quando as
atividades desenvolvidas pelos colaboradores estão relacionadas diretamente com
o uso do computador e internet.
“Se você é gestor e percebe que eles estão perdendo horas de trabalho nas
mídias sociais, você tem um problema e precisa se posicionar perante ele”,
disse.
Como agir?
Para ajudar o gestor, Abrileri apontou cinco soluções:
1ª Fechar totalmente o acesso ao Facebook e aos outros sites de
relacionamento: esta ação já é comum entre as empresas de médio e grande
porte. Para isso, basta configurar o bloqueio do acesso aos endereços das redes
sociais em seus roteadores ou servidores. O gestor que optar por esta
alternativa deve bloquear também os sites redirecionadores, que permitem o
acesso das redes sociais através deles;
Segundo o especialista, a vantagem é que a medida fará com que os
colaboradores não percam tempo com assuntos não relacionados ao trabalho. Em
contrapartida, a desvantagem é que poderá prejudicar um pouco o clima
organizacional com a falta de conversas sobre novidades e o que está acontecendo
em volta. Alguns deles podem ficar insatisfeitos, prejudicando a atratividade da
empresa;
2ª Permitir o acesso livre e estabelecer uma cultura de responsabilidade e
bom senso na navegação em redes sociais: nesta situação, é importante deixar
claro que há certa dificuldade, pois alguns até conseguirão administrar bem esta
liberdade, outros não. “Infelizmente bom senso não é “senso comum” e, por isso,
corre-se o risco de muitos não entenderem os limites desta liberdade e acabarem
prejudicando seu desempenho”, acrescentou Abrileri.
O ponto positivo é que a empresa provavelmente deixará os funcionários
felizes com esta decisão e, ainda, se for um lugar em que a criatividade seja
algo importante, este canal de comunicação aberto ajudará a criar um ambiente
mais descontraído, sem tantas regras e limitações, o que poderá ajudar no poder
criativo e produtivo de muitos deles. Neste caso, a atenção deve ser em relação
aos limites do uso, para saber até que ponto as redes sociais podem ajudar ou
atrapalhar no desempenho durante o dia de trabalho de cada cargo específico.
3ª Permitir o acesso em horários específicos: antes do início da
jornada de trabalho, na hora do almoço e após o expediente. A vantagem é que
desta maneira a empresa consegue fazer com que todos fiquem focados no trabalho,
mas também não se sintam totalmente “isolados do mundo digital”, pois podem
acessar seus perfis nos horários predeterminados.
Porém, com este procedimento outros fatores podem acontecer, como o excesso
de horas extras que podem se acumular por causa do horário de saída tardio ou
antecipado. Ou seja, o funcionário chega mais cedo ou sai mais tarde apenas para
acessar suas redes sociais, e este período acaba sendo contabilizado como
horário de trabalho. Nesse caso, é importante deixar claro a todos que os
profissionais serão pagos apenas pelas horas de trabalho e que, caso fiquem além
do necessário para acessar esses sites, esse tempo não contará como horas
trabalhadas.
4ª Adicionar horários de pausa durante o expediente, para aliviar o uso
excessivo antes e depois do expediente: o horário da pausa é uma alternativa
para outro problema, que é daqueles que fumam, pois ajuda a oferecer igualdade
de período de relaxamento a todos, tanto aos fumantes quanto aos que não fumam,
permitindo também o acesso aos sites de relacionamento nestes horários. Dessa
forma, os colaboradores focam em suas tarefas e se programam para acessar suas
redes sociais apenas nos períodos permitidos.
Esta é uma solução que tem dado certo em algumas empresas, mas é necessário
que a gerência tenha muito controle sobre os acessos de cada um para que eles
não “burlem” os períodos permitidos. Uma saída é desenvolver um sistema
automático para liberar o acesso apenas durante esses períodos. Nestes casos há
de se tomar cuidado também com os navegadores que acessam o serviço nos horários
permitidos, mas por permanecerem logados, continuam com estes acessos nos
períodos não permitidos. O departamento de TI (Tecnologia da Informação) deve
estar atento a esse detalhe.
5ª Criar uma política de acesso diferenciada por nível hierárquico ou por
departamento: para alguns departamentos, o acesso às redes sociais pode ser
muito importante, enquanto para outros pode ser totalmente desnecessário.
Imagina-se também que, quanto mais alto o nível hierárquico, maiores as
responsabilidades deste funcionário e maior também pode ser sua liberdade de
ação, bem como a possibilidade de acesso às notícias.
Uma possibilidade é criar uma política que permita o acesso apenas para quem
precisa ou para quem souber usar com responsabilidade. É fundamental deixar
claro, para todos, os motivos que darão direito a uns e não a outros. Evite
abrir para alguns e fechar para outros do mesmo nível hierárquico ou do mesmo
departamento, pois isso poderá gerar um sentimento de exclusão e desagregar o
time.
“Em todos eles há prós e contras. O importante é que os gestores conheçam sua
equipe, o estilo de onde trabalham e o perfil dos funcionários, de modo a
construir uma política alinhada com os dias de hoje e que seja adequada à
empresa, equilibrando o clima organizacional, o rendimento dos colaboradores e
os interesses da companhia”, finalizou.