“O dinheiro não aceita desaforo”, diz o educador e terapeuta financeiro
Reinaldo Domingos. Para o especialista, quando se trata de conta-corrente, os
brasileiros de uma maneira geral acabam aceitando vários desaforos financeiros,
mesmo sem perceber.
De acordo com Reinaldo, os consumidores ainda não têm o hábito de adotar
cuidados com as tarifas bancárias e não “brigam” pelo próprio dinheiro. “Nunca
despreze seu dinheiro, no Brasil, 26,5% dos gastos das famílias ocorrem em
pequenas despesas”, afirmou.
Nessa hora, os consumidores devem ficar atentos às tarifas bancárias que
acabam passando despercebidas e aos débitos indevidos. “Os serviços prestados
pelos bancos e instituições financeiras são de grande responsabilidade social em
qualquer país, mas como todo e qualquer serviço a ser contratado, ele deve ser
objeto de pesquisas e muita atenção”, afirmou o especialista em nota.
“Recomendo uma avaliação periódica semestral ou anual [das tarifas cobradas],
para que possa ter o melhor custo/benefício, lembrando que você é quem decide e
faz escolhas em sua vida e, neste caso de serviços bancários, o melhor é
prevenir e tê-los como aliados, ou seja, aplicando o dinheiro e realizando com
os juros alcançados seus verdadeiros sonhos”, afirmou.
Dicas
Para aproveitar melhor os benefícios da sua conta-corrente, sem gastar além
do que precisa, o especialista recomenda aos consumidores fazer um diagnóstico
financeiro e identificar os débitos no extrato bancário nos seis últimos meses.
Outra dica é verificar a taxa mensal cobrada para manutenção da
conta-corrente e fazer uma pesquisa em outras três instituições financeiras. “Se
tiver aplicação financeira na mesma instituição financeira, certamente poderá
até mesmo zerar esta taxa de manutenção da conta-corrente”, considerou.
Pedir reduções ou mesmo isenções de taxas é outro caminho que o consumidor
tem para diminuir as despesas bancárias no fim do mês. Outro ponto que deve ser
observado pelos correntistas é com relação aos descontos em sua conta. “Qualquer
que seja o desconto em seu extrato bancário sem sua autorização, deverá ser
objeto de estorno”, avaliou Reinaldo.
O especialista ainda recomenda ao consumidor não ter mais de uma conta
bancária. E, na hora de utilizar os serviços do banco, dê preferência aos
eletrônicos, que geralmente cobram menos taxas que na utilização de talão de
cheques, por exemplo.
“Cuidado com os débitos automáticos, eles podem custar caro. Pense nas contas
de água, telefone ou energia elétrica com valores indevidos, a 'dor de cabeça'
para ressarcimento que poderá levar meses ou até anos”, afirmou. Reinaldo também
aconselha aos consumidores que evitem o cheque especial, por conta das altas
taxas de juros.