A agressividade, ansiedade e competitividade são características que se
adequam a muitos profissionais no ambiente de trabalho. Adicionando a falta de
equilíbrio e a calma em situações de tensão estamos em frente a um “profissional
explosivo”.
De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta Clarice Barbosa, estas pessoas não
sabem lidar com a raiva, com a frustração e não gostam de ser contrariadas.
O consultor associado da Muttare, Daniel Maldaner, acrescenta que estes
profissionais perdem o controle quando há “uma saturação de desalinhamento das
expectativas”, ou seja, quando o resultado esperado não é alcançado. A explosão
também ocorre quando há muita pressão sobre ele.
“Geralmente, a explosão de forma agressiva vem junto com a falta de respeito.
E ninguém gosta de sofrer falta de respeito. Ser explosivo é extremamente danoso
para a carreira”, afirma Daniel.
Problemas
Entre os problemas que a explosão pode trazer ao profissional está a
vulnerabilidade, que pode acarretar em erros e danos que não têm consertos. Além
disso, Clarice declara que esta pessoa expõe a sua fragilidade, tanto para os
colegas, como para a empresa e clientes. “Ele perde a sua credibilidade”.
Estar com a “cabeça quente” também é prejudicial nas relações de trabalho, já
que muitas vezes o colaborador “explosivo” magoa os colegas e colabora para
estabelecer um clima hostil.
A situação pode piorar quando esta pessoa tem um cargo de chefia, já que a
equipe pode ter receio em pedir ajuda do líder para resolver problemas ou para
dar ideias. “Além de criar barreiras, ele permite que as outras pessoas
reproduzam o seu comportamento, pois ele é a referência”, esclarece Maldaner.
O especialista declara ainda que o comportamento explosivo é comum em pessoas
que têm medo de perder a liderança e, agir desta forma, é uma maneira de se
impor por meio da autoridade.
Como resolver
Segundo Clarice, para reverter este quadro é necessário que o profissional
faça uma auto avaliação e descubra em quais situações ele perdeu o controle. “É
só por meio do auto conhecimento. Ele não pode se orgulhar de ser explosivo, do
tipo que fala, 'Eu sou muito bonzinho, até que pise no meu calo´”, aconselha.
Caso o temperamento explosivo tenha surgido devido às características da
empresa, como ambiente muito competitivo, de muita pressão e de injustiça ou que
a pessoa não seja reconhecida, a orientação da psicóloga é que a profissional
mude de emprego.
Explosão positiva
Ser “explosivo” não significa necessariamente algo negativo. De acordo com
Clarice, o profissional pode trabalhar para que os seus sentimentos o ajudem em
sua carreira. “A raiva nem sempre é ruim. Ela é um sentimento que nos
impulsiona, nos tira da zona de conforto. Mas é preciso ter um limite”, alerta.
Este comportamento, se bem utilizado, pode auxiliar em algumas áreas como
vendas, departamentos onde é necessário tomar decisões estratégicas, entre
outras.
Além disso, complementa Maldaner, a agressividade é positiva em algumas
situações, como quando a equipe, depois de ter sido alertada sobre o desempenho,
não apresenta o resultado esperado.
“No momento de letargia ou acomodação da equipe, ser mais enérgico pode
ajudar. Mas este comportamento só é permitido quando o líder já conversou
anteriormente com seus profissionais e não houve resultado”, finaliza.