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Investimentos / Fundos - Compra programada de ações vale para quem quer controlar lado emocional 

Data: 11/10/2011

 
 
As corretoras oferecem para os investidores o serviço de compra programada de ações, o qual pode ser uma boa opção para quem pensa em formar uma poupança de longo prazo e para quem quer fugir das armadilhas do emocional na hora de aplicar.

O serviço funciona como uma ordem de compra registrada através da corretora e realizada mensalmente, em qualquer dia do mês escolhido pelo cliente, por tempo indeterminado e por meio de débito em conta-corrente.

O serviço é oferecido desde a década de 1980 pelo Bradesco e pode ser realizado com ações preferenciais e ordinárias do Banco Bradesco e Bradespar. O Itaú anunciou o lançamento do serviço em dezembro do ano passado, que vale para ações Petrobras PN, Vale PNA, Itaú Unibanco PN e quotas dos Ishares Bovespa Fundo de Índice (BOVA 11).

“Ao fazer uma aplicação programada, o cliente se disciplina a poupar sempre. Ao simplificar o processo de aquisição de ações, ela facilita o acesso a esse mercado e favorece a diversificação de investimentos. Além disso, ao olhar para horizontes mais longos, os riscos relacionados à volatilidade do mercado são reduzidos”, disse o diretor da Itaú Corretora, Jean Sigrist.

Indicação
De acordo com o educador financeiro Mauro Calil, fundador do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil, o mecanismo da compra programada de ações se assemelha ao de um plano de previdência.

Ex: se a pessoa tem um plano de previdência que tem 49% em ações e que todo mês tem débito automático de R$ 500 de sua conta, R$ 255 vão para renda fixa e R$ 245 para a renda variável. “A corretora está fazendo isso, tirando o dinheiro da conta do investidor para aplicar em ações”, explicou ele.

Mas para quem é indicado esse serviço? Calil responde da seguinte forma: “Nos nossos cursos, sempre falamos de investimentos em longo prazo e que 10% da renda tem de ser destinada à aposentadoria mensalmente. O serviço é uma ótima forma de fazer isso”.

Altas e baixas
Com o serviço, fica menos importante analisar o cenário atual do mercado, já que o horizonte é de longo prazo e se evita deixar o emocional controlá-lo na hora de aplicar.

“Quando se coloca pequenas quantias ao longo dos anos, o investidor mitiga o risco de ter comprado na alta”, explicou Calil. “Essa compra programada resolve um pouco – ou muito – do problema emocional, porque com ela o investidor não abre o homebroker e vê toda hora se a ação está em alta ou em baixa. Fica o pensamento do 'Estou semeando a longo prazo' e isso dá uma tranquilidade muito grande”, completou.

Cuidado
Calil ressaltou que a compra programada é para o poupador, não para o investidor que vive de ações – aquele que vai pagar uma conta mensal com os papéis.

“Um dos homens mais ricos que eu conheço, quando eu tinha 14 anos de idade, me falou que fazia isso com os papéis de um banco. Todo santo mês ele investia algo em torno de R$ 1 mil. Não queria nem saber o preço”, exemplificou. “A compra programada é para a pessoa que gosta de ações sólidas, não especulativas”.

De acordo com ele, o mais importante no serviço é a consistência da aplicação, ou fazê-la em boas companhias. Além disso, é preciso analisar qual o custo do serviço, que pode não valer a pena para o investidor iniciante que conta com poucas quantias.

“Às vezes, não vale a pena para quem começa com R$ 100. Quando você estiver com pouca grana, mas quer começar no mercado de ações, entre em um fundo ou em um clube de investimento. Quando tiver mais dinheiro, aí forme uma carteira própria”.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Flávia Furlan Nunes
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