Finanças pessoais - Planejamento financeiro: o segredo é ter uma meta confortável
Quase todo mundo já sabe que um bom planejamento financeiro é essencial para
quem deseja levar uma vida tranquila, sem grandes problemas de orçamento.
O que muitas pessoas ainda não sabem é como elaborar um planejamento eficaz. "É
preciso estabelecer metas orçamentárias e se esforçar ao máximo para cumprí-las.
No entanto, essas metas precisam ser confortáveis. Não adianta a pessoa se
propor a guardar 30% da sua renda mensal, se ela sabe que 70% já está
comprometido com as despesas correntes, porque ela não vai conseguir", afirma a
diretora-presidente da Gradual Corretora, Fernanda de Lima.
Fernanda explica que a meta não pode ser tão severa a ponto de deixar a pessoa
sem dinheiro para mais nada além de poupar, porque isso fará com que ela fique
deprimida. "No entanto, sem meta, fica mais difícil atingir um objetivo. É como
em uma dieta, se você não estabelecer quantos quilos quer emagrecer e em quanto
tempo pretender alcançar o resultado, você sempre deixa para começar o regime na
próxima segunda-feira".
Estabelecendo metas
Determinar qual o valor que você pretende guardar e em quanto tempo quer fazer
isso, é o primeiro passo. Mas mantenha o pé no chão. Não adianta ganhar R$ 2
mil/mês e decidir juntar todo o dinheiro para comprar um carro zero, à vista, em
seis meses. Ao final do período você terá apenas frustração.
O ideal é saber quanto da sua renda mensal é usada para cobrir despesas fixas,
analisar quais gastos podem ser reduzidos, descobrir quanto lhe sobra todos os
meses e se dedicar a juntar esse dinheiro para atingir o seu objetivo, seja ele
um carro, o estudo dos filhos, uma reserva de emergência, ou mesmo uma bolsa.
"Cada um conhece as suas necessidade e desejos. Claro que não adianta se
esforçar para juntar o dinheiro e gastar tudo em algo que em poucos dias já foi
esquecido e não fará muita diferença na sua vida. Agora, se para você uma bolsa
da moda pode lhe dar segurança para entrar em uma reunião de negócios, fazer uma
ótima apresentação e conquistar o cliente, por exemplo, isso é algo que só você
pode julgar", garante a diretora.
Fernanda lembra ainda que uma boa meta é aquela que reflita seus valores
pessoais e lhe dá vontade de poupar o dinheiro.
Flexibilidade
Um bom planejamento também precisa ser flexível, já que imprevistos acontecem
com todo mundo. É preciso ter consciência de que, talvez, algo aconteça em um
determinado mês e não lhe permita guardar a quantia planejada.
Isso, no entanto, não é motivo para desanimar ou desistir. Muitas pessoas podem
aproveitar essa armadilha da vida para abrir mão da meta com a tradicional
alegação: "nunca consigo nada mesmo". O bom poupador age de forma contrária e
busca formas de economizar um pouco mais no mês seguinte ao imprevisto, para
guardar mais e tentar suprir o desfalque.
Além disso, é preciso que o planejamento seja revisto a cada seis meses. "Muitas
vezes criamos pequenos hábitos de consumo que acabam sugando o dinheiro que
poderíamos poupar. Por exemplo, há alguns meses você não comia sobremesa e há
mais de três meses tem feito isso todos os dias, o que significa um gasto que
não estava previsto. Portanto, a cada seis meses, pare, olhe para sua planilha
de gastos e descubra se você incluiu algo que possa ser eliminado ou diminuído.
Assim você pode fazer pequenas alterações que farão sobrar mais dinheiro no
final do mês, e essas sobras não esperadas são sempre bem vindas", finaliza
Fernanda.
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