Buscar aprimoramento profissional por meio de cursos de especialização é a
saída mais comum no mercado de trabalho. Essa é a avaliação dos próprios
profissionais. Para 52% deles, a certificação de uma pós-graduação é um dos
melhores caminhos para se ter uma carreira bem-sucedida.
O levantamento, feito pela Trabalhando.com com 250 profissionais, também
mostra que 29% deles acreditam que ter em seu currículo uma pós é importante,
mas não fundamental. Já 12% dizem ser irrelevante essa certificação, ao passo
que 8% acreditam que ela ajuda, mas não é determinante para a carreira.
Para o diretor-geral da Trabalhando.com, Renato Grinberg, a percepção dos
profissionais de que uma pós-graduação é importante para o desenvolvimento da
carreira está alinhada à do mercado de trabalho. “Em meio à tanta
competitividade, destaca-se quem tem experiência profissional e qualificação”,
afirma. “Para isso, cada vez mais os profissionais buscam especializar-se na
área em que atuam, assim suas chances de alcançar o sucesso aumentam”, completa.
Contudo, Grinberg atenta que os profissionais devem ficar de olho não apenas
a essa qualificação, mas no modo como ela é adquirida. Isso porque, embora os
profissionais considerem a certificação de extrema importância, nem sempre ela
pode agregar valor ao currículo – podendo até depreciá-lo. “É perigoso usá-la
apenas como trampolim para a carreira”, ressalta Grinberg.
Sendo realista
Para o especialista, a melhor forma de tornar a pós um meio efetivo para o
desenvolvimento da carreira é saber aproveitá-la bem. E em todos os sentidos. “É
preciso ver a pós como algo realista”, avalia o especialista. “Será que ela vai
lhe abrir portas? Ela é necessária para a sua área? Se as respostas forem
negativas, talvez agora não seja o melhor momento para fazer uma pós”, afirma
Grinberg.
Por outro lado, se você de fato perceber que agora é o melhor momento para
conseguir uma certificação nesse nível, então é preciso encará-la como um meio
de aperfeiçoamento e não apenas como mais um título que pode ficar bem no
currículo. “Tão importante quanto o curso em si são as possibilidades que ele
pode lhe abrir. Elas são tão importantes quanto o conteúdo, porque podem lhe
abrir portas”, afirma o especialista.
Ele dá como exemplo a possibilidade de o profissional ampliar sua lista de
contatos com cursos desse nível. Para ele, uma pós-graduação só ajudará a
alavancar a carreira do profissional quando ele souber aproveitar as
oportunidades que ela lhe oferece, como palestras e encontros organizados pelo
curso. “Não adianta se trancar na sala e ficar só estudando”, recomenda.
Outro ponto a ser bem pensando por quem quer fazer uma pós pensando no futuro
é considerar a área na qual atua. Em muitas, talvez, uma especialização desse
nível pode não fazer tanta diferença. “Pós mais técnicas têm menos peso no
mercado. As mais generalistas, ao contrário, têm maior peso”, afirma Grinberg.
“Em áreas ligadas à administração, por exemplo, uma pós faz muita diferença”,
completa.
Para escolher uma boa pós
No mercado de trabalho, muitas vezes, não adianta apenas o aproveitamento
dos profissionais em cursos. Se a escola na qual ele fez uma pós não for
considerada de primeira linha, talvez todo o esforço pode ter sido em vão. “Nem
todos os cursos são iguais”, ressalta Grinberg.
Por isso, ele recomenda aos profissionais que querem fazer uma pós que,
primeiro, avaliem os cursos que pretendem fazer. “Pesquise muito os cursos
disponíveis para sua área de atuação e se eles realmente se encaixam às suas
necessidades profissionais”, recomenda o especialista.
Atentar à qualidade de ensino que a instituição oferece também deve entrar na
lista dos cuidados que os profissionais devem ter ao escolher o curso. “Em meio
à intensa propagação de programas de pós-graduação e MBAs [Master Business
Administration], verifique a idoneidade e se o mercado reconhece o valor dessa
instituição”, ressalta.
Para Grinberg, também é importante escolher um curso em que os professores
transmitam conceitos práticos, focados no que está acontecendo de fato no
mercado, nas empresas e na economia. “É importante procurar opções que expandam
a rede de relacionamento e contatos, tanto com colegas quanto com professores”,
completa.