O comércio eletrônico no Brasil mudou o comportamento do consumidor. Sem ter
de enfrentar filas ou estacionamentos lotados, muitos optam, cada vez mais, por
essa modalidade de compra.
De acordo com dados da Tray, empresa de serviços e consultoria do setor, em
quatro anos o volume de consumidores virtuais quadruplicou - passou de menos de
6 milhões em 2006 para mais de 23 milhões em 2010.
Por essa razão, quem efetua compras pela internet deve ter a atenção
redobrada durante o processo de compra de um produto, em especial no Natal,
época propícia a fraudes.
De acordo com o advogado especialista em Direito Digital e sócio do
escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados, Victor Haikal, o consumidor deve
ter bom senso nessas ocasiões.
“Ao utilizar um computador para efetuar as compras pela internet, o primeiro
conselho é de que o PC seja seguro: sem softwares maliciosos, vírus e sem
instalação de aplicativos desconhecidos”.
Barato pode sair caro
Haikal ainda alerta para sites que comercializam produtos muito abaixo do
preço estipulado pelo mercado. Segundo ele, essas “super ofertas” são iscas
perfeitas para a ação de fraudadores.
“Se você vir algum produto sensação, com preço muito barato, desconfie de
algo errado. É bom sempre se perguntar: a loja tem reputação ou selo de
qualidade?"
Segundo ele, em épocas como o Natal, muitas pessoas lançam lojas virtuais com
o objetivo de praticar golpes. Sem certificado ou contas a prestar, ninguém sabe
como esses fraudadores podem operar.
Processo de compra
Enquanto o consumidor faz a busca pelo produto dentro do site, a dica é
observar se existem características de segurança, como marcação de cadeado
dentro do navegador, link seguro para a utilização do cartão de crédito, além de
protocolos de segurança.
Quanto às opções de pagamento oferecidas pelos sites, o boleto bancário, em
tese, pode ser considerado o mais seguro, avalia o especialista.
Haikal sustenta que, durante o processo de pagamento, torna-se improvável ter
a interferência de terceiros, para obter número de conta e senha de acesso, ou
ter o dinheiro desviado para um lugar desconhecido.
“Quando efetua-se um pagamento por boleto, o consumidor passa a vincular-se a
uma conta bancária, na qual o banco sabe para onde vai o dinheiro. Em operações
com cartão, a rede é o único meio para efetuar a operação. Nela, podem existir
invasão e vazamento de informações do consumidor”.
Embora seja mais suscetível à fraude, o cartão de crédito é a forma mais
utilizada pelos consumidores para se finalizar uma compra. Para não ter nenhuma
surpresa, Haikal explica que os usuários devem se ater a detalhes de segurança
do site, como cadeados de criptografia, páginas suspeitas e certificado de
segurança.
Dicas
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) disponibilizou uma
série de dicas de segurança aos consumidores. São citados desde maneiras de
acesso seguro por um computador até o modo de se efetuar uma compra sem
empecilhos. Confira:
- Não faça compras em computadores públicos ou de terceiros;
- Preste atenção aos itens de segurança. É importante que o endereço do
site comece com "https", em vez de só "http". Veja se aparece a imagem de um
cadeado, geralmente no canto inferior direito;
- Verifique se a loja virtual indica seu endereço físico, telefone ou
e-mail;
- Antes de comprar, leia atentamente as condições de contratação, que
podem variar conforme o produto/serviço a ser adquirido, a região do país
(com relação ao prazo de entrega e preço do frete, por exemplo) e o tipo de
pagamento;
- Leia também os Termos de Condição de Uso do site, que geralmente ficam
na parte inferior da página;
- Fique atento na hora de preencher os formulários e cadastros on-line.
Evite concordar, inadvertidamente, com as opções para recebimento de e-mails
de divulgação do site e de seus parceiros;
- Verifique a política de privacidade dos sites antes de digitar seus
dados;
- Analise se as fotos do produto que pretende adquirir são nítidas;
- Saiba se há um canal de atendimento para tirar dúvidas e fazer
reclamações;
- Salve ou imprima todos os e-mails enviados pelo fornecedor até que o
produto seja entregue. Mesmo depois de recebê-lo, guarde a correspondência
até pelo menos o fim da garantia legal;
- Ao receber o produto, observe se ele apresenta algum defeito aparente.