Entre os indivíduos que fazem parte das famosas gerações X e Y, foi
identificado um comportamento que classifica uma parcela deles em uma nova
modalidade, a Geração T.
Apesar de não limitar a uma faixa de idade, a geração T é formada
principalmente por jovens que sabem de absolutamente tudo que está acontecendo
no mundo, mas não são capazes de analisar, comparar ou emitir qualquer opinião a
respeito de nenhum assunto.
O “Tê” vem justamente da palavra testemunha, já que tais indivíduos não
passam de meros espectadores dos fatos. De acordo com o profissional de
comunicação e ex-executivo de marketing Luciano Pires, esse grupo “sabe de tudo,
mas não sabe o porquê das coisas”.
Comportamento
Entre suas principais características, é possível dizer que o que eles mais
sabem fazer é contar para os outros o que viram. Segundo Pires, observa-se que
esse público, ao participar de eventos ou ao ter contato com as informações, é
capaz apenas de reproduzir o que lê ou ouve, sem formar opinião sobre nada.
Pires tenta explicar esse comportamento recorrendo à tecnologia. Segundo ele,
as facilidades que a tecnologia proporciona, como o rápido acesso às informações
e a simplicidade em se conectar com as pessoas, faz com que os jovens se
esqueçam do conteúdo, se entregando "de corpo e alma" ao processo.
“É como um estudante de propaganda que, fascinado pelo design do anúncio,
acaba deixando de lado os atributos de venda do produto. Ou um diretor de cinema
que, da mesma forma, fascinado pelos efeitos especiais, deixa de lado a riqueza
do roteiro e das ideias”, explica ele. Essa lógica nada mais é do que o
tradicional conflito entre forma e conteúdo.
Geração T no trabalho
Mas, se foi identificada uma geração que está mais interessada em reproduzir
e se conectar do que avaliar e criticar, seria interessante também entender como
esse comportamento pode afetar a construção de suas carreiras.
Os jovens da geração T, no ambiente de trabalho, são aqueles que fazem o que
são mandados fazer, que vão para onde são mandados ir e que o máximo que
conseguem é criticar, seja o chefe, a empresa ou a vida.
No seu comportamento não se observa um espírito crítico, capaz de melhorar os
processos. É exatamente neste ponto que sua carreira não vai para frente, já que
as empresas estão em busca justamente de profissionais que tenham capacidade de
julgamento e que saibam tomar decisões. “A geração T julga e decide pela cabeça
dos outros”, salienta Pires.
É importante ressaltar que o principal problema dessa geração não está
relacionado com sua eficiência operacional, mas sim com sua atitude, uma atitude
tão superficial frente ao que acontece no mundo que atrofia sua capacidade de
julgar, criticar e analisar.