Importante no mercado de trabalho, a ambição pode impulsionar o crescimento
profissional, mas também derrubar aqueles que não medem esforços para atingir
seus objetivos. Saber quais são os limites de tal desejo, no entanto, é uma
tarefa um tanto quanto complicada, que exige habilidade de quem espera se valer
deste recurso para progredir na carreira.
De acordo com a presidente da APPAL (Associação de Psicologia Positiva da
América Latina), a psicóloga Daniela Levy, as empresas costumam valorizar
pessoas ambiciosas motivadas, que tenham iniciativa e corram atrás de suas
metas.
“Geralmente os profissionais ambiciosos apresentam projetos, abrem empresas,
sonham e colocam seus planos em ação. É isto o que qualquer empresa quer”,
revela Daniela. Segundo ela, as pessoas que passaram por dificuldades na
infância possuem mais chances de se tornarem ambiciosas ou motivadas como forma
de chamar a atenção e ganhar o reconhecimento da sociedade.
Os limites
Extremamente importante no meio profissional, a ambição também precisa ser
administrada para que não se torne desenfreada e prejudique os interesses de um
trabalhador.
“Ela não é ruim, desde que se saiba o que fazer com a mesma. A ambição não
deve ser encarada como uma garantia de crescimento profissional rápido. Os mais
visionários devem focar na conquista de uma determinada posição no longo prazo e
não na pessoa que possa ocupar hoje o cargo que é de seu interesse”, informa
Daniela.
Por isso, de nada adianta 'pisar' nos outros para subir alguns degraus. O
importante é se manter dentro dos limites éticos e morais, especialmente nas
organizações. “Os limites são aquilo que a pessoa não faria de jeito nenhum para
atingir seus objetivos, como roubar ou mentir, por exemplo”, ressalta Daniela.
Dois lado da moeda: a falta e o excesso
Como nada em demasia é saudável, o ideal é os profissionais não adotarem
expectativas de desempenho baseadas na falta ou no excesso de ambição. Afinal, a
ausência deste desejo pode caracterizar uma possível falta de iniciativa,
enquanto o excesso pode revelar uma personalidade dissocial, um crônico
desrespeito às regras sociais, além de uma total indiferença em relação aos
sentimentos alheios.
“As pessoas com o transtorno de personalidade dissocial costumam ser
confiantes e carismáticas, mas não deixam de ser ardilosas e, às vezes, sobem na
carreira passando por cima de muita gente”, diz a presidente da APPAL.
Como driblar a competição
Para fugir de um ambiente hostil, o recomendado é que a empresa reconheça as
habilidades de seus contratados, bem como as necessidades de cada profissional.
Afinal, ao saber quais as habilidades, desejos e sonhos de cada um, fica mais
fácil manter a motivação dos mesmos no ambiente corporativo.