Existem diversas formas e estilos de investir em ações. As estratégias
usadas, os conceitos e os diferentes tipos de análise vão depender
principalmente do perfil do investidor e da sua experiência com o mercado de
renda variável.
De acordo com especialistas, o mais importante é que antes de olhar para o
mercado, o investidor identifique qual é o seu próprio perfil e o que ele espera
do investimento em ações.
“Qual o seu objetivo com o investimento? Você vai precisar do dinheiro em um
prazo curto ou longo? Este tipo de estratégia tem a ver com o seu perfil? Estas
são algumas das perguntas que o investidor deve se fazer”, afirma a Supervisora
do Easynvest, Aline Rabelo.
Para os investidores que operam com vistas no longo prazo, existem algumas
estratégias de compra que podem ser utilizadas. Conheça algumas delas:
Investimento em valor (value investing)
Os investidores de valor procuram por ações de empresas cujos preços estão
abaixo do que elas realmente valem, por conta de alguma distorção do próprio
mercado.
Assim, a ideia é ganhar na diferença entre o preço pago (abaixo do que ela
vale) e uma futura correção e consequente valorização dos seus ativos. “Usando
uma metáfora, é como se você estivesse passando na frente de uma loja e visse
uma grande promoção”, afirma a a supervisora do Easynvest, Aline Rabelo. “O
investidor de valor busca empresas mal avaliadas ou subavaliadas”, completa.
Como incentivo para quem pretende usar este tipo de estratégia, basta dizer
que um dos maiores entusiastas do value investing é o bilionário norte-americano
Warren Buffet, conhecido por ser o investidor mais bem sucedido do mundo.
Investimento em crescimento (growth investing)
De acordo com a supervisora do Easynvest, este tipo de investidor é bastante
parecido com o investidor de valor, já que ambos estão em busca de oportunidades
e ações de empresas que ainda podem vir a performar melhor.
No caso do investidor de crescimento, a maior preocupação é se aquela empresa
tem tido um crescimento acima da média e se existe um grande potencial de
expansão futura. “Quem investe nestas empresas tem expectativa de que a empresa
tenha um crescimento expressivo, afirma.
Muitas vezes estas empresas são menos conhecidas e podem ter ativos mais
voláteis, que oscilam mais devido à baixa liquidez. Entretanto, o investidor
deve se preocupar com o potencial de crescimento e as expectativas de longo
prazo.
Dividendos
Existem também aqueles investidores que se preocupam com o pagamento de
dividendos pelas companhias e buscam investir naquelas que pagam mais. “O mais
importante é olhar o crescimento do valor pago em dividendos ao longo do tempo”,
afirma Aline.
As empresas do setor elétrico, que possuem o caixa mais consolidado e que têm
menor necessidade de investimento, costumam pagar dividendos mais expressivos.
Blue chips
Muitos investidores também optam por adquirir apenas papéis de grandes
empresas e que possuem uma liquidez bastante elevada (conhecidas como blue
chips). “O investidor de blue chips procura por empresas sólidas e não se
importa muito se o mercado está em queda ou em alta”, afirma Aline.
Ela lembra que estes investidores costumam ter a estratégia de buy and hold
(comprar e segurar). “Eles mantém a estratégia, independentemente das oscilações
dos ativos. Estão em busca de valorização no longo prazo e acreditam no
crescimento e nos fiundamentos da empresa ”, afirma.
Estratégias de longo prazo
A supervisora do Easynvest lembra que todos os estilos citados se referem a
investimentos de longo prazo, ideal para diluir os riscos dos investimentos em
renda variável.
“O investimento em ações é sempre de risco, mas quando você opera no longo
prazo, este risco diminui. Se a intenção for comprar e vender daqui a um mês ou
até menos do que isto, o risco aumenta muito e as estratégias seriam outras”,
ressalta.
Análise fundamentalista
O diretor da Valore Investimentos Personalizados, Sérgio Quintella, lembra
que estes investidores, especialmente aqueles que olham para o valor atual e o
crescimento da empresa, precisam utilizar os conceitos da análise
fundamentalista, que analisa os balanços e números da companhia.
Por isso, é importante conhecer e entender pelo menos o básico deste tipo de
análise ou então se basear em relatórios das corretoras que identifiquem
possíveis oportunidades baseadas nos fundamentos.
“No começo não precisa se preocupar em ser um analista e saber tudo o que
está escrito no balanço. Mas é importante entender por que esta comprando, por
que o analista está indicando, quais são as perspectivas e fundamentos daquela
análise”, afirma Quintella.
Segundo ele, o mais importante é saber analisar os múltiplos de mercado, que
são calculados dividindo variáveis como valor de mercado da empresa por uma
série de indicadores presentes nos demonstrativos financeiros, como valor
patrimonial, lucro estimado, fluxo de caixa. “Não precisa nem ir muito além
disso”, diz.