Os planos de previdência complementar fechados – sejam eles oferecidos pelo
empregador, sejam pelo sindicato ou associações de classe – são, na maioria das
vezes, mais vantajosos para quem está planejando a aposentadoria do que os
planos abertos.
“A grande diferença é que os planos fechados não têm fins lucrativos. Dessa
forma, toda a estrutura de custos de administração e gestão financeira acabam
sendo menores, o que se traduz em uma rentabilidade maior do que de uma
previdência aberta, principalmente para pessoas físicas, que pagam altas taxas
pelos seus PGBLs (Plano Gerador de Benefício Livre), por exemplo”, explica o
consultor sênior de previdência complementar da Mercer, Evandro Oliveira.
Embora afirme que os planos fechados são mais vantajosos, o executivo explica
que há algumas exceções. “Se o plano fechado não tiver muitos participantes, os
gastos com a administração e gestão financeira podem ser maiores que dos planos
abertos. Mas, em um plano fechado, com ao menos mil pessoas e com um volume de
contribuições que faça com que o volume gerido cresça rápido, os custos ficam
diluídos e isso traz boa boa rentabilidade aos participantes” .
Na hora de escolher
Oliveira ressalta ainda que as taxas cobradas nos planos abertos são as
grandes vilãs da rentabilidade dessa modalidade de previdência complementar.
“Normalmente, em um PGBL, o cliente nem sabe quanto paga de taxa de
administração de recursos. É comum a instituição falar da taxa de carregamento,
que é uma taxa que incide sobre os aportes mensais reduzindo a contribuição
feita no mês. Porém, sobre todo o valor acumulado incide a taxa de
administração, que diminui muito os rendimentos”, afirma o consultor, que
completa: “essas taxas em um PGBL podem chegar a 4% sobre o valor investido,
enquanto em um plano fechado essas taxas ficam na casa de 0,5%. Para se ter uma
ideia, 1 ponto percentual dessa taxa, para uma pessoa que acumula desde os 30
anos, siginifica mais de 20% do total acumulado até aos 60 anos. Ou seja, é
muito dinheiro perdido”.
Além disso, segundo Oliveira, os fundos fechados oferecem formas de pagamento do
benefício mais flexíveis aos seus clientes.
“O PGBL é feito de uma maneira para que o cliente reverta em renda vitalícia o
valor acumulado. O problema é que os fatores usados para converter o valor
acumulado em renda mensal são bastante rigorosos, tornando-se desvantajosos para
os segurados. Claro que você pode resgatar tudo de uma vez, mas esse não é o
modelo padrão do PGBL. Já no plano fechado, está previsto que a pessoa receberá
todo aquele recurso por um tempo certo (20 anos, por exemplo) e, por isso, não
há perdas. Nos fechados também é possível optar por um modelo que acho
interessante: a pessoa decide um percentual do saldo acumulado para receber
mensalmente, tipo 5%, mais a rentabilidade dos últimos 30 dias. Dessa forma, ela
consegue administrar melhor o dinheiro e ter uma renda compatível com sua
necessidade de consumo mensal”, finaliza.