Empréstimo / Financiamento - CDC ou leasing: qual é mais vantajoso na hora de comprar um carro?
Com a abundância de crédito e as diversas opções de financiamento, trocar de
carro está cada vez mais fácil atualmente. Mas você conhece a diferença entre o
leasing e o CDC (Crédito Direto ao Consumidor), as modalidades mais utilizadas
no mercado automotivo e quais as vantagens e desvantagens de optar por um ou por
outro na hora de comprar o seu veículo?
Segundo o professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Management e especialista
em finanças pessoais, Sérgio Bessa, uma das principais diferenças entre o
leasing e o CDC é que, ao optar pelo primeiro, o cliente está fazendo uma
espécie de aluguel daquele veículo, que fica no nome do banco durante o
pagamento das parcelas. “Com o leasing, você faz na verdade um aluguel com opção
de compra”, aponta o professor.
No site do Banco Central, o leasing é definido como um “arrendamento mercantil”.
“O leasing é uma operação com características legais próprias, não se
constituindo operação de financiamento. Nas operações de financiamento, o bem é
de propriedade do mutuário, ainda que alienado, já no ato da compra”, diz o BC.
Assim, como durante o pagamento das parcelas o bem fica no nome do banco e não
do cliente, as garantias são maiores e, consequentemente, os juros são menores.
“O leasing permite ao banco a retomada do bem muito mais facilmente, enquanto
com o CDC esse procedimento legal é mais difícil”, ressalta Bessa.
Outra vantagem do leasing é que, nessas operações, não há incidência do IOF
(Imposto sobre Operações Financeiras), o que também diminui o valor da
prestação.
Antecipar parcelas
Apesar dos juros menores, o leasing traz algumas desvantagens para o bolso
do consumidor. Se você tiver um dinheiro sobrando, por exemplo, e quiser
antecipar algumas parcelas, não vai encontrar nenhum benefício. “O cliente até
consegue antecipar as prestações, mas não existe desconto dos juros”, afirma
Bessa.
Já com o CDC, é possível antecipar quantas parcelas quiser e assim pagar menos
juros com a antecipação.
Outro ponto desfavorável do leasing é que ele só pode ser contratado para
pagamentos acima de 24 meses. “O prazo mínimo de arrendamento é de dois anos,
para bens com vida útil de até cinco anos, e de três anos, para os demais”, diz
o BC. O CDC, por sua vez, não impõe nenhum tipo de restrição com relação ao
número mínimo de parcelas.
Mais CDC
Por conta dessas restrições, mesmo sendo um pouco mais barato para o
consumidor, o leasing vem perdendo espaço nos últimos anos. De acordo com dados
da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) em 2009,
61% dos veículos foram vendidos a prazo. Desse total, 33% correspondiam aos
financiamentos por meio do CDC, 23% ao leasing e 5% ao consórcio.
Já no ano passado, 46% das operações de financiamento foram feitas por meio de
CDC, ao passo que o leasing representou apenas 11% e o consórcio foi responsável
por 6% dos financiamentos.
Qual dos dois
De acordo com Bessa, na hora de optar pelo CDC ou pelo leasing, o consumidor
deve se perguntar quais são as suas intenções com aquele veículo.
“Se você for comprar um carro com objetivo de ficar um bom tempo sem vender, o
leasing é uma boa opção, já que os juros são menores e, consequentemente, o
valor das parcelas também”.
Já se o consumidor tiver intenção de se desfazer do veículo logo, o melhor é
optar pelo CDC, aponta o especialista.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Equipe InfoMoney
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