É muito importante que você esteja bem preparado para uma entrevista de emprego.
De modo algum, você pode "cair de pára-quedas" em uma reunião tão importante. Ou
você agrada, ou está fora! Seguindo as regras que a equipe do iJobs listou
abaixo, as suas chances de obter o emprego aumentarão consideravelmente:
Seja sempre positivo;
Analise bem as ofertas antes de dizer não. Saiba considerar;
Não faça comentários negativos a respeito dos ex-empregadores;
Responda sempre sob o ponto de vista das empresas;
Demonstre entusiasmo;
Não seja vago;
Seja pontual, apresentando-se com alguns minutos de antecedência ao horário
marcado;
Vista-se de maneira sóbria e elegante. Seja formal, tenha os cabelos
aparados e bem cuidados e, no caso das mulheres, use maquiagem leve;
Pratique as respostas para as perguntas mais comuns, tais como: "Quanto você
quer ganhar?" e "Por que deixou seu emprego anterior?";
Nunca minta;
Cumprimente o entrevistador com firmeza e confiança;
Controle a sua ansiedade;
Sente-se com uma postura adequada;
Concentre sua atenção no entrevistador. Escute o que ele tem a dizer e
responda à medida que for sendo questionado, de forma coerente e segura;
Deixe em casa cigarros, chicletes e balas;
Mostre interesse em conhecer as regras da empresa;
Seja você mesmo;
Mantenha a objetividade e afaste sinais de desânimo ou abatimento;
Lembre-se do velho ditado "a primeira impressão é a que fica", pois
raramente surgirá uma segunda oportunidade para desfazer uma má impressão.
O que Fazer para seu Currículo valer Ouro
Como fazer um texto objetivo, que seja atraente, exponha o seu
histórico, mostre seus resultados e revele um pouco da sua personalidade? Eis
aqui um roteiro completo para você chegar lá
Você caprichou no seu currículo, colocou tudo o que acha que deveria e vai
enviá-lo, digamos, a um headhunter. Ou a um diretor de RH. Ou simplesmente ao
departamento de seleção de alguma empresa. Tudo bem, mas, responda uma coisa:
você faz idéia do espaço de texto e de tempo que tem para chamar a atenção da
pessoa que vai ler o seu currículo? Duas páginas e 40 segundos. Só. Mais nada.
Você sabe exatamente o que significa "chamar a atenção" da pessoa que vai ler o
seu currículo? Deixá-la com vontade de ler até o fim - e curiosa para conhecê-lo
pessoalmente.
Diante disso, antes de começar a descrever os cargos que teve, as coisas que
fez e as empresas por onde passou, coloque-se no lugar de quem vai ler o seu
currículo. E, quando estiver com ele pronto, coloque-se de novo no lugar de quem
vai lê-lo. Está atraente? Objetivo e claro? Bem escrito, com um texto elegante?
Tem informações interessantes? Expõe os resultados que você conseguiu para as
empresas por onde passou? Mostra um pouco do seu modo de ser? Está, enfim, à
altura do profissional que você é?
Não é novidade para ninguém que a concorrência por uma boa colocação no
mercado de trabalho não pára de crescer. E é óbvio que, toda vez que a oferta é
grande e a demanda nem tanto, só os feras conseguem passar pelo funil. Em outras
palavras, só quem realmente tem o que dizer, e ainda por cima for convincente, é
que tem alguma chance hoje em dia. Vamos aos números:
• No BankBoston, que tem 4 000 funcionários, chegam cerca de
200 currículos por dia pelo correio. "Desses, apenas uns 50 vão para o banco de
dados", diz Denise Asnis, diretora adjunta de recursos humanos do banco. Pela
Internet chegam outros 1 000, 1 200 currículos diariamente. Somente uns 300 são
arquivados.
• A Microsoft recebe semanalmente 1100 currículos online. Pelo
correio chegam mais 200. Detalhe: a empresa tem apenas 250 funcionários no
Brasil. Em seu banco de dados há, atualmente, perto de 60000 currículos (que uma
vez por ano são deletados automaticamente).
• No grupo Accor, só no ano passado, chegaram 63 500
currículos, ou seja, o triplo do número de pessoas que trabalham na empresa.
• O escritório brasileiro da Korn/Ferry International, uma das
maiores empresas de busca de executivos do mundo, recebe todos os dias de 100 a
150 currículo, em média.
A briga, como se vê, está para gente forte. A questão principal aqui é que
poucas pessoas sabem fazer um currículo bem feito. Na verdade, segundo os
headhunters, só uma minoria sabe. Eles são unânimes em dizer que é espantosa a
quantidade de currículos ruins que lhes chega às mãos todos os dias. E não se
trata do escalão de baixo, não. Há centenas e centenas de currículos vergonhosos
de diretores de empresas. Não condizem com seu nível social, com a experiência
que têm e muito menos com o cargo que ocupam. O pior é que os diretores em geral
são os profissionais de marketing. Dá para contratar alguém que tenha por ofício
vender a empresa, suas marcas e produtos e que, no entanto, não seja capaz de
vender nem a si próprio num pedaço de papel? O resultado é que um número enorme
de bons profissionais perde ótimas oportunidades de trabalho pelo simples fato
de ter um currículo malfeito.
Mas será que é assim tão complicado confeccionar um currículo direito? A
resposta é sim. Claro que a tarefa não se compara a resolver um teorema de
Pitágoras. Mas exige concentração, reflexão, tempo, poder de síntese, bom texto
e, sobretudo, uma compreensão verdadeira do que é importante ressaltar. A VOCÊ
s.a. fez um levantamento minucioso de tudo o que deve ter - e também o que não
pode conter - um currículo para ser considerado muito bem-feito. Merecer nota
10. Ganhar de lavada dos outros. Ouvimos cerca de 20 profissionais e chegamos a
25 itens práticos e indispensáveis. Leia-os com atenção e nunca se desfaça desta
revista, pois, se Deus quiser (e seu currículo ficar bom mesmo), você terá que
atualizá-lo muitas vezes na vida.
1. Diga quem você é
É exatamente aqui que começam os erros: nos dados pessoais. Escreva no
alto da página seu nome completo, endereço (também completo), telefone, celular,
e-mail, nacionalidade, idade, estado civil e número de filhos. E mais nada. Em
relação aos três últimos itens há uma controvérsia - alguns consultores acham
que devem ir no fim do currículo; outros, no começo. Faça como quiser, porque
não muda nada. Não se sabe por que algumas pessoas insistem em mencionar o
número do RG, do CPF, da carteira profissional, do título de eleitor, do
atestado de reservista... Para quê? Antes de escrever qualquer coisa, faça
sempre esta pergunta a si mesmo: para que vou pôr isso? O currículo não é um
contrato, em que os documentos e mais um monte de outras coisas precisam ser
relacionados. O currículo é apenas um papel com o seu histórico profissional,
que serve para quem vai lê-lo decidir se vale ou não a pena conhecer você
pessoalmente.
2. Como definir seu objetivo
O que você quer tem que estar logo depois dos dados pessoais. É hora de deixar
claro seu objetivo, o cargo, ou os cargos, e a área (ou áreas) que você
pretende. Como dizer isso sem enrolar? Veja o exemplo: "Posição de diretoria nas
áreas de logística, supply chain ou comercial" Ao contrário dos profissionais
experientes, quem está entrando no mercado deve explicar como quer direcionar
sua carreira e por que escolheu aquela profissão. Segundo Claudio Neszlinger,
diretor de recursos humanos da Microsoft, o texto pode seguir mais ou menos este
raciocínio: "Quero agregar conceitos de marketing à minha formação técnica
porque acho que assim vou me desenvolver profissionalmente".
3. Não seja um franco-atirador
Antes de mandar seu currículo para qualquer empresa, decida o que gostaria de
ser e em que área desejaria atuar. Você pode até querer ser duas coisas, como
gerente de marketing ou de recursos humanos. Mas ninguém normal quer ser dez
coisas diferentes. Veja o exemplo que NÃO deve ser seguido: "Atuar na área
de recursos humanos, em todos os setores de cargos e salários, recrutamento e
seleção de pessoal, área financeira (faturamento, agenda de pagamentos,
composição bancária...), área de produção (desenvolvimento de projetos, controle
de qualidade, controle de estoque...), área de marketing (viabilização de novos
projetos, acompanhamento de campanha, estudo de mercado...) etc." Seja
honesto: você daria um emprego para um mentecapto desses???
4. Não embrulhe para presente
Colocar capas ou guardar o currículo dentro de pastas é puro desperdício de
dinheiro. "Eliminamos tudo ao inserir o documento no banco de dados. Só
aproveitamos o texto", diz Zoila Mendes Pinto, headhunter da Spencer Stuart. O
currículo não precisa ser uma obra de arte. Basta ser bom. Até porque a
preocupação excessiva com a estética pode dar a impressão de que o candidato
está "dourando a pílula" para disfarçar alguma falha. Portanto, basta utilizar
folhas brancas (limpas) e grampeadas.
5. Tamanho não é documento
Quer fazer um grande favor para a pessoa que vai ler o seu currículo? Não a
canse com páginas e páginas contando todos os pormenores dos seus grandes
feitos. Use frases curtas e evite ao máximo passar de duas páginas. Vá lá, três
é o limite, mas somente se você for um veterano. Caso seja muito experiente e
seus conhecimentos exijam mais espaço, faça um outro currículo com algumas
páginas extras e segure-o com você. Mas você deve mostrá-lo apenas se for
chamado para uma entrevista. Pessoas com pouca experiência profissional não têm
desculpa para passar de uma página. "Mais que isso vira enrolação", diz Claudio
Neszlinger.
6. O seu tipo ideal
Alto, moreno, bonito... Epa, o assunto aqui é trabalho - estamos falando de
ti-po-lo-gia. Fique com as mais simples - como a Courier, a Arial ou a Times New
Roman. Elas facilitam a leitura. Também não tente aquele truque mais do que
conhecido de diminuir o tamanho da letra para reduzir o número de páginas.
"Letras miúdas demais dificultam o trabalho do avaliador e tiram a vontade de
ler", diz Yonara Costa, da Simon Franco e Opportunity Consultoria. Qual o corpo
ideal? Qualquer um entre 11 e 14. E atenção: não abuse dos negritos, itálicos e
palavras sublinhadas. Esses recursos só devem ser usados para organizar os
dados.
7. Fale do que é capaz
Podemos dizer que o resumo profissional, o próximo item da lista, é o coração do
seu currículo. É aqui que você vai apresentar uma síntese das competências que
desenvolveu ao longo da carreira. E precisa entrar antes de citar as empresas em
que trabalhou, porque este é o momento em que a pessoa que está lendo vai
desistir ou ir em frente. Essa parte é a mais difícil, porque você vai ter que
ser breve e, ao mesmo tempo, discorrer sobre as suas habilidades. Para
facilitar, faça o texto em itens, como este engenheiro mecânico que está se
candidatando a uma vaga gerencial:
• Sólida experiência em uma série de funções nas áreas
de vendas, manufatura, engenharia, gerência de projetos, relações
governamentais, marketing, gerência de produtos, planejamento estratégico e
gerência geral de unidades de negócios.
• Dez anos de experiência internacional nos Estados Unidos e na
América do Sul.
• Capacidade de liderança, habilidades de negociação e
comunicação, adaptabilidade a novas funções e novos ambientes, coragem e
determinação para mudar paradigmas e visão estratégica de diferentes segmentos
de negócios tanto no Brasil quanto no exterior. Se você está começando sua
carreira, ainda não tem muito o que contar sobre sua experiência profissional.
Então, vá direto para sua formação acadêmica.
8. Por onde você passou?
Mencione somente as últimas cinco empresas em que trabalhou, em ordem
cronológica decrescente. Gutenberg Macedo, diretor da Gutenberg Consultores,
empresa de recolocação de executivos, aconselha escrever os dados da sua
experiência profissional na seguinte seqüência: nome da empresa - se ela não for
conhecida, descreva rapidamente seu ramo de atividade, sua posição no mercado,
seu faturamento e seu tamanho em número de funcionários (a idéia é mostrar seu
porte); cidade e, se for o caso, o país em que ela se localiza; a posição que
você ocupava; e, finalmente, o mês e o ano da sua contratação e saída. "É
importante mencionar isso para que o empregador saiba se você passou algum
período sem trabalhar", diz Gutenberg. Não se limite a dizer qual era o seu
cargo. Muito mais importante que ele é contar o que fez na prática. É isso o que
vai fazer a diferença - e é justamente esse um erro que grande parte das pessoas
comete. Não adianta escrever: administrador financeiro, responsável pelas
finanças da empresa. "É óbvio que um jogador de futebol joga futebol", diz o
headhunter Robert Wong, da Korn/Ferry International. "O que quero saber é se ele
foi capitão do time, se nunca recebeu um cartão vermelho e outras coisas desse
tipo." Enumere as responsabilidades que tinha quando ocupou aquele cargo e os
resultados que obteve. Sempre que possível, diga quanto a empresa lucrou com as
suas ações. Veja como um gerente comercial descreveu as suas atribuições e
realizações e siga seu exemplo:
Gerente Comercial Divisão Laminados
• Fui o responsável por vendas, marketing, exportação, importação,
desenvolvimento de produtos e mercados e serviço de atendimento ao cliente.
Vendas em 1999: US$ 84 milhões.
• Elevei a participação de mercado no segmento de rodas de
alumínio para caminhões de 5% para 95% em cinco anos, qualificando a Roda XYZ
como padrão no modelo 1938 pesados Mercedes-Benz. O volume de vendas de 40 000
rodas em 1999 justificou a aprovação de um investimento de US$ 6 milhões para
sua fabricação no Brasil." Se você fosse um médico, poderia descrever suas
realizações desta maneira:
• "Implementei, juntamente com minha equipe, um programa de
combate à febre amarela que resultou na redução de US$ 5 milhões nas despesas
públicas com saúde.
• Dirigi o Hospital XYZ durante oito anos e reverti seu
delicado quadro financeiro por meio de parcerias com a iniciativa privada.
• Operei, nos últimos 12 meses, 80 pacientes com problemas
cardiovasculares, obtendo 100% de sucesso nessas intervenções."
Naturalmente, não há apenas uma maneira de falar sobre a sua carreira. Vicky
Bloch, diretora da DBM, outra empresa de outplacement, sugere que você relacione
suas competências com os resultados que obteve nas empresas onde trabalhou. O
padrão sugerido pela consultora foi adotado por este profissional, que deseja
ser o diretor industrial de uma empresa:
Competência
Capacidade de implementação de políticas e procedimentos, evitando processos
para a organização.
Principais Realizações
Implementei políticas e procedimentos internos para aprovação pelo departamento
jurídico envolvendo contratos, embalagens e rótulos, comerciais em TV, rádio e
revistas, procurações e serviço de atendimento ao consumidor. Por causa dessa
atuação preventiva, evitamos problemas com o consumidor como, por exemplo, um
recall."
9. Um currículo só não basta
Se há uma coisa que pode adiantar o expediente é fazer um currículo especial
para cada empresa que você tenha em vista. É claro que antes você precisa saber
em quais empresas gostaria de trabalhar - e não importa se há vagas ou não
(qualquer empresa inteligente tem lugar para pessoas talentosas). A partir daí,
terá que descobrir tudo o que puder sobre a companhia, sobretudo os problemas
para os quais você tem solução. Internet, jornais, revistas e conversas com
funcionários são fontes valiosas de informação. Essa é a única maneira de não
gastar munição à toa. "Uma vez recebemos o currículo de um físico nuclear",
lembra José Luiz Ferreira Gomes, consultor interno de recursos humanos da
Copesul. Detalhe: a Copesul é uma companhia petroquímica e não tem espaço para
esse tipo de profissional. Em outras palavras, tempo perdido para o candidato e
para a empresa.
10. Seu diploma tem grife?
Não adianta negar: além da experiência profissional, a formação acadêmica pesa
muito na hora do empregador se decidir por um candidato. É consenso entre os
especialistas em carreira que quem não se graduou em uma universidade conhecida
deve "reparar" essa falta fazendo uma pós-graduação numa instituição de renome.
Não estamos querendo dizer que sem um diploma de primeira linha a pessoa não
tenha chances de entrar e crescer numa boa empresa. Claro que o desenvolvimento
depende muito mais dela mesma do que das escolas por onde passou. A questão aqui
é: o que você tem a oferecer para a empresa? Ela quer alguém que já tenha
provado que deu resultados em outras companhias (e para isso o profissional não
poderá ser jovenzinho) ou alguém que tenha estudado numa instituição respeitada
- porque, teoricamente, desses lugares saem pessoas com mais potencial. Nunca se
iluda quanto ao objetivo das empresas: elas querem gente talentosa, capaz de dar
resultados. Isso é o que mais importa para elas. Se a pessoa está entrando no
mercado e não tem como provar que é boa, passará pelo funil com muito mais
facilidade se tiver um diploma de nome, falar inglês fluentemente, tiver
estudado no exterior e coisas assim. Se já tem feitos que fazem os olhos
brilhar, basta se manter atualizada. Fale sobre sua formação acadêmica começando
sempre pelo curso mais recente, com ano de início e de término. Basta relacionar
o curso de graduação e pós-graduação (é ridículo colocar pré-primário, ginásio,
primeiro grau etc.). Se você estiver pleiteando um estágio, terá mais uma razão
para começar dizendo onde fez, ou está fazendo, a faculdade.
11. Nada de cursos relâmpagos
Só coloque os cursos complementares que fizeram você desenvolver alguma
habilidade interessante para a empresa onde quer trabalhar. Aqueles seminários
de uma tarde sobre relações humanas no trabalho definitivamente não interessam a
ninguém.
12. Qual é sua língua
Em matéria de idiomas não existe meio termo. "Ou você é fluente ou não é",
diz a headhunter Yonara Costa. Para evitar constrangimentos na hora da
entrevista (sim, seus conhecimentos serão testados cara a cara), ela aconselha o
candidato a subavaliar seu conhecimento de línguas estrangeiras. Ou seja, é
melhor dizer que do francês você só sabe o básico do que afirmar que se vira
muito bem - ainda que se vire razoavelmente bem. Ao contrário da faculdade, o
nome da escola (ou escolas) onde você aprendeu inglês, alemão, espanhol ou seja
lá o que for não importa a mínima. A não ser que tenha aprendido morando no
exterior - aí, claro que tem que dizer.
13. Conte sua vida lá fora
O relato das suas experiências internacionais pode ser um item à parte ou
distribuído ao longo do currículo. Atenção: viagem de férias para Cancun não é
sinônimo de experiência internacional. Estamos falando de trabalhar e morar fora
do país. Os candidatos a trainee que tiverem feito intercâmbio ganham pontos. Se
tiverem trabalhado entregando pizza, limpando piscinas ou servindo em
lanchonete, melhor ainda. Todas essas experiências dão à pessoa jogo de cintura
e, de qualquer forma, aumentam a rede de relacionamentos.
14. Muito além do trabalho
Não há uma regra quando o assunto é listar, ou não, os seus hobbies e atividades
fora do horário comercial (eles entram no item "informações adicionais"). Alguns
consultores são de opinião de que escrever que você gosta de jogar tênis, que é
um pé-de-valsa e tem prazer em ser o síndico do prédio é bobagem. Essas coisas
devem ser deixadas para a entrevista. Mas não dê ouvidos a eles se a sua
intuição disser o contrário, porque um determinado detalhe pode acabar sendo o
diferencial decisivo. Quer ver? Certa vez, Robert Wong foi contratado para
procurar um diretor de recursos humanos para uma empresa em Brasília. Ele
selecionou cinco candidatos, todos na faixa dos 45 anos, como queria o cliente.
Apenas um tinha mais de 50. "Era um profissional muito competente. Achei que
valia a pena tentar", diz Wong. Adivinhe quem foi o escolhido? Justamente o mais
velho. E sabe por quê? "Meu cliente se encantou com o fato de o candidato ter
dito em seu currículo que era um exímio preparador de churrasco. Ele também
tinha esse hobby", diz Wong. É claro que ninguém é selecionado por adorar fazer
churrasco ou ser campeão de natação. Mas isso pode ser uma pista sobre a
personalidade da pessoa. Reunir os amigos para preparar um churrasco não deixa
de ser um sinal de liderança, qualidade interessante para um diretor de recursos
humanos. Para os meninos e meninas que estão disputando um estágio, o item
"informações adicionais" é a grande chance de chamar a atenção do empregador.
"Não tenho vontade de entrevistar um jovem que não pratique esportes e nunca
tenha feito um trabalho voluntário, diz Luiz Edmundo Prestes Rosa, diretor de
recursos humanos do Grupo Accor. "Essas são realizações importantes na vida de
um adolescente."
Por: Márcia Rocha