Produto é adequado para quem deseja poupar por 15 anos ou mais e não quer ter
uma redução do padrão de vida após a aposentadoria
Quanto mais cedo se começa a investir em previdência complementar, melhor
Manter um bom padrão de vida depois da aposentadoria geralmente não é tarefa
fácil para quem tem um bom salário. O único jeito de não ser obrigado a abrir
mão de diversas despesas é começar a investir tempo e dinheiro na formação de
uma fonte secundária de renda muitos anos antes de parar de trabalhar. Uma das
opções disponíveis no mercado são os fundos de previdência privada, que contam
com uma infinidade de produtos e regras - às vezes difíceis de entender. Para
não se perder nesse universo de siglas, taxas e alíquotas tributárias, são
imprescindíveis muita pesquisa para escolher o plano mais adequado, disciplina
para poupar e informação para fazer o dinheiro render.
Em geral, a previdência complementar é destinada a quem ganha acima do teto
das aposentadorias pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Isso
porque, para esses trabalhadores, o valor do benefício da previdência social
será menor que o salário da ativa. No entanto, especialistas acreditam que, na
realidade, qualquer pessoa com condições de poupar algum dinheiro por mês pode
pensar em planejar sua aposentadoria, com vistas a uma vida mais confortável no
futuro.
Para honrar esses planos e atingir a renda desejada na aposentadoria, os
fundos de previdência privada requerem contribuições periódicas predefinidas,
com o objetivo de poupança. Mas a ideia é que esse dinheiro se multiplique com o
passar do tempo. Esses fundos funcionam como qualquer outro fundo de
investimento, aplicando em diversos tipos de ativos sob a gestão de um
especialista. Quando o investidor se aposenta, pode começar a resgatar seus
recursos na periodicidade que preferir.
No entanto, os fundos de previdência seguem algumas regras próprias. Como
precisam tentar garantir alguma rentabilidade, não permitem alavancagem
(possibilidade de perda maior que o patrimônio do fundo) e só podem ter no
máximo 49% da carteira composta por renda variável. Além disso, como incentivo
aos investimentos de longo prazo, as alíquotas de Imposto de Renda diminuem
substancialmente na proporção inversa do tempo em que o dinheiro permanece
aplicado.
Por isso, quanto mais cedo se começa a investir, menores serão as
contribuições mensais e maiores os benefícios tributários. O ideal é contribuir
por, pelo menos, 15 anos. Na opinião de Renato Russo, vice-presidente da
Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), os fundos de
previdência só não são aconselháveis para quem está muito perto de se aposentar,
algo em torno de cinco anos, pois os rendimentos não compensarão o valor das
taxas de custeio e do imposto. "Por outro lado, uma pessoa que resolve investir
com vinte e poucos anos pode começar, por exemplo, com 5% de sua renda e ainda
assim garantir um benefício razoável no futuro. Hoje em dia já existem planos de
previdência que aceitam contribuições mínimas de 30 reais", garante.
O planejamento ideal
O planejamento da aposentadoria deve levar em conta uma série de fatores.
Primeiro, é preciso estimar a renda total desejada, quanto seria possível
receber pelo INSS (no caso de quem contribui) e, consequentemente, de quanto
deve ser a complementação. Em seguida, deve-se definir quanto é necessário
poupar por mês para, no longo prazo, atingir essa renda complementar em um fundo
de previdência privada. É claro que essa contribuição também varia de acordo com
o tipo de plano e com a composição da carteira.
Porém, é preciso ficar atento ao fato de que a renda gerada por um fundo de
previdência pode ser apenas estimada, pois não há como garantir a rentabilidade.
Além disso, investidores disciplinados devem ter em mente que, dependendo de
seus objetivos, outras aplicações de longo prazo podem ser mais vantajosas do
que os fundos de previdência. Finalmente, deve-se pensar também em investimentos
de curto e médio prazo para atender às necessidades financeiras mais imediatas.
Todas as instituições que oferecem planos de previdência têm simuladores de
aposentadoria. Pode-se também fazer o cálculo com a ajuda de um profissional
dessas entidades. Mesmo depois de adotado um plano, o investidor precisa
consultar seu corretor, a cada cinco anos, para verificar se a projeção que ele
fez ainda se sustenta. "Pode ser que a pessoa perceba que vai precisar de uma
renda maior no futuro, que o fundo tenha rendido mais que o esperado ou que ela
passe a ter condição de poupar mais. Isso muda todo o planejamento", explica o
vice-presidente da Fenaprevi. O cálculo da aposentadoria deve levar em conta
três fatores:
1) A renda que o investidor estima precisar no futuro. Considerando-se o que
ele deve receber pela Previdência Social, estabelece-se que será preciso uma
renda complementar correspondente a uma porcentagem do salário da ativa - por
exemplo, 60% ou 70% dos atuais rendimentos. A meta será, portanto, atingir uma
reserva equivalente a esse percentual.
2) O tempo de acumulação. Considera-se a idade em que o investidor começará a
investir e quantos anos ele terá quando se aposentar.
3) Quanto o investimento vai render. Isso é uma estimativa, pois seja o fundo
aberto ou fechado, não é possível definir com precisão a renda mensal futura,
uma vez que a rentabilidade dos fundos varia de acordo com o cenário econômico.
No entanto, carteiras compostas de ativos de maior risco têm mais chance de
obter maior rentabilidade.
Mesmo após todos esses cálculos, ainda é importante tomar alguns cuidados.
Fundos de previdência são aplicações de longo prazo. Resgatar o investimento com
pouco tempo de carteira não é bom negócio pois a alíquota de IR pode ser mais
alta do que a de outros fundos de investimento de longo prazo (saiba mais
sobre a tributação dos fundos previdenciários na página 4). Por isso,
especialistas recomendam que a previdência não seja a única forma de aplicação.
"O investidor deve ter formas diferentes de poupança atreladas aos seus
diferentes objetivos financeiros. Aposentadoria é apenas um deles. É necessário
ter aplicações de curto e médio prazo para emergências e para metas mais
imediatas, como os estudos dos filhos", explica Fábio Gallo Garcia, professor de
finanças pessoais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "A aposentadoria pode ser um
investimento de 30 anos. É difícil precisar que tipos de ativos serão mais
rentáveis até a hora de receber o benefício. O ideal é diversificar para se
resguardar", diz André Luiz Marques, presidente do Instituto dos Advogados
Previdenciários de São Paulo (IAPE) e sócio do escritório Expósito e Marques.
Qual o melhor plano para mim?
Basicamente há três formas de contribuição para garantir a aposentadoria:
1 - INSS: A contribuição para o INSS é compulsória para o trabalhador com
carteira assinada e corresponde a 11% do salário bruto mensal. Mas quem não tem
carteira assinada - como autônomos e profissionais liberais - também pode
contribuir como forma de usufruir de uma previdência certa e garantida pelo
governo, além de benefícios que nenhum plano de previdência privada traz, como
auxílios em caso de doença ou acidente de trabalho.
2 - Fundos de previdência fechados: São os fundos de pensão de empresas
voltados para seus próprios empregados. Também há fundos fechados mantidos por
entidades representativas dos trabalhadores, como sindicatos, cooperativas e
associações. Por não terem fins lucrativos, as taxas de manutenção são bem mais
baixas que as dos fundos de previdência abertos. No caso dos fundos
patrocinados, ainda há a vantagem de que a empresa ajude na contribuição para a
aposentadoria do funcionário com a mesma quantia depositada a cada mês pelo
próprio trabalhador, o que aumenta consideravelmente seu patrimônio (saiba
mais sobre esses fundos na página 4).
3 - Fundos de previdência abertos: São os planos comercializados por bancos,
seguradoras e outras entidades de previdência aberta, em duas modalidades
básicas: o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício
Livre (VGBL). As duas diferem apenas no que diz respeito à tributação. As
composições de carteira e a rentabilidade são variadas. As taxas cobradas podem
ser muito altas e devem ser estudadas com cuidado para não corroerem demais os
rendimentos (saiba mais sobre esses fundos nas páginas 5 e 6).
Quando investir em fundos fechados
Para os especialistas em previdência, quem tem acesso a esse tipo de fundo
deve aproveitar. Eles são, em geral, mais vantajosos que os fundos abertos, por
terem rentabilidade semelhante, mas com menos custos para os pensionistas. Como
não há fins lucrativos, só é preciso pagar uma taxa de administração,
normalmente mais baixa que as praticadas no mercado de previdência aberta. Além
disso, não há cobrança de taxa de carregamento, em geral cobrada pelos fundos
abertos para cobrir custos de comercialização.
Há ainda outras vantagens. Os fundos fechados permitem ao investidor
participar dos processos de decisão sobre as aplicações ou ter contato direto
com quem participa. Como descontam a contribuição diretamente do salário, também
facilitam a vida do investidor indisciplinado. No caso dos fundos patrocinados,
a contribuição do trabalhador pode até dobrar, uma vez que a empresa onde ele
trabalha também deposita o mesmo valor que o empregado todos os meses. E, se o
empregado sair da empresa antes de se aposentar, tem sempre o direito de
resgatar ao menos os recursos que foram depositados por ele mesmo.
Esses fundos dispõem, ainda, de diferentes faixas de contribuição entre as
quais o trabalhador pode optar. "Na medida em que seu salário aumenta, o
trabalhador pode ir mudando de faixa de contribuição. Mas se o valor mais alto
ainda não for condizente com a renda desejada na aposentadoria, é aconselhável
diversificar os investimentos", explica o professor Fábio Gallo Garcia.
Para o especialista em direito previdenciário André Luís Marques, os fundos
fechados são, na verdade, o segundo pilar da previdência, ao lado da previdência
social. E, para quem tem acesso a esse tipo de investimento, não há porque
preferir um plano aberto. "A previdência fechada é um instrumento importante
para a verdadeira universalização de cobertura dos riscos sociais no caso dos
trabalhadores que ganham acima do teto da previdência social", afirma Marques.
Em relação à tributação, o IR é cobrado no momento do resgate, com base em
uma das duas tabelas existentes: a regressiva e a progressiva. A primeira é a
mais vantajosa para quem de fato poderá fazer de seu plano de previdência um
investimento de longo prazo. Isso porque, segundo essa tabela, quanto mais tempo
o dinheiro fica investido, menor a alíquota do IR. Esta varia de 35% - para
aplicações de até dois anos - a 10% - para aplicações de mais de dez anos. A
cada dois anos, a alíquota diminui 5%. Já a tabela progressiva é a tabela normal
do Imposto de Renda, com alíquotas que variam de zero a 27,5% de acordo com o
montante investido. Esse modelo de tributação só é vantajoso caso o tempo de
contribuição até a aposentadoria seja curto e a não haja mais a perspectiva de
formação de uma poupança considerável.
Fundos de previdência abertos
Quem não tem a possibilidade de contribuir para um fundo fechado tem a opção
de fazer um plano de previdência aberta. São diversos os produtos que o mercado
oferece, com diferentes benefícios incluídos. As duas principais alternativas
são o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício
Livre (VGBL). Eles funcionam como seguros com cobertura em vida, seguem o mesmo
modelo de tributação dos fundos fechados (com opção entre duas tabelas), não
garantem benefício mínimo, mas exigem uma contribuição fixa por mês, o que ajuda
a disciplinar o investidor.
A única diferença entre esses dois planos diz respeito à cobrança do Imposto
de Renda. Quem adota o PGBL pode abater do IR até 12% da renda tributável anual.
Essa opção é destinada apenas a quem entrega a declaração completa do Imposto de
Renda. Entretanto, isso não significa isenção de imposto, mas sim postergação.
Quando for resgatar seus recursos na aposentadoria, o investidor deverá pagar o
IR sobre todo o montante aplicado, de acordo com a alíquota referente ao tempo
em que deixou seu dinheiro no fundo.
Já o VGBL não permite esse abatimento. Em compensação, na hora do resgate, o
IR incide apenas sobre os rendimentos. Essa modalidade é destinada a quem faz a
declaração simplificada do Imposto de Renda (que adota desconto único, de 20%
sobre a renda tributável), a profissionais liberais cujas aplicações podem
variar de ano a ano ou a quem deseja investir mais do que 12% de sua renda bruta
em previdência. Nesse caso, o melhor é investir 12% em PGBL e o restante em VGBL.
Mas, afinal, qual a vantagem de abater do IR o percentual investido em PGBL
se, no futuro, a cobrança do imposto compensa esse benefício? O professor de
direito tributário da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Marcos Figueiras,
explica: "Isso serve para incentivar o contribuinte a investir aquele percentual
abatido. Se ele não fizer isso, no fim das contas, dá na mesma."
Contudo, é nos custos que os fundos de previdência abertos podem pesar mais.
As taxas cobradas podem ser muito altas, o que demanda paciência para pesquisar
e barganhar na hora de escolher o melhor plano. "Como os fundos de previdência
abertos visam ao lucro, existem muitos custos envolvidos, que podem reduzir
substancialmente o valor dos resgates durante a aposentadoria", alerta o
especialista em direito previdenciário André Luís Marques.
Além da taxa de administração - percentual ao ano cobrado sobre o patrimônio
líquido do fundo para cobrir os custos com gestão e administração - os fundos de
previdência podem cobrar também uma taxa de carregamento, que incide sobre a
contribuição mensal e serve para cobrir os custos de comercialização dos planos.
Ou seja, se o investidor contribui com 100 reais e há uma taxa de carregamento
de 1%, apenas 99 reais serão, de fato, investidos. O valor dessa cobrança é
limitado a 10%.
Embora não haja cobrança de taxa de performance, os fundos de previdência
podem cobrar, ainda, uma taxa de saída, caso o montante aplicado seja resgatado
ou transferido antes de determinado prazo de carência, que pode variar entre 60
dias e dois anos, dependendo do administrador. Na opinião do especialista em
finanças pessoais da FGV, Fábio Gallo Garcia, não deveria haver essa carência,
uma vez que a lei garante a portabilidade de investimentos entre diferentes
administradores, desde que seja para um plano do mesmo segmento.
O professor aconselha, ainda, que se opte por fundos cuja taxa de
administração não ultrapasse 1,5% ao ano. Mas o primeiro custo a ser verificado
deve ser mesmo a taxa de carregamento. "O ideal é que não exista, e algumas
instituições já não cobram", diz Garcia. As estimativas da Fenaprevi são
condizentes com a recomendação do professor. Segundo Renato Russo, as médias das
taxas de administração da indústria vêm caindo, e têm oscilado entre 1,5% e 1,7%
ao ano. Já as de carregamento normalmente são menores e também estão diminuindo.
É claro que as taxas variam também segundo os benefícios contratados. O
segurado pode escolher a forma de fazer o resgate - se de uma só vez ou
periodicamente, se pelo resto da vida ou temporariamente. Já em caso de morte, é
possível reverter a renda aos beneficiários que escolher. Não há carência para
usufruir desses benefícios.
Outras opções
Existem ainda outros planos, menos conhecidos, que dão algumas garantias
mínimas aos seus segurados. Bem parecidos com os PGBLs, há o Plano com
Atualização Garantida e Performance (PAGP), o Plano com Remuneração Garantida e
Performance (PRGP). Já o Vida com Atualização Garantida e Performance (VAGP) e o
Vida com Remuneração Garantida e Performance (VRGP) se assemelham em
funcionamento aos VGBLs.
O PAGP e o VAGP garantem que os recursos aplicados serão corrigidos por um
índice de inflação previamente acordado, além de eventuais repasses de
excedentes financeiros - isto é, o rendimento que ultrapassou as perspectivas
iniciais de ganho. Já o PRGP e o VRGP garantem, além da reposição da inflação e
dos repasses de excedentes financeiros, o pagamento de uma taxa de juros até o
limite de 6% ao ano.
Apesar das vantagens para o investidor, a oferta desses produtos é muito
pequena devido à dificuldade e ao risco de se oferecer uma garantia após um
prazo tão longo. "Esses produtos têm sido colocados em segundo plano porque têm
risco financeiro para a seguradora. Com a redução nas taxas de juros com o
passar do tempo, dar uma remuneração atraente para o consumidor ficou muito
difícil", esclarece o vice-presidente da Fenaprevi.
Riscos
Assim como as aplicações em fundos de investimento, os fundos de previdência
também envolvem riscos que devem ser bem medidos, uma vez que essa poupança será
indispensável para o investidor depois de sua aposentadoria. Os fundos podem ser
mais ou menos conservadores, dependendo da composição de sua carteira. Existem
aqueles que apenas aplicam em renda fixa e os que admitem alguma renda variável,
sem ultrapassar o limite máximo de 49%. Carteiras com mais renda variável são
mais recomendáveis para quem ainda tem muito tempo de aplicação pela frente.
Cotas de outros fundos, como os imobiliários, também estão entre as opções de
ativos.
Entretanto, não existe garantia alguma para os investidores caso o fundo
amargue grandes perdas no longo prazo. Por exemplo, se o fundo for à falência,
seus investidores perdem os recursos acumulados por tantos anos. O advogado
André Luís Marques critica esse modelo, principalmente o fato de valer inclusive
para os fundos de pensão. "O Estado entende que a previdência complementar é
facultativa, mas com a redução paulatina do teto dos benefícios previdenciários,
o Estado está empurrando cada vez mais trabalhadores para esse tipo de
previdência."
O presidente do IAPE explica que o artigo 11 da Lei 109/01, que dispõe sobre
o regime de previdência complementar, estabelece a contratação de operações de
resseguro ou de fundos de solvência para fundos de previdência. No entanto,
ainda não houve regulamentação desse trecho da lei. Se esses dispositivos fossem
obrigatórios, seriam formados fundos garantidores que assumiriam o fundo de
previdência caso ele entrasse em liquidação. "O trabalhador que investe em um
fundo de previdência está submetido às regras do mercado de capitais, mas não
deveria correr tanto risco", acredita Marques.
Por isso, além de conhecer bem os produtos de previdência e seus custos, o
investidor precisa pesquisar bastante e se certificar de que a instituição que
vai administrar seus recursos é sólida e tem credibilidade. "A pergunta que eu
preciso fazer é se essa entidade ainda vai existir quando eu resgatar meu
dinheiro", diz o professor Fábio Gallo Garcia. É preciso verificar se existe
algum processo contra a instituição e checar sua idoneidade junto aos órgãos
fiscalizadores: a Secretaria de Previdência Complementar, no caso dos fundos
fechados, e a Superintendência de Seguros Privados (Susep), no caso dos fundos
abertos.
Na hora de pesar os riscos dos fundos de previdência cabe também se perguntar
se esse é realmente o tipo de investimento de longo prazo ideal. A principal
vantagem dos fundos de previdência é o fato de eles disciplinarem o investidor,
pois o obrigam a contribuições mensais para a sua aposentadoria. Também há
produtos capazes de resguardar a família do segurado no caso de morte ou
invalidez. Se a intenção for investir por mais de dez anos, a alíquota de IR
também é vantajosa.
"Mas as pessoas disciplinadas conseguem formar um bom patrimônio até mesmo
com a caderneta de poupança", ressalva André Luís Marques. Apesar da
rentabilidade modesta, essa modalidade não envolve custos e é considerada
segura, podendo ser inclusive uma possibilidade de diversificação para quem quer
se proteger contra os riscos dos fundos.
Seja como for, quem aplica em um fundo de previdência deve sempre acompanhar
seus balanços de desempenho e ter em mente que, caso aplique em um fundo aberto
e não esteja satisfeito por qualquer motivo, a lei lhe garante o direito de
portabilidade para outro administrador. Para fugir de possíveis armadilhas que
dificultem essa migração, o ideal é que o investidor peça para seu gerente ou
corretor fazer a conta na ponta do lápis para saber se os possíveis custos de
mudar de administrador valerão a pena.