"Se eu tivesse comprado aqui...", "Se eu tivesse vendido ali...".
As frases representam um sentimento muito comum entre os traders: o
impulso não realizado. O trade que deveria ter acontecido, mas que, por
algum motivo alheio a sua vontade, não ocorreu. A ordem não foi dada.
E o “se” vem normalmente acompanhado do “teria”, do "devia". “Sabia que
devia ter entrado em XPTO4!"; "Se tivesse entrado aqui teria tido x% de
lucro!”. O mais estranho é a nossa memória seletiva. Quando a operação não
corre bem, ninguém lembra de que quase efetuou a entrada. O investidor escapou
de um prejuízo, mas não pensa “Ufa, se eu tivesse entrado ali teria tido um
prejuízo...”.
Sofremos muito mais com o que não fazemos do que com o que
realizamos. Óbvio? Estranho?
Fica facílimo operar no mercado se excluirmos as emoções ao comprar e vender.
É o nosso emocional que atrapalha. Por várias vezes identificamos oportunidades
dentro do nosso método, mas por algum motivo não emitimos a ordem. Depois que o
movimento acontece, nos bate aquela frustração. E começam as lamentações:
"Por que não entrei nessa operação que era tão clara?".
Para evitar este mal que tanto atrapalha a atividade de trader, um
dos caminhos é planejar o dia ou a semana com o pregão fechado e manter um
diário detalhado de negociações. Neste diário de operações, além do básico -
ponto de entrada e quantidades -, devem também constar informações como o motivo
que o levou a entrar ou sair daquele papel. Pense no seguinte:
- Qual seu sentimento no momento do trade?
- Você sustentava ansiedade por não estar posicionado?
- Sentiu medo de estar diante de mais um trade perdedor?
- Ou sentiu ganância e por isso quis esticar um pouco mais o lucro?
Planejar o trade aprimora a disciplina de operar apenas os ativos que foram
analisados. Registrar o aspecto psicológico do trade desenvolve o seu lado
racional, mostra melhor como é o seu "eu investidor". Ambas as atitudes são
essenciais para quem quer ter uma postura profissional frente ao mercado. Bons
negócios!