Quando desenvolvemos uma competência nos tornamos mais fortes
diante da vida e de seus desafios. Dentro do rol das melhores competências que
podemos e devemos desenvolver encontramos uma que nitidamente se destaca: a
nossa competência em suportar a pressão das críticas!As críticas se dividem
em dois grandes grupos: as construtivas e as
destrutivas.
Uma crítica é construtiva quando tem por finalidade contribuir com o
nosso aperfeiçoamento. Por aperfeiçoamento devemos entender o foco em
aprimorar nossas forças e diminuir nossas fraquezas.
No caso da crítica construtiva, quem o está criticando vai sempre lhe apontar
uma deficiência (fraqueza) ou falta de eficiência (uma força que não está sendo
plenamente ou corretamente utilizada). Em ambos os casos esta pessoa está lhe
fazendo um favor porque está lhe ajudando a ampliar suas percepções a respeito
de si mesmo.
Não é raro que alguém lhe faça uma crítica inesperada, daquelas que nem mesmo
em seus dias de maior imaginação passariam pela sua cabeça. Nestes casos nossa
primeira reação é a surpresa seguida imediatamente do julgamento de que a
crítica só pode ser absurda e improcedente. É comum julgarmos absurdo ou
improcedente aquilo que não passa pela nossa cabeça. Mas isto não invalida a
importância da crítica!
''Quando todos pensam da mesma maneira, frequentemente, ninguém está
pensando!''
Quanto mais rara for uma crítica, tanto mais importante ela tende a ser,
portanto infinitamente maior a importância de a ouvirmos com atenção e
refletirmos em profundidade sobre ela.
Diante de críticas construtivas o procedimento é simples.
Ouça com toda a atenção, independentemente de suas impressões e julgamentos com
relação ao autor da crítica. Desenvolva um profundo respeito e gratidão pelas
críticas construtivas, elas são sempre um convite ao aperfeiçoamento e um
poderoso remédio contra a vaidade.
Atente para uma questão muito importante: o fato da intenção da crítica ser
construtiva não significa que a pessoa que a fez tenha habilidade em comunicá-la
da melhor forma. Gentileza, boa educação e habilidade interpessoal não são
características comuns a todos os bem intencionados. Isto significa que em
muitas situações uma crítica construtiva, que muito pode contribuir com sua
vida, poderá vir em péssima ''embalagem''. Preste mais atenção no conteúdo da
crítica que na sua forma. Conheço várias pessoas de valor, sinceras e bem
intencionadas que não sabem dizer as coisas com ''jeitinho''. Afinal por que
esperar que as críticas venham apenas de pessoas craques em relacionamento e
comunicação?
Vejamos agora as críticas destrutivas.
Uma crítica é destrutiva quando tem por finalidade desestruturar, ferir,
magoar ou desorientar. Observe que o fato de você ter se magoado não significa,
necessariamente, que a crítica tenha sido destrutiva. Alguém pode se magoar por
tendência em colocar-se no papel de vítima, baixa auto-estima, falta de
humildade ou excesso de vaidade, e nestes casos a responsabilidade pela mágoa é
toda sua.
A crítica é destrutiva quando é apresentada com o objetivo claro de causar
dano ou ofensa, visando impedir seu processo natural de evolução. Esta é uma
arma muito utilizada por pessoas presas aos processos de inveja, ciúme e
maldade. Sim, estas pessoas existem e em proporção bastante alta.
Mesmo nestes casos, ouça atentamente a crítica. Lembre-se que alguém na
tentativa de magoá-lo pode, ainda assim, dizer-lhe uma verdade. Seus oponentes
podem ser pessoas inteligentes e a crítica apesar de maldosa, pode conter
elementos verdadeiros.
Neste caso, este ''oponente'', por ironia do destino, estará lhe fazendo um
bem, desde que você possua a humildade de analisar e refletir sobre o conteúdo
da crítica!
Caso a crítica esteja fundamentada em conteúdo falso, maledicente ou
preconceituoso, considere este texto a seguir que escrevi em meu livro Atitudes
Vencedoras:
Pedras e frutos
''Não se atiram pedras em árvores sem fruto; toda tentativa de apedrejamento
visa sempre derrubar os frutos.
Inocente ignorância dos apedrejadores, porque, mesmo conseguindo o feito, se
esquecem de que os frutos caídos no chão experimentarão o tempo e a decomposição
e voltarão a frutificar, de uma ou de outra maneira, pois cada semente dá origem
à essência interior que carrega.
Já as pedras caídas no chão permanecerão pedras, e as mãos que as atiraram
terminarão vazias, tão vazias quanto o coração e a alma que lhes ativaram o
movimento.''