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Consumidor - Veja como passar de impulsivo a consciente nas compras 

Data: 13/03/2009

 
 
De acordo com o Instituto Akatu, ao contrário do que se imagina, consumir não está ligado simplesmente ao ato de comprar, que é apenas uma das seis etapas do consumo. Antes dela, é preciso decidir o que consumir, por que consumir, como consumir e de quem consumir. Depois, há ainda o uso e o descarte daquilo que foi adquirido.

Em outras palavras, ao consumir, é necessário buscar o equilíbrio entre sua satisfação pessoal e o impacto que suas escolhas gerarão ao seu bolso e à sua volta, tendo no consumo um instrumento de bem-estar para si mesmo, para a natureza e a sociedade.

Teoria x Prática
Na teoria, como em boa parte das situações, tudo é muito bonito e fácil, contudo, na prática, a coisa se complica. Segundo a psicanalista e consultora de gestão psicoeconômica, Vera Rita de Mello Ferreira, atualmente, os apelos para se comprar são muitos e cada vez mais eficientes.

Além disso, problemas no trabalho, um namoro ou casamento desgastado, a impossibilidade de realizar um grande sonho e até mesmo o fato de morar perto de shoppings ou ter amigos que compram muito podem ser motivos para ir às compras.

"O ato de ir às compras se torna uma fonte de prazer, uma válvula de escape. E aí a pessoa utiliza várias desculpas para comprar: por que é uma liquidação, o dinheiro está sobrando, ela estava triste, estava feliz... O fato é que ela compra por impulso e sem necessidade, e muitas vezes, a consequência disso são dívidas e até problemas familiares", diz a especialista.

O que fazer?
Para evitar as situações descritas acima e se tornar um consumidor consciente, veja abaixo algumas dicas. Contudo, alerta, Vera Rita, será necessário, além de disciplina, uma dose extra de paciência e boa vontade:
  • Não saia de casa com cheque ou cartão de crédito. Eles estimulam o gasto e criam a falsa impressão de se ter muito dinheiro;
     
  • Mantenha somente uma pequena quantia de dinheiro na carteira;
     
  • Quando a tentação surgir, resista. Não compre na hora. Deixe para o dia seguinte; a vontade, geralmente, passa;
     
  • Arrume o armário com frequência. Provavelmente, você verá que tem mais do que precisa, além de achar muitas coisas que não utiliza mais;
     
  • Comprou durante o dia? Anote durante a noite. Dessa forma, você tomará consciência dos seus gastos e perceberá se compra por necessidade ou por prazer;
     
  • Peça ajuda a alguém de confiança para ajudar a controlar o orçamento. Mas escolha com cuidado, para não se sentir controlado e causar o efeito contrário;
     
  • Mobilize amigos e familiares. Quando tiver vontade de comprar, combine um programa e desvie sua atenção para outros afazeres
     
  • Busque atividades que lhe deem prazer.
Pense no próximo
Para se tornar um consumidor consciente, pensar no próprio bolso não basta. Segundo o Instituto Akatu, também é necessário refletir sobre tudo o que cerca e gera o seu consumo. Por isso, evite adquirir produtos piratas, peça sempre nota fiscal e opte por empresas que se preocupam com o ambiente e o desenvolvimento social.

Além disso, sempre que possível, dê uma forcinha ao comércio local, às mercadorias artesanais, feitas com produtos reciclados ou por comunidades tradicionais.

Por fim, pense também na embalagem do que está levando, prefira as duradouras ou mais simples e que possam ser reutilizadas, pois, ainda segundo o Instituto, a maior parte do lixo produzido no Brasil é formada por embalagens, o que gera impactos ambientais e aumenta os gastos públicos.

Fique atento
Nem sempre a pessoa que compra muito e sem planejamento é apenas um comprador impulsivo. De acordo com Vera Rita, muitas vezes, a pessoa nem sabe o que quer ou precisa, mas a vontade é tão grande e persistente, que o item a ser adquirido é o que menos importa, além de gerar uma forte angústia e sentimento de culpa.

Neste caso, ela pode estar acometida pelo que os psicanalistas chamam de Compra Compulsiva, uma patologia, caracterizada, entre outras coisas, por um desejo irresistível de comprar. Diferentemente do impulsivo, que tem uma vontade momentânea, o compulsivo tem uma tensão crescente, que só passa após a aquisição de alguma coisa. É uma espécie de vício, que, em grande parte das vezes, a pessoa esconde.

A doença atinge todas as classes sociais e, segundo o estudo, ainda não existe um tratamento padrão. A avaliação é feita pelo psiquiatra para determinar o tipo de tratamento mais indicado, que geralmente envolve psicoterapia e uso de medicamentos.


 
Referência: InfoMoney
Autor: Gladys Ferraz Magalhães
Aprenda mais !!!
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