A pergunta mais comum que recebo, tanto em
palestras, cursos, no site ou em reuniões
informais é: “qual é o melhor investimento?”. E
muita gente não entende minha resposta e acha
que estou me esquivando de responder, mas a
resposta que dou é, quase sempre, a mesma: o
melhor para quem? O melhor em relação a quê?
Não é possível dizer que tal aplicação é boa
para isto ou para aquilo e que uma é melhor que
outra. Seria como definir qual é o melhor carro.
Evidentemente que, para tal, teríamos que
considerar, no mínimo, o uso planejado para o
veículo, o perfil do motorista, e o tempo de
utilização do mesmo.
Para escolher uma aplicação financeira,
acontece praticamente a mesma coisa. Faz-se
necessário saber, no mínimo, quais os objetivos
do investimento, qual o prazo para esta
aplicação, qual o perfil pessoal e financeiro do
investidor, quais os riscos que ele está
disposto a correr, qual o prazo disponível para
manter o dinheiro aplicado, qual a aplicação
inicial mínima, qual o valor que ele pode
investir regularmente, dentre outros.
Existem disponíveis no mercado ótimas opções
de aplicações. Entretanto, não é possível dizer
que tal aplicação é boa para você sem conhecer
um pouquinho sobre seu perfil econômico e
psicológico, sobre a sua renda, o tamanho da sua
família, a idade de seus filhos, etc. Partindo
do princípio de quem melhor conhece você é você
mesmo, fica mais fácil você conhecer as opções
existentes no mercado financeiro e descobrir
qual aplicação mais se adequa ao seu perfil,
necessidades, critérios e valores.
Evidentemente que, diante da quantidade de
opções existentes, você poderá se sentir em
dúvida ou se assustar. Não se preocupe, comece a
aplicar um pouquinho naquilo que você conhece e,
progressivamente, vá estudando o mercado
financeiro. Visite os sites dos bancos de
varejo, vá ao site do Banco Central, faça cursos
específicos sobre investimentos, pode ser algum
curso rápido, em um final de semana, ou até
mesmo uma pós-graduação em mercado financeiro,
mas estude. Este conhecimento vai ser muito
útil, ele irá permitir que você mude suas
carteiras de investimentos para obter maiores
rentabilidades, minimizando os riscos e
adequando as aplicações ao seu perfil, que você
conhece tão bem.
E como minimizar os riscos? É muito simples,
com conhecimento. Só existe um tipo de aplicação
arriscada, aquela que você não conhece.
Portanto, se quer investir em ações, conheça a
bolsa de valores e o mercado financeiro; se quer
investir em imóveis, conheça o mercado
imobiliário; se quer investir em gado, conheça o
funcionamento de uma fazenda e o mercado de
carnes e assim por diante.
Por outro lado, jamais invista na dica do
gerente do seu banco ou do amigo “investidor”, o
primeiro tem metas a cumprir e defenderá,
primeiramente, os interesses da instituição que
o emprega e paga seu salário, e o segundo, mesmo
sendo o “homem do mercado financeiro”, é uma
pessoa com o perfil, personalidade e
necessidades diferentes da sua. Também não
invista pela emoção, como um velho conhecido que
me disse assim: “invisto na bolsa só por causa
da adrenalina” e, até hoje, não me disse nada
sobre as rentabilidades auferidas e, muito
menos, sobre quanta adrenalina ganhou.
Pára-quedismo, “Bung Jump” ou asa delta podem
ser soluções para um bom ganho de emoção, se
este é o seu caso.
E, finalmente, se você decidir que não quer
ou não tem tempo de estudar o mercado
financeiro, contrate os serviços de um consultor
financeiro independente. Existem vários em
atividade no Brasil, eles irão te orientar, com
isenção e neutralidade, a buscar a melhor
aplicação que atenda às suas necessidades, de
acordo como seu perfil pessoal, critérios e
valores. Seu futuro irá lhe agradecer.