Sempre ouço amigos e pessoas próximas reclamando de que estão sem dinheiro. E
não são pessoas que não possuem atividade remunerada. São indivíduos que
trabalham e recebem bons salários, inclusive. O que ocorre é um fenômeno comum
entre muitas pessoas: a má gestão de sua vida financeira e o descaso pelo
planejamento de metas e investimentos.
É comum, ao receberem seu salário no final ou início de cada mês, essas
pessoas dispararem aquelas frases desqualificando o seu dinheiro como: “Lá
vem o mizerite”, quando falam do demonstrativo do salário ou “O
dinheiro é tão pouco que bate na conta e já acaba” e “O salário acaba
antes do mês” quando o orçamento doméstico está em pauta. Isso para não
usar outras ainda piores, que culpam empresa, colegas e família pelos problemas
financeiros do dia a dia.
Essas frases mostram que está em curso um desvio de conduta em relação ao
planejamento familiar, que objetivos e metas simplesmente não existem e que
consumir qualquer coisa serve. Se é esse o caso, você está diante de um grave
descontrole financeiro. Tratar o assunto na base da brincadeira e desqualificar
seu salário mostra o quanto as pessoas ainda tratam essa questão de forma
errada.
Qual seu padrão de vida?
O valor absoluto do dinheiro pode parecer pouco, mas me parece claro
que, se ele acaba tão rapidamente, é porque o padrão de vida que ele pode
proporcionar não está sendo respeitado. Traduzindo: se você está nessa situação,
está gastando mais do que pode. É hora de rever os gastos, cortar despesas e
buscar formas de melhorar/aumentar suas receitas. É hora de encontrar seu
verdadeiro padrão de vida e viver dentro deste limite.
Alguns reclamam tanto que me vejo no dever de tentar ajudar. Começo com uma
pergunta simples, clássica, óbvia, mas ainda assim provocante: de fato,
o que você tem feito para resolver essa situação? Quase sempre, não
existe uma resposta. Ora, as pessoas não se enxergam como responsáveis (os
verdadeiros culpados pela situação) e não aceitam que a solução deve partir
delas.
Sua atitude pode mudar tudo
Se você se enxergou dentro do horizonte pintado nesse artigo, coloco
abaixo algumas sugestões para uma verdadeira guinada em sua vida:
- Chame para você a responsabilidade de sua vida financeira.
Você deverá tomar a frente de tudo. Leia mais, discuta com a
família, implemente um controle financeiro através de um pequeno caderno,
planilha ou sistema e, principalmente, mude seus hábitos financeiros. Compre
mais à vista, separe o dinheiro do mês de forma mais organizada, fale mais
“não” para tudo e todos;
- Respeite o seu dinheiro. Chega de frases ou atitudes
que desqualificam seu dinheiro. Valorize cada centavo que ganha. Nas compras
que pretende fazer, pesquise os melhores locais de compra e busque sempre a
opção de compra à vista e com desconto. Aceite que cada centavo é importante
e foi conseguido através de seu esforço. Valorizar seu salário significa
valorizar-se;
- Qualifique-se e invista em aprendizado. Perceba que
para aumentar seu salário será necessária uma melhor qualificação. Cortando
alguns gastos desnecessários e valorizando seu dinheiro, você pode voltar ou
começar a estudar e investir seu tempo e esforço em aprendizado e
conhecimento, o que proporcionará uma melhor formação e maiores chances de
sucesso;
- Comece a guardar dinheiro. Chega de sair gastando sem
critério. Estude cada compra com cuidado e sem pressa. O melhor que tem a
fazer é guardar dinheiro, investir, mesmo que no inicio o percentual seja
pequeno. Aos poucos você irá se acostumar e verá a diferença que fará em sua
vida.
Chega de lamentações!
Como você deve ter percebido, o problema para quem reclama da constante
falta de dinheiro pode ser resolvido a partir da mudança de atitude. É verdade
que existem pessoas com problemas mais graves, como é o caso daqueles que não
possuem remuneração (desemprego, problemas de saúde etc.). No entanto, esta não
é a regra. A maioria enfrenta esse problema por negligência na relação com o
dinheiro.
É hora de mudar essa situação e o segredo de tudo passa sempre pela
disposição individual em fazer diferente e mudar. Caso opte por continuar com os
mesmos erros, com a vida financeira desordenada e sem perspectivas, ao menos
evite ficar se lamentado sobre a questão para e perto das pessoas que estão ao
seu lado. Combinado?