Existem estudantes que, ao entrarem na faculdade, ficam inseguros em relação
ao curso e até pensam em desistir. Será que esse sentimento é normal entre os
calouros?
“Ter insegurança é comum, pois a pessoa já vem de um momento de pressão e de
incerteza que é o vestibular. Além disso, existe uma autocobrança muito grande”,
explica a consultora de Recrutamento e Seleção da Ricardo Xavier Recursos
Humanos, Gisele Andriotti Tuckmantel.
Gisele afirma ainda que, no primeiro ano, as matérias da graduação são mais
básicas e não têm foco no mercado de trabalho. “O aluno não consegue enxergar
aplicação e desanima, mas não é por isso que ele deve desistir”, aconselha.
Avaliação criteriosa
Neste momento, é indicado que os alunos façam uma avaliação criteriosa, que deve
abordar o curso, os professores e a faculdade. Muitas vezes, o problema não está
ligado diretamente ao curso, mas à estrutura da faculdade ou até mesmo aos
professores.
Outra dica é conversar com estudantes que estão no penúltimo e último anos da
faculdade. Vale também conversar com os profissionais recém-formados.
“A pessoa tem de se identificar com as matérias dadas em aula, mas isso não
pode ser somente no âmbito escolar, e sim em seu cotidiano. Por exemplo,
estudantes de economia devem gostar de ler notícias sobre o assunto e isso foge
da sala de aula. Tem de ter interesse inserido no cotidiano”, avalia Gisele.
Caso não seja percebido esse interesse pelo assunto na vida da pessoa, é um
indício de que aquele curso pode não ser o que a pessoa queria.
Trancar a matrícula ou abandonar o curso?
Se o desânimo for grande demais, a consultora orienta que o aluno não
abandone o curso, mas tranque a matrícula. “Por mais que, em alguns lugares,
seja necessário pagar a matrícula, abandonar nunca é indicado, pois, se a pessoa
quiser voltar, encontrará mais dificuldades”.
A recomendação não inclui o aluno que está nos últimos anos da graduação,
para quem é indicado terminar o curso e depois procurar fazer uma pós-graduação
no assunto que mais interessa. “É importante ter em mente que nenhuma escolha é
definitiva”, finaliza Gisele.