Diante das diversas mudanças ocorridas atualmente no meio organizacional, é
comum nos depararmos com gestores reclamando da pouca competência de seus
colaboradores. Alguns empregadores desejam encontrar pessoas perfeitas para
agregar valor às suas organizações, porém em muitos casos não há grande esforço
por parte desses líderes em trabalharem seus próprios conceitos a fim de
compreender as diferenças entre seus liderados. Mesmo com toda a inovação dos
modelos de gestão atuais, assuntos como liderança servidora ainda são meras
utopias em algumas organizações.
Diferentemente da administração tradicional, o líder, atualmente, não está
comprometido apenas com as necessidades da organização, mas também com as
necessidades humanas incluindo suas aspirações no âmbito pessoal e profissional.
Para que possa desenvolver corretamente suas competências o profissional
precisa da cooperação de seu líder, pois mesmo que possua conhecimentos e
habilidades, as atitudes do colaborador podem ser impulsionadas conforme o
incentivo recebido pela liderança.
O verdadeiro líder representa a estratégia da equipe. Na ausência dele não
haveria visão nem orientação e as pessoas ficariam desfocadas do seu objetivo.
Percebe-se, a partir desse ponto, a distinção entre liderar e administrar, onde
o primeiro está relacionado às pessoas enquanto o administrador conduz os
processos da organização.
O gestor deve estar ciente de que possui autoridade para fazer a equipe
completar-se, equilibrando as competências e as fraquezas, sabendo coordená-las
para o bem coletivo. Atitudes básicas como ouvir as sugestões dos colaboradores,
bem como manter uma gestão participativa é um bom início para as mudanças que
podem impactar e otimizar o ambiente de trabalho.
O investimento em capacitação de profissionais é uma opção que tem crescido
gradativamente nas organizações. No entanto, esta alternativa muitas vezes se
restringe apenas aos cargos de nível operacional, enquanto as "cabeças" da
estrutura não podem dispor de um mínimo tempo para se integrarem com a sua
equipe ou abrirem a mente dando uma oportunidade de melhoria a si mesmo e ao
ambiente no qual estão inseridos. Mas eles não devem ser os únicos a serem
responsabilizados por este déficit de capacitação, pois muitos deles, devido ao
tempo em que exercem determinada função ou estão à frente de uma determinada
equipe, não possuem acesso às informações recentes sobre o comportamento ideal
do líder nos dias atuais. Alguns precisam tanto de orientação quanto seus
liderados.
É neste momento que o responsável de Recursos Humanos pode evidenciar suas
competências mostrando aos gestores alguns fatores que contribuem para o
aperfeiçoamento de suas atividades e incentivá-los a buscarem o desenvolvimento
de novas competências através de diversos meios de aprendizagem. Por mais que
alguns gestores não pareçam possuir características de servidão, eles continuam
sendo líderes quando conseguem influenciar sua equipe seja de forma positiva ou
negativa. Contudo, estas características apenas precisam ser identificadas e
lapidadas para produzirem um efeito desejado para uma liderança de sucesso.
O treinamento deve começar primeiramente na liderança para em seguida as
informações adquiridas produzirem efeito na equipe. Durante a implantação de
Sistema de Gestão da Qualidade, por exemplo, a atuação dos líderes é
imprescindível para a propagação e sucesso da gestão entre os profissionais da
empresa. A alta direção representa o ponto principal do sistema e através dela
os colaboradores conhecem e buscam a qualidade nos processos desenvolvidos, além
de trabalharem pela sua continuidade.
Desta forma, pode-se observar a extrema necessidade de conscientização do
gestor em todas as situações antes que este venha seguir com ideias para os
demais componentes da equipe. Somente de posse de qualificações técnicas e
principalmente psicológicas, o líder poderá obter o progresso de sua gestão e
alcançar os resultados almejados proporcionado à satisfação da organização como
um todo.
Assim, cabe a nós, profissionais de RH, orientar os nossos gestores a se
dedicarem à qualidade do seu ambiente e mostrá-los que esta melhoria gera
consequências para o bem-estar dos colaboradores, da organização e,
principalmente, do cliente.