Dezembro é mês de Natal, revéillon e... 13º salário. Batizado em 1962 através da
lei 4.090 como “Gratificação de Natal” ele impulsiona o consumo no último mês do
ano, não por acaso aquele que registra o maior movimento do comércio.
Quem ri à toa com esse abono são os lojistas. Geralmente dezembro é o mês
decisivo para fechar o ano com saldo positivo. Assim, aumentam as contratações
temporárias, as praças de alimentação dos shoppings ficam lotadas durante o dia
inteiro e antigas dívidas são finalmente equacionadas. Enfim, um ciclo que só
traz benefícios à economia.
Dúvida cruel
A surpresa e a animação com o bolso cheio levam à dúvida: o que fazer com o
dinheiro? A respostas apontam basicamente três caminhos: investi-lo, pagar
dívidas pendentes ou futuras e a última, mais agradável, sugere gastá-lo com
compras para parentes e amigos, incorporando o verdadeiro Papai Noel. Mas não se
esqueça que janeiro é um mês com muitos gastos (IPVA, IPTU, matrícula em colégio
e cursos dos filhos, compra de material escolar...), e um saldo de reserva para
eventuais emergências é sempre bem-vindo.
Veja as principais opções
Vale sempre lembrar que comprometê-lo integralmente com qualquer uma das
opções nunca é a melhor escolha.
Pagamento de dívidas
A mais chata e desagradável das opções, mas sempre necessária. Dívidas
referentes aos cartões de crédito ou cheque especial devem ser priorizadas, em
razão dos juros extorsivos de mais de 10% ao mês. Em alguns casos o rombo é tão
que o valor recebido não consegue cobri-lo. Nesta situação é melhor antecipar ao
máximo as parcelas futuras, tentando sempre negociar ou pedir descontos para
pagamentos à vista. Pensar em dívidas em um mês de festa e lembrar que aquele
dinheirinho terá como destino o bolso de outra pessoa pode deprimir qualquer um.
Mas a sensação de romper o ano sem pendências e livre de obrigações é
compensadora.
Investimentos
As alternativas são variadas e contemplam todos os tipos de investidores, dos
mais conservadores até aqueles que fogem da caderneta de poupança em busca de
maiores rendimentos. Cuidado para não mudar seu estilo devido ao dinheiro extra
em caixa. Um bom exemplo são as ações, indicadas apenas para investimentos a
médio e longo prazo. Muita gente compromete o dinheiro com elas, não consegue
lidar bem com as oscilações e termina por sacá-lo antes do tempo recomendado.
Compras e mais compras
Se a opção é gastar este dinheirinho extra com presentes ou viagens, deixe o
sentimento de culpa de lado! Provavelmente essa postura é reflexo da
responsabilidade financeira, e você conseguiu chegar até o fim do ano livre de
dívidas e com o orçamento equilibrado. Então, ir às compras é mais do que uma
tarefa rotineira de natal, é um brinde à disciplina!
Na hora de pagar, negocie descontos para compras à vista ou em grandes
quantidades, optando sempre que possível pelos pagamentos não parcelados e sem
juros. Como a época é de alta temporada, os preços costumam subir para todo o
tipo de serviço em destinos muito procurados pelos turistas. Em viagens ao
exterior, considere o câmbio corrente e faça projeções para saber se vale a pena
lançar as despesas no cartão de crédito. Porque de nada adianta receber o 13º
salário com a vida acertada e exagerar depois. Olho vivo nunca é demais!