Você é um daqueles profissionais que, durante o ano, tem muitos compromissos,
prazos para entregar trabalhos e relatórios, metas para cumprir, reuniões com
clientes e fornecedores... E não consegue se lembrar de tudo?
De acordo com o gerente executivo do INAP (Instituto de Neurolinguística
Aplicada), Sandro Pereira, a memória depende do estado emocional, por isso
profissionais estressados são os mais prejudicados. “O excesso de estímulo
externo [atividades] dificulta a memória das pessoas”, explicou.
A ausência de memória pode ocorrer também por falta de atenção nas atividades
que estão sendo executadas no momento. “Muitas pessoas fazem cinco coisas ao
mesmo tempo e depois não se lembram do que fizeram porque falta a chamada
atenção concentrada”, disse Pereira.
Tipos de memória
Existem dois tipos de memória: curto prazo [ou memória de trabalho] e memória de
longo prazo. A primeira serve para armazenar informações por um período restrito
de tempo. Por exemplo, quando você precisa anotar um telefone e não há nenhum
papel por perto, então você grava ou decora o número até anotá-lo na agenda. Não
raro, logo em seguida esquece do que anotou.
Já a memória de longo prazo é o lugar que é armazenado as informações
consideradas úteis. “Podemos dizer que a memória de trabalho é a RAM (Randon
Access Memory) do computador e a de longo prazo é o HD (Hard Disk)” explicou
Pereira.
Fenômenos
Ao transmitir a informação da memória de curto prazo para a de longo prazo, este
processo é chamado de consolidação e, ao buscar uma informação na memória de
longo prazo, o processo é denominado de evocação.
Na evocação, podem ocorrer três fenômenos que interferem na memória. O
primeiro é a deturbação, quando as pessoas lembram apenas de pequenos trechos do
que aconteceu e, para ajudar a se recordar, incluem informações que não
existiram naquela situação.
O segundo é chamado de ponta da língua, quando você conhece a informação, mas
não consegue lembrá-la. E o último é a falsa memória, que ocorre quando as
pessoas têm certeza de que aquilo aconteceu, mas na verdade não ocorreu.
Dicas
Seguem abaixo algumas dicas elaboradas pelo INAP que podem ajudar a fortalecer a
sua memória:
- Pratique regularmente técnicas de relaxamento;
- Ouça música clássica: de acordo com pesquisas, pessoas que escutam
música clássica apresentam reforço nas habilidades de raciocínio
espaço-temporal;
- Valorize o poder das estórias: nossa memória semântica vive em um mundo
de palavras. Ela é ativada por associações, similaridades ou contrastes.
- Escreva o que você quer se lembrar em detalhes;
- Organize seu pensamento;
- Quando a sua memória lhe escapa, investigue-a: você pode investigar uma
memória perdida refazendo seus passos, passando pelo alfabeto para ver se
uma letra sugere uma pista, recapturando o humor em que você estava quando a
memória foi formada ou pensando sobre o contexto da memória que está
tentando reacessar;
- Desafie a sua mente;
- Durma adequadamente;
- Coma alimentos leves e de maneira adequada e tome muita água;
- Exponha-se a estímulos novos;
- Envolva as emoções;
- Divida as informações, especialmente números;
- Use rimas;
- Enfatize a memória dependendo do estado: o que se aprende em um
determinado estado mental ou circunstância externa será melhor lembrado no
mesmo estado ou circunstância;
- Use a modalidade preferencial da memória: pode ser por meio de listas,
desenhos, falar a respeito do que aprendeu, criar rimas entre outros;
- Dê ao seu cérebro uma injeção de glicose: a glicose é fonte primária de
energia para o cérebro;
- Evite sedativos e substâncias que induzem a sonolência;
- Preste atenção redobrada às informações apresentadas no meio de uma
sessão de aprendizagem, devido à tendência natural do cérebro de lembrar com
mais facilidade, o que é apresentado no início e no final;
- Dê ao seu cérebro tempo para descansar.