Investimentos / Fundos - Investir não é o mesmo que poupar
A receita para qualquer pessoa física ou empresa prosperar envolve um
raciocínio bastante simples: gastar menos do que se ganha e investir bem a
diferença. De tão óbvia a colocação, parece inócua. Mas aqueles que entendem
a profundidade desta fórmula são os que deixam o rebanho dos inconformados
para conquistar seu lugar ao sol.
Investir não é somente guardar parte da renda ou aplicar na caderneta de
poupança. Investir é também comprar barato e vender caro. Alguns optam por
se especializar na compra e venda de imóveis. Procuram pechinchas e as
vendem, algum tempo depois, pelo real valor de mercado. Quem já procurou
imóveis em uma imobiliária deparou com a pergunta: “O que o senhor (ou a
senhora) procura é para morar ou para investir?” O corretor imobiliário sabe
que aqueles que querem um imóvel para morar darão valor a aspectos que nem
sempre se refletem no valor de mercado, como a beleza do jardim, a
ventilação da casa, a vista da janela, a facilidade de uma padaria próxima.
Por valorizar tais aspectos, muitas vezes estarão dispostos a pagar preços
que incluem as qualidades detectadas pelo proprietário original.
Quando se está procurando um imóvel para investir, na percepção dos
corretores, o objetivo é qualquer imóvel que valha menos que um “para morar”
valeria – o ideal é que valha muito menos – e não seja difícil revender no
futuro. Tais qualidades não são fáceis de conseguir. Em geral, dependem de
um proprietário realmente interessado em se desfazer do imóvel, como
acontece em casos de herança, viagem súbita para o exterior, separações
conjugais e problemas financeiros. É assim que se ganha dinheiro no mercado
imobiliário. Os “que investem”, com capital e tempo para esperar uma
oportunidade, compram imóveis dos “desesperados para vender”, e então
esperam a oportunidade de encontrar um “que quer morar”, que lhes pagará
preço maior. Para conseguir esse preço maior, o corretor muitas vezes usa
todas aquelas técnicas de vendas que mencionei quando tratei do exemplo da
loja de móveis. Assim, aquele que quiser investir no mercado imobiliário não
dependerá apenas de sua decisão. É preciso conhecer imóveis, conhecer as
imobiliárias, preferencialmente ter alguns corretores de confiança, visitar
as imobiliárias com freqüência, manter o foco em um mercado específico
(ninguém consegue estar informado sobre todos os tipos de imóvel de todas as
regiões de uma grande cidade) e constantemente atualizar informações e
conhecimentos. Em outras palavras, será preciso ser um profundo conhecedor
do assunto se não quiser perder dinheiro em seus investimentos.
Isso vale para todo tipo de investimento. Alguns escolhem imóveis, outros
escolhem títulos do governo. É possível investir em artigos colecionáveis,
como obras de arte, e também em empresas através de ações ou de
participações significativas em negócios. O mecanismo é sempre o mesmo.
Exige que você busque conhecimento, envolva-se com o mercado, adquira
percepções de preço e crie intimidade com os agentes intermediários, para
então começar a fazer bons negócios. O sucesso nos investimentos não surge
da noite para o dia e também não requer sorte, informações privilegiadas ou
palpites esotéricos. Requer, sim, dedicação, paciência e trabalho.
Qualquer que seja seu investimento, haverá algum tipo de risco. Risco não é
um fator a ser evitado, mas sim administrado. Daí a importância, para seu
sucesso nos investimentos, de você ao menos gostar daquilo que investe,
sentir-se à vontade no ambiente de negociação. Para aquele que domina as
informações sobre o investimento, em geral as perdas serão bem menos
freqüentes do que para os leigos. Sempre que alguém perde dinheiro em um
investimento, isso ocorre porque uma outra pessoa saiu ganhando. Em geral
esse outro é mais bem informado.
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