É um sintoma caracterizado por tosse que perdura por mais de 20 dias. Pode
ser um alarme do organismo a uma série de doenças que costumam passar
desapercebidas, principalmente na fase inicial.
Existem várias zonas desencadeadoras da tosse: toda a região endo nasal e
sinusal, faringeana, laringeana e pulmonar, além de áreas como o ouvido externo
e médio, o esôfago e o estômago, o diafragma, e até mesmo, o coração e o
cérebro. Apesar de cada caso ter algumas características peculiares, o
diagnóstico diferencial nem sempre é fácil.
De acordo com vários autores, a causa mais comum de tosse crônica é a sinusite,
seguida pelas faringites. Na maioria das vezes, há mais de uma causa, que
deverão ser bem diagnosticadas para o seu correto tratamento. Segundo pesquisas,
70% da tosse persistente está relacionada à três fatores: sinusite, faringite de
refluxo e problemas pulmonares.
Grande número de doenças sinusais passam desapercebidas, pois são pobres de
sintomas, e são chamadas de sinusites latentes. Não costumam doer e, às vezes,
são catalogadas como rinites alérgicas, pois o nariz é um órgão de defesa, muito
reativo. Certos procedimentos cirúrgicos endonasais costumam diminuir a
inervação parassimpática, responsável por esta hiper reatividade alérgica, além
de eliminar os defeitos anatômicos e as patologias.
Alterações endonasais que modificam a coluna aérea, comprimindo-a, ou
retificando-a, de forma que a mesma passe por baixo, fazem com que o ar
inspirado não seja devidamente umidificado e como consequência, resseca a região
faringeana, traumatizando-a e por isso, surge a faringite. O nariz umidifica o
ar em noventa por cento, além de esquentá-lo e purificá-lo.
Alterações da coluna aérea e a dificuldade de respirar pelas narinas, criam uma
maior pressão negativa na garganta, fazendo com que o véu palatino, tecido
muscular que se situa na porção posterior do palato duro (céu da boca), cresça e
encoste na parede posterior da faringe, gerando cócegas e dando a sensação de um
pigarro preso na garganta. Além da tosse, o véu palatino é ainda, causador do
ronco.
A respiração pela boca é errada e também resseca e irrita a faringe, causando a
tosse e o mau hálito.
O médico otorrino deverá submeter o paciente a exames bem precisos e detalhados
com aparelhos que magnificam e filmam as imagens, colhendo material nas regiões
profundas do nariz a fim de detectar anomalias e secreções purulentas que
poderão passar desapercebidas à radiografia simples ou à tomografia
computadorizada.
Os pulmões deverão ser pesquisados através de exames, como os radiológicos e
laboratoriais, a fim de se diagnosticar certas patologias, à exemplo dos tumores
e da tuberculose, principalmente quando a tosse for produtiva.
Atenção redobrada deverá ser dada aos idosos com pneumonia, pois ela poderá ser
aspirativa, consequente do enfraquecimento da musculatura da deglutição, muitas
vezes relacionado ao hipotireoidismo e ao uso de determinados medicamentos. Em
certos casos a gastrostomia será indicada.
O fumante, portador de tosse crônica, não deve acomodar-se, supondo que o mal
seja exclusividade do fumo, pois é comum a associação com outras doenças.
Pacientes asmáticos também devem ser pesquisados pois há íntima relação com as
rino-sinusopatias, 60% têm sinusite.
O tratamento da tosse crônica será realizado em função dos resultados dos exames
pois, pouco adiantará se não erradicarmos as causas da doença.