Úlcera e gastrite são queixas comuns entre pes-soas que não costumam de
alimentar corretamente, fumam e ingerem bebidas alcoólica com freqüência, além
de viver em estresse constante. É preciso, porém, diferenciar o problema e saber
exatamente do que se trata antes de tomar alguma atitude em relação a situação.
Um dos sintomas da úlcera é dor epigástrica (na parte superior do abdome), que
normalmente se chama “dor de fome”. O médico gastroenterologista Antonio Carlos
Hepp explica que o paciente relata que quando está com o estômago vazio sente
essa dor, e quando come, a dor diminui.
“Ele sente como se fosse um vazio e uma queimação”, comenta. Conforme ele, isso
diferencia da gastrite. “Os pacientes com gastrite relatam que a dor na parte
superior do abdome piora quando comem”, afirma. A gastrite causa ainda má
digestão e estufamento.
Para ter certeza do problema de cada paciente, é preciso fazer um exame chamado
endoscopia digestiva alta. É um exame fácil, feito no consultório. “O endoscópio
é colocado pelo esôfago até o estômago e o duodeno. Assim, podemos ver se tem
alguma úlcera, que é como uma ferida nas paredes internas desses órgãos”,
explica Hepp.
A maioria das úlceras estão localizadas no duodeno, que á a saída do estômago.
Para saber se a úlcera é maligna ou benigna, durante a endoscopia é recolhido
material para biópsia. Se são benignas, é feito o tratamento com medicamentos e
ela fica curada.
Se a ferida for mais grave, e houver mais dificuldade de cicatrizar com
medicamento, pode acontecer de precisar ser operada. “A úlcera gástrica é a que
mais nos preocupa, pois pode vir a se tornar uma doença maligna, um câncer
gás-trico”, afirma o médico.
A endoscopia foi o grande avanço para tratamento das úlceras. “Há 20 anos, se
operava pelos menos uma ou duas úlceras por semana. Hoje é uma ou duas por ano”,
conta o médico. Segundo ele, logo nos primeiros sintomas as pessoas estão
procurando o médico, fazendo os exames e tratando com diagnóstico correto. “Hoje
existem bons medicamentos que cicatrizam a úlcera, então a maioria não precisa
mais ser operada”.
A principal causa da úlcera é uma bactéria, chamada Helicobacter pylori. “Muita
gente tem ela no estômago, e em algumas pessoas ela pode se tornar maligna”, diz
o médico. A segunda maior causa são os fatores de tendência familiar.
“Quem fuma, bebe álcool e alguns determinados medi-camento pode desenvolver
úlceras com mais facilidade”, alerta o especialista. O es-tresse causa mais
gastrite do que úlceras. Porém, como o aumento de estresse pode baixar a
imunidade, ele facilita a ação da bactéria.
Não fumar. Tomar bebida alcoólica moderadamente. Evitar sempre que possível as
medicações que podem ser ulcerosas. Ou, no caso de precisar tomar, e ter
tendência a úlceras, já tomar um medicamento que previna o aparecimento da
ferida. Controlar o estresse e a tensão do dia- a-dia. Esses são alguns dos
cuidados para evitar úlceras e ter uma vida mais saudável.