Ficar triste é normal na vida de qualquer ser humano. Quando se perde uma
pessoa amada, quando se tira uma nota baixa ou mesmo nas frustrações do
dia-a-dia bate aquele baixo astral e aí a vontade de fazer coisas que a gente
gosta simplesmente desaparece. Essa melancolia às vezes dura dias, semanas ou
até meses. E aí bate aquela dúvida: será que eu estou com depressão?
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), caracteriza a depressão como uma
doença que envolve o corpo, o humor e os pensamentos. Ela afeta a maneira de a
pessoa se alimentar e dormir, como ela se sente em relação a si própria e como
pensa sobre as coisas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 15
milhões de brasileiros sofrem com a depressão.
Na adolescência é ainda mais difícil diagnosticar a doença. Os distúrbios
depressivos quase sempre são confundidos com a rebeldia e as alterações de humor
comuns dessa faixa etária.
A psicóloga Catarina M Theophilo explica como a depressão é diagnosticada nos
adolescentes. Segundo ela, é preciso a junção de vários sintomas como apatia,
hiperatividade, insônia ou sono muito longo, alteração no apetite, diminuição do
rendimento escolar etc. Ela também traça a diferença entre o distúrbio
depressivo e a tristeza passageira.
"A tristeza tem um motivo real, a depressão não", afirma.
Catarina também esclarece que a depressão geralmente é detonada por uma crise,
como a perda de um ente querido, por exemplo. Mas a duração dessa tristeza é que
vai definir se existe um quadro depressivo. Ela também alerta para o principal
sintoma.
"O sintoma da depressão mais forte nos adolescentes é a incapacidade de sentir
prazer. O filme não está bom, a festa não está boa, não está bom com a namorada
nem com os amigos. Por isso muitas vezes os jovens vão em busca das drogas",
acrescenta.
A saída - Quando o quadro depressivo é diagnosticado começa então o tratamento.
Ele é feito com medicamentos e com acompanhamento psiquiátrico. A psicóloga diz
que é necessário pelo menos um ano para se recuperar da depressão.
Essa é uma doença muito séria que precisa de cuidados específicos. Quando o
quadro é muito grave, afirma Catarina, há risco de suicídio. Quando existe essa
probabilidade o adolescente precisa sempre estar acompanhado.
Agora você sabe que a depressão não atinge só adultos, muitas vezes ela se
manifesta até nas crianças. Então preste atenção no seu amigo, no colega de
escola ou mesmo nos seus próprios sentimentos. Pode ser que alguns daqueles
comportamentos que você achava serem típicos da adolescência, como mudança
brusca de humor e irritabilidade, sejam sinais da doença se instalando. Mas não
se precipite, antes de concluir qualquer pensamento procure um profissional. Ele
orientará você a tomar a decisão correta.