Quando você se depara com uma oportunidade de realizar um curso ou uma
especialização, oferecida e paga pela empresa, a ideia é de que esforços estão
sendo depositados para o seu futuro.
Enquanto qualquer outro profissional ficaria empolgado com a ideia, você
pretende recusá-la, por estar traçando metas que não vão ao encontro do que
estão lhe oferecendo no momento.
Como recusar, então, este convite, de forma sutil e delicada, sem causar má
interpretação nos gestores da companhia?
“Este é um assunto delicado, que envolve políticas de desenvolvimento
internas. Todo mundo deve saber o que a companhia pretende, quais são os seus
direcionamentos e estratégias”, afirma a diretora de consultoria da Ricardo
Xavier Recursos Humanos, Neli Barboza.
Os profissionais podem se surpreender com os convites que conflitam com os
interesses da carreira, sobretudo, quando não os esperam. Entretanto, para
declinar das propostas, é necessário entender o motivo desse chamado e a razão
do investimento pela empresa.
Comunicação
O primeiro passo a ser dado, na avaliação de Neli, é ser honesto e informar
aos gestores a causa da desistência. "O profissional pode não compartilhar das
ideias que a companhia tem para ele, mas, para isso, ele tem que ter maturidade
e deixar isso muito claro".
Em situações como essa, o profissional pode negociar a troca de um curso por
outro, desde que explique o motivo e a importância que essa capacitação tem para
ambos - organização e colaborador.
De acordo com a gerente da Ricardo Xavier, o fato de o funcionário criticar e
ponderar a oferta não significa que lhe falte disposição, mas, sim, motivação
por um outro objetivo.
"Ele pode almejar uma outra função daqui a um tempo ou ter uma visão mais
ampla do dia a dia que os próprios gestores não possuem", aponta Neli.
Sugestões
No caso de o profissional optar por sugerir uma outra especialização, no
lugar daquela que ele declinou, ele deve se ater a alguns detalhes importantes.
Ao comunicar os superiores, o funcionário deve ter claro se o estudo irá agregar
algo a ele ou a empresa, além do legado que deixará.
"Antes de falar qualquer coisa, esse colaborador deve realizar uma profunda
pesquisa sobre sua oferta, pois é com esse argumento que ele irá ganhar ou não o
curso", avalia Neli.
De qualquer forma, em momentos de sugestões ou recusas, deve-se refletir se o
caminho seguido é o mesmo da empresa e se as estratégias adotas estão alinhadas.