Dentre as várias definições, o estresse pode ser considerado uma reação
física a determinadas questões da vida capazes de alterar o equilíbrio interno
do indivíduo.
Está ligado a quatro sistemas do organismo humano, o esqueléticomuscular, o
imunológico, o gastrointestinal e o cardiovascular. A reação física pode ser
determinada pelo cansaço (físico e psicológico), gripe, gastrite, dores no
peito, palpitações, e outras manifestações clínicas.
De acordo com o cardiologista Dr. Antônio Carlos Pereira Barretos, o principal
fator que provoca o estresse é a sobrecarga no trabalho (acúmulo de tarefas), e
a falta de organização e capacidade de distribuir as tarefas e funções. Os
problemas considerados sem solução que as pessoas têm no dia-a-dia, também levam
ao estresse.
"O ideal é quebrar a rotina fazendo outras atividades ou exercícios físicos nas
horas de lazer", aconselha o Dr. Barretos. Além do lazer, o Dr. Barretos fala
que uma alimentação balanceada, rica em carboidrato e proteína, e pobre em
gordura ajuda a prevenir o estresse.
A gordura também pode causar outros malefícios para nosso organismo,
principalmente para quem não pratica nenhuma atividade física. Doce deve ser
evitado, só ingerido de vez em quando. O fast-food e as frituras devem ser
substituídos por pratos leves, como frango acompanhado de salada, por exemplo.
Agitação, insônia, descontentamento com as questões do dia-a-dia, péssimo
desempenho no trabalho e dificuldade para resolver simples problemas podem ser
sintomas de um estressado. Segundo o Dr. Barretos, o especialista sempre ajuda,
pois o psicólogo e o psiquiatra levam as pessoas a encontrar um caminho para a
resolução de problemas. Mas vale lembrar que, para evitar uma consulta a um
especialista, tentar se organizar identificando e resolvendo os problemas por
etapas é outra saída.
Entretanto, é necessário explicar a questão do estresse visto como uma doença. O
Dr. Barretos afirma que só é caso de doença se o estresse estiver somado a
outros fatores de risco, como cigarro, sedentarismo ou má alimentação, podendo
então provocar distúrbios cardiológicos. Além disso, como já foi citado, pode
causar manifestações clínicas, como gastrite (devido à falta de apetite), dores
no peito, palpitação (provocada pela descarga de adrenalina), e outras.
A estatística do estresse no Brasil é uma questão complicada, por não haver
dados precisos. Sabe-se que o perfil que ainda lidera é o homem executivo, mas
com o aumento de mulheres no mercado de trabalho, cresceu também o número de
mulheres que sofrem do mal.
Todo tratamento, incluindo a duração e exercícios recomendados, varia de acordo
com cada caso e com o nível de estresse apresentado pelo indivíduo. Segundo a
Dra. Rebeca, há grande discussão sobre os exercícios ideais. Para ela, as
atividades aeróbicas - caminhada, corrida, natação e bicicleta são mais
eficazes.
Mas há também um acompanhamento terapêutico, com técnicas de relaxamento,
respiração, yoga, meditação, dança, e outras. "A atividade indicada depende das
condições de cada paciente. Existem pessoas que conseguem se desligar mais
facilmente dos problemas do que outras", fala a psicóloga.
Além do tratamento terapêutico, há a psicoterapia na qual agem em parceria o
médico e o psicólogo, para os casos mais complexos. O uso de medicamentos deve
ser sempre indicado por um especialista e também varia de acordo com cada caso,
podendo ser tranqüilizantes, anti-depressivos, etc. "O tratamento para o
estresse visa equilibrar relaxamento e preocupação. Os sintomas podem voltar
dependendo das questões do dia-a-dia do indivíduo. Para isto, há uma
reorientação", explica a Dra. Rebeca.
Prevenir o estresse não tem nenhum segredo, basta que se tenha uma boa qualidade
de vida social, sabendo conciliar a tensão da rotina de trabalho, as horas de
lazer e as atividades físicas.