Existem profissionais que decidem mudar o curso de sua carreira, ao
escolherem abrir o próprio negócio, por exemplo, ou se tornarem consultores.
Mas, antes de tomar essa decisão, é importante estar atento a alguns fatores.
Segundo a consultora da Career Center Adriana Néglia, o primeiro passo é
avaliar se o profissional tem perfil de empreendedor. “Antes de tomar essa
decisão, a pessoa deve analisar se tem o espírito empreendedor. Esse
profissional precisar ser ousado, inovador, gostar de arriscar e ser corajoso”,
explica.
Adriana afirma ainda que é necessário ter habilidades gerenciais, já que a
pessoa será o gestor da empresa e futuramente de outros profissionais, além de
ter habilidades técnicas no trabalho que será desenvolvido.
“Se a pessoa não tem essas habilidades ou espírito empreendedor, é
aconselhável que procure um sócio que possa complementar suas atividades. No
caso do empreendedorismo, um trabalho de coaching feito por especialistas pode
ajudar”, declara Adriana.
Planejamento
Embora ser um profissional com perfil empreendedor ajude, somente isso não
significa que o negócio irá para frente. Além de ter todas as características
citadas pela consultora, o profissional precisa fazer um planejamento.
Esse planejamento deve incluir um estudo de mercado, para saber quais são as
empresas concorrentes na área, quais serviços elas oferecem, além de pesquisar
se esse mercado está saturado ou se há deficiência.
“Quanto melhor for esse levantamento, menor o risco que o profissional corre
ao mudar o rumo de sua carreira. Por isso, tudo deve ser pensado antes de se
tomar qualquer decisão”, disse Adriana.
Equilíbrio emocional
Ao abrirem o próprio negócio, é comum que os proprietários desejem ter
resultados no curto prazo, mas é necessário controlar a ansiedade.
“Além da ansiedade, a pessoa não pode ser perfeccionista. No mercado, existem
coisas que fogem do controle, e geralmente, esses profissionais tentam controlar
tudo. Nesta hora, é fundamental ter equilíbrio emocional”, alerta Adriana.
Facilitadores do negócio
A rede de relacionamento, o famoso networking, é considerado um facilitador ao
profissional que decidiu mudar o rumo de sua carreira. Por meio dele, é possível
divulgar a empresa, conseguir clientes e até mesmo montar uma equipe de
trabalho.
“Por indicação, as portas se abrem, mas, para que isso aconteça, o
profissional não pode abandonar a sua rede de contatos”, comenta Adriana.
Aprimoramento na área por meio de cursos, especialização, entre outros itens,
também são considerados facilitadores para quem deseja tornar-se empresário ou
consultor.
Carreira paralela
A consultora afirma ainda que existem muitos profissionais que permanecem na
empresa em que atuam e, ao mesmo tempo, trabalham em seu próprio negócio ou na
abertura dele.
“Isso não deixa de ser um planejamento, já que a pessoa quer ter uma
segurança financeira para seguir com sua empresa”, diz Adriana.
Para manter essa carreira paralela, é preciso tomar alguns cuidados. A ética
deve ser priorizada: não é correto deixar de fazer alguma atividade da empresa
devido a algum compromisso com o próprio negócio. É preciso separar as duas
atividades, para que nenhuma das empresas seja prejudicada.
“A transparência é primordial. Existem empresas que não aceitam a carreira
paralela, pois têm receio de que as atividades não sejam cumpridas. Mesmo assim,
o profissional deve comunicar sobre sua decisão e explicar que uma atividade não
atrapalhará a outra”, finaliza Adriana.