Mesbla, Mappin, Arapuã. A história recente do país está cheia de exemplos de
empresas que entraram em crise e não resistiram. Com elas, milhares de
trabalhadores perderam seus empregos e, de uma hora para outra, viram suas vidas
se transformarem, na maioria das vezes, para pior. Entretanto, de acordo com
especialistas, com um pouco de atenção, é possível reconhecer os sinais de que a
empresa está em crise e decidir se vale ou não a pena continuar.
Na opinião do consultor de Coaching da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Jonas
Tokarski, dentre os principais e mais visíveis sinais de problemas, estão as
férias coletivas fora do período costumeiro, as demissões em escalas, a retração
econômica e queda nas vendas, redução ou atraso de salários, assim como o corte
de benefícios tradicionais.
Há ainda outros sinais que, por serem confidenciais, poucos funcionários
reconhecem, como o atraso de compromissos legais (impostos e taxas), cobrança
por parte de fornecedores, corte nos investimentos, redução de contratos e
negócios e dificuldades na obtenção de crédito.
Além disso, explica ele, nestas situações, é comum que os melhores
profissionais se desliguem da empresa, antes de acontecer o pior.
Como agir?
Apesar do cenário alarmante, Tokarski alerta não ser a melhor escolha ir direto
à busca de um novo emprego. Para ele, junto com tal atitude, é prudente que o
funcionário converse com seus superiores, pois, nas palavras do consultor,
“temos que lembrar que o mundo dá muitas voltas”.
No mais, diz, o esperado é que a empresa seja transparente. “O que se espera
é que a empresa, ao tomar a decisão mais drástica de todas, reúna seus
colaboradores para esclarecimentos e proponha auxiliá-los no que for possível,
nessa fase de transição profissional (…) Agora, imagine uma crise correndo
solta, com falta de informações por parte da empresa. É o pior dos mundos!”.
Identificando uma crise passageira
Na avaliação do consultor, empresas sérias e idôneas que estejam passando por
dificuldades têm por hábito informar seus colaboradores o que está ocorrendo,
pois a comunicação adequada dá mais tranquilidade às pessoas e, no caso de uma
crise passageira, dão motivação para elas se empenharem mais.
Dessa forma, quem não quiser entrar na lista de demissões deve manter
interesse pelos rumos da empresa e estar presente na linha de frente,
apresentando sugestões e identificando oportunidades.
“É sabido que as empresas apreciam os profissionais que têm visão
empresarial, os que são comprometidos com os negócios, os proativos e
francamente colaboradores”.