Imóveis - Na compra do imóvel, cuidado com as armadilhas dos estandes de vendas
O estande de vendas é um dos locais procurados na hora de comprar um imóvel.
Mas, apesar de ajudar a verificar como é a casa ou o apartamento que se pretende
adquirir, ele esconde muitas armadilhas, principalmente em relação ao
financiamento.
De acordo com a técnica da Fundação Procon-SP, Renata Reis, muitas construtoras
oferecem seu próprio financiamento ou o de um banco parceiro, disseminando a
ideia, errada, de que não é possível tomar o crédito com outra instituição
financeira.
"Isso é venda casada, que acontece toda vez que se condiciona a compra de um
produto ou a contratação de um serviço a outro", explicou, sobre o que está
determinado no CDC (Código de Defesa do Consumidor).
Se a construtora insistir em impor o banco em que a pessoa deve financiar o
imóvel, o comprador deve "realmente procurar um órgão de defesa do consumidor ou
o Judiciário", nas palavras da técnica do Procon-SP.
Facilidades
Antes de responder "não" à construtora que oferecer seu próprio financiamento ou
o de um banco com o qual tem convênio, é bom analisar quais as condições que
estão sendo ofertadas. Isso porque, segundo o advogado e diretor da AMM
(Associação dos Mutuários e Moradores das Regiões Sul e Sudeste do Brasil),
Tiago Antolini, às vezes, pode ser vantajoso dizer sim.
"Na verdade, a gente não pode esquecer que, porque a construtora está indicando
um banco, uma facilidade pode existir. Pode haver uma facilidade, principalmente
no que diz respeito à documentação", afirmou. Porém, se isso está sendo
oferecido, é preciso detalhar tudo em contrato.
Mesmo porque um outro problema que acontece com frequência, de acordo com
Renata, é a construtora dizer que o cliente tem crédito pré-aprovado. "Exija
isso por escrito. Às vezes, é engodo para fechar o contrato e, quando o cliente
recebe a chave, percebe que não foi aprovado", relatou a técnica do Procon-SP.
Em situações como esta, ela indicou que se reclame aos órgãos de defesa do
consumidor, para cancelar o contrato e receber o que já pagou. Se o cliente
quiser ficar com o imóvel, a construtora terá de arcar com as condições do
agente financeiro que havia indicado.
Condições
Antolini indica que a pessoa, ao aderir a um financiamento imobiliário, deve ter
consciência das melhores condições oferecidas, no que diz respeito aos juros
cobrados, ao atendimento e à burocracia. Confira abaixo as condições dos juros
em instituições financeiras atuantes neste mercado:
- Bradesco: varia de 8,90% ao ano (carteira habitacional SFH com prestação
atualizada em imóveis até R$ 120 mil) a 11,90% ao ano (carteira habitacional
com taxa de mercado com prestação atualizada de imóveis de R$ 500 mil a R$ 3
milhões).
- Santander: varia de 12,70% ao ano (imóveis até R$ 500 mil até 30 anos) a
13,20% ao ano (imóveis acima de R$ 500 mil até 30 anos) no programa de
parcelas fixas, e de 7,95% ao ano mais TR (para imóveis até R$ 120 mil por
25 anos) a 11,95% ao ano mais TR (para imóveis acima de R$ 500 mil por até
30 anos) no programa de parcelas atualizáveis.
- HSBC: varia de 7,70% ao ano (taxa reduzida no SFH, nos 36 primeiro meses
de contrato) a 12,68% ao ano no Credimóvel.
- Itaú: varia de 11,5% ao ano mais TR (imóvel até R$ 500 mil) a 12% ao ano
mais TR (imóvel acima de R$ 500 mil), para pagamento em débito automático de
clientes adimplentes.
- Banco do Brasil: varia de 8,9% ao ano mais TR (imóvel até R$ 150 mil em
parcela pós-fixada no SFH) a 13% ao ano mais TR (imóvel até R$ 150 mil em
parcela pré-fixada), de 10% ao ano mais TR (imóvel entre R$ 150 mil e R$ 500
mil com parcela pós-fixada no SFH) a 13% ao ano mais TR (imóvel entre R$ 150
mil e R$ 500 mil com parcela pré-fixada), e de 11% ao ano mais TR (imóvel
entre R$ 500 ml e R$ 5 milhões em parcela pós-fixada) a 13% ao ano mais TR
(imóvel entre R$ 500 mil e R$ 5 milhões em parcela pré-fixada).
De acordo com Antolini, muitos clientes têm a possibilidade de migrar de um
financiamento para o outro, mas diversas outras taxas devem ser consideradas
(como abertura de crédito), bem como o fato de "todos os financiamentos
habitacionais pagarem mais juros no começo, para depois começar uma
amortização", conforme ele explicou.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Flávia Furlan Nunes
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