Carreira / Emprego - Como surgem as boas ideias?
Na primeira matéria da reportagem sobre “Inovação”, confira a entrevista
exclusiva com o especialista Rodrigo Rodrigues sobre como buscar idéias para a
empresaEm um mercado cada vez mais competitivo, inovar e buscar boas
idéias parecem ser palavras de ordem dentro das empresas. Ser criativo e pensar
em algo novo podem ser ferramentas chaves para o sucesso de uma organização. O
trabalho em equipe, nesse momento, é outro diferencial para que a boa idéia seja
capaz de ser colocada em prática com eficiência.
Mas por que às vezes parece ser tão difícil inovar? Qual será a melhor forma de
mostrar a criatividade dentro da organização? Confira a entrevista exclusiva do
Portal Administradores.com.br com o especialista Rodrigo Rodrigues, diretor de
planejamento a OpusMúltipla, sobre inovação, criatividade e boas idéias.
1) Existem situações, principalmente no âmbito profissional,
que pedem para que sejamos criativos e que inovemos. Quais são os componentes
comuns que ajudam na hora da inovação?
Inovação pressupõe ousadia. Ousadia pressupõe segurança em trilhar novos
caminhos. Para trilhar novos caminhos, é necessário acompanhar tendências,
monitorar concorrência, conhecer profundamente o comportamento, a vida, o
dia-a-dia do publico alvo da sua inovação para assegurar-se de que ela será
útil, necessária e pertinente.
Outro componente importante é a noção que tudo pode ser melhorado. Quebrar
paradigmas é motivação para o inovador. É o sujeito que não costuma dizer
“quando cheguei aqui já era assim”, ou “cresci fazendo deste jeito, não vejo
porque mudar”.
Ouvir colegas, superiores, subordinados e submeter-lhes suas ideias é
fundamental. Desse modo, pode-se aprimorar uma ideia, uma inovação.
2) Ser criativo é ver a mesma coisa que os outros vêem, e enxergar algo
diferente antes deles? Quando a criatividade pode se transformar essencial para
a empresa?
É sim. Numa época de equiparações tecnológicas e fluxo irrestrito de informações
a criatividade é fundamental para criar e mudar e, assim, conseguir nadar num
mar limpo e longe de tubarões. Ou seja, achar brechas no mercado para novos
produtos e serviços.
A criatividade pode significar a criação de uma empresa e até de um mercado.
Alguns exemplos:
a) o walkman
b) o iphone. Todos vinham numa tendência de diminuir o tamanho dos celulares,
enquanto outros estavam pensando em ampliar suas funções;
c) o redbull. Num mercado já saturado por centenas de marcas de refrigerantes
ele lança a era dos alimentos funcionais. Neste caso, a bebida com função
energética e passou a ser líder mundial numa nova categoria.
d) a Caixa Econômica Federal, com os feirões da caixa que facilitaram o acesso
do consumidor ao sonho da casa própria. Eles reúnem o banco (dinheiro), com
cartórios, imobiliárias e outros serviços para que a pessoa feche o negócio
rapidamente, sem se deslocar. Criaram um mercado novo para eles.
3) Porque muitos profissionais nunca buscam inovar ou ser criativos?
Porque sempre ficam na rotina padrão? É acomodação?
Acomodação, falta de condições das empresas que não valorizam as idéias, que não
criam fórum para debate, que não investem em treinamento para que a pessoa tenha
idéias novas etc.
Além disso, é do ser humano buscar o conforto da rotina. A situação controlada.
4)Mas, também é de conhecimento comum que muitas vezes e em muitas
áreas, o profissional pode sofrer alguns bloqueios que o impeçam de criar, de
contribuir. Como evitar esse bloqueio?
Perguntando-se diariamente: “Há um jeito melhor de fazer isso”. O japonês chama
isso de Kaizen, a melhoria contínua.
Além disso, participar de cursos, congressos, seminários, ler sobre assuntos
gerais e técnicos, viajar, conhecer pessoas, circular por shoppings, mercados.
Enfim, ampliar horizontes para colher referências novas.
5)A empresa que não investe e estimula os seus funcionários está fadada a
ficar sempre no piloto automático, fazendo as mesmas coisas ou não existe
relação?
Existe relação, sim. Muitas empresas, por falta de investimento nas pessoas e de
facilitar o debate e geração de ideias, acabam sofrendo comercialmente. Ao
perder mercado, diminuem investimentos e o ciclo perverso se completa. Como diz
o Kotler, não há produto commodity ou sem diferenciação que precise brigar
apenas por preço. Existe, sim, falta de criatividade dos gestores que não
conseguem criar relevância aos seus produtos e serviços.
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