Mais uma vez, em um processo que deve se intensificar nos próximos anos, o
mundo todo volta suas atenções para a China, gigante que fascina pela história,
cultura e por seu ritmo acelerado do crescimento econômico, e que vem criando,
nos últimos anos, uma potencia econômica mundial. A forma com que o chinês trata
as relações empresariais e o trabalho, resultado de uma cultura bem diferente da
ocidental, que o mundo está começando a prestar atenção, é um dos fatores que
fazem com que as empresas chinesas sejam o que são hoje: uma boa opção na hora
de se fazer negócios.
Como é sabido, a China chegou ao ápice de seu potencial capitalista com décadas
de atraso, em função do sistema comunista ter mantido seu mercado fechado para o
comércio mundial até três décadas atrás. Assim, o chinês se diferencia por ter a
consciência de que ainda tem muito a aprender sobre a arte de fazer negócios e,
por isso, escuta muito o que o cliente tem a dizer. É o jeito chinês de fazer
negócios.
No dia-a-dia das empresas, isso se reflete na maior flexibilidade chinesa nas
negociações, isto é, no momento de fechar parcerias e negócios. Aqui, a
inexistência de regras pré-definidas, que limitam o que pode ou não pode ser
feito, geralmente proporciona melhores condições de negociação, já que a idéia é
atender o cliente da forma que ele precisar. Por esse motivo, as empresas
chinesas apresentam condições de ganhar concorrências.
Entretanto, a pouca familiaridade que os chineses ainda têm com o mundo dos
negócios, mostra que em algumas áreas os chineses ainda estão em fase de
evolução, como no marketing, por exemplo. Diante da necessidade de ter grande
capacidade fabril, para ser competitiva no mercado internacional, as empresas
chinesas têm seu foco voltado apenas a produtos e preços, e poderão trabalhar
mais os outros dois Ps – promoção e praça – que formam o chamado “Marketing Mix”
ou os 4Ps do marketing: produto, preço, promoção e praça (distribuição).
A ausência de uma comunicação constante e profissional faz falta e mostrar que
as empresas chinesas hoje alcançam altos níveis de qualidade em seus produtos ao
mercado é uma dificuldade. Esse cenário pode e deve mudar com um trabalho de
longo prazo que vem sendo feito. Já a ampliação dos canais de distribuição
permitirá que o produto chinês chegue a cada vez mais pessoas e a mercados onde
não atua.
A expansão dessa nova cultura no mundo é positiva para os negócios e também para
o consumidor final, porque representa uma alternativa, de grande
competitividade, no fornecimento de produtos e serviços. Como em toda boa
concorrência, a chegada de um número maior de “players” amplia a oferta, o que
sempre é positivo.
O fato é que o jeito chinês de fazer negócio chegou para ficar, e está cada vez
mais presente no dia-a-dia das pessoas que tomam decisões nas empresas, seja no
Brasil, nos Estados Unidos ou na Europa.