Contas de luz, água, condomínio, IPVA, IPTU. São tantas as contas com que os
brasileiros têm de arcar, que nem sempre todos conseguem fazer o salário durar
até o fim do mês e acabam endividados.
Com isso, vem outro problema: saber onde empregar o dinheiro e o que deve ser
priorizado, para não aumentar o endividamento. Para o professor do curso de
Administração das Faculdades Integradas Rio Branco, Carlos Eduardo Stempeniewski,
simples procedimentos podem colaborar para isso.
Organizando as finanças
Segundo o professor, o primeiro passo para organizar as finanças é começar a
passar longe das liquidações. Isso porque os preços mais baixos podem ser um
estímulo para a compra de bens, mas, muitas vezes, esses produtos não são tão
necessários.
Outra sugestão refere-se à troca do automóvel. "Fique mais um tempo com o carro
usado. A redução do IPI baixou o valor dos carros usados em cerca de 20% em
relação ao que ele valia no final do ano passado. A troca por um outro veículo
novo obrigará a pessoa a assumir esse prejuízo, consumindo a sua poupança e
obrigando-a a fazer um financiamento maior do que o necessário", explica.
Além disso, adotar atitudes que, em um primeiro momento, parecem não trazer
grande economia podem ajudar na diminuição do endividamento. Entre essas
medidas, estão fechar bem a torneira, apagar a luz, quando deixar um ambiente, e
ainda evitar conversas demoradas no celular. "Esses pequenos itens costumam
acabar pesando no bolso do consumidor", ressalta Stempeniewski.
Evitar comer fora de casa é a quarta dica do professor, para diminuir o risco de
endividamento. "O preço da alimentação tem subido acima da inflação real,
portanto, fica caro manter o hábito de comer sempre fora de casa. Reduza o
número de saídas e melhore a qualidade dos lugares que você frequenta",
considera.
Gastos com presentes, festas, shows ou viagens curtas também devem ser evitados.
"Troque tudo isso por um bom DVD. Quando fechar o orçamento, sentirá a
diferença, pois não é o valor individual desses itens que acaba pesando. Os
gastos devem incluir o valor agregado que cada um deles pode gerar, como
transportes, petiscos e gorjetas".
O cuidado no uso do cartão de crédito também é muito importante. Para
Stempniewski, se a pessoa não consegue pagar o valor inteiro da fatura até o
vencimento, é melhor que ela desista do cartão de crédito. Além disso, ele
considera melhor usar mais o cartão de débito e também evitar o cheque especial.
"Use mais o seu cartão de débito. Com isso, você estará escapando de juros de
mais de 10% ao mês contra uma inflação que vai corrigir o seu salário futuro em
não mais do que 4,5% ao ano", afirma.