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Motivação - Programas motivacionais – estratégias viáveis em momentos de crise 

Data: 06/07/2009

 
 

Algumas organizações ainda subestimam o poder dessa ferramenta. E por qual razão? Seria ela muito comum para ser eficaz? Será que o simples não deveria ser adotado sob pena de ameaçar as ações mais arrojadas para cuidar das pessoas? Acho pouco provável. São complementares.

Os programas motivacionais vêm se mostrando, há alguns anos, como alguns dos recursos mais viáveis financeiramente - dependendo de seu formato - e mais eficazes na construção e desenvolvimento da cultura organizacional. Mas, como fazer com que isso dê certo e não seja só mais "uma coisa que o RH criou", sem valor para as pessoas?

Desde os já conhecidos "Aniversariantes do Mês", passando pelos "Destaques do Mês" e outras campanhas do gênero, percebemos que não há formato ideal ou mais ou menos certo. O fundamental é conhecer a fundo a cultura do lugar onde um programa desse tipo será implantado, e isso significa conhecer seus valores, sua missão - não só ao que é oficialmente divulgado, mas o que é praticado.

Não se deve investir em formatos de prateleira simplesmente porque funcionam em empresas semelhantes. Claro que não estou abrindo um discurso contra os "Aniversariantes do mês". Pobre aniversariante, o modelo mais simples e simpático de reconhecer as pessoas e aproximá-las, se conduzido de maneira adequada. Mas, antes de colocar essa ideia em prática, descubra se ela viável para o grupo que será contemplado. Caso contrário, chame sua equipe para um belo brainstorming e crie outra coisa.

Independente do formato, para aqueles que irão dar início à criação de um programa desse tipo, o primeiro passo é mapear ou conhecer a cultura, caso isso não tenha sido feito ainda. Procure identificar se a empresa já possui missão definida, bem como visão e valores. É fundamental, também, conhecer a percepção dos colaboradores sobre a organização, nos diversos níveis que ela possuir.

Assuntos que não podem faltar no rol de questões a serem respondidas são as relações entre a liderança e as equipes, satisfação geral com a empresa, motivação, comunicação, imagem da companhia, entre outros. Nesses casos, a pesquisa de clima organizacional é um excelente mensurador e poderá trazer dados muito mais ricos do que outras pesquisas específicas trariam.

Caso a empresa nunca tenha feito esse tipo de pesquisa e não seja possível fazê-la no momento, opte sempre por buscar informações em todos os níveis hierárquicos sobre os assuntos citados acima. Não adianta fazer com que a equipe "engula" o "Destaque do Mês" se a liderança não é a favor da integração, se as relações estão péssimas ou algo do gênero.

Em situações como essas, o RH deve atuar de outras formas, antes ou em paralelo - desenvolvendo as lideranças dentro de outra proposta, lançando mão do Team Building, ou envolvendo a alta liderança nessa realidade para patrocinar essas ações, por exemplo - e utilizar o programa motivacional como suporte estruturado para dar continuidade a essas falas. Isso é um exemplo de RH estratégico que tanto falamos.

O momento atual da organização é outro fator que nem sempre é considerado. Muitas vezes, a empresa tem seu leque de ações e programas para trabalhar a motivação de suas equipes, ou como poderíamos dizer, os "seus programas de prateleira". Nada contra, pois toda companhia tem ações no armário para cuidar das suas pessoas, mas é preciso pensar até onde eles devem ser utilizados sem uma avaliação mais criteriosa em certos momentos.

Por exemplo: na atual crise que o mercado mundial vive, até onde sua empresa deve manter aquele programa que possui um custo mais alto que os demais, sem fazer nenhum ajuste ou mesmo uma reformulação mais drástica? Como seus colaboradores poderiam interpretar isso? Afinal, em um momento que falamos de grande transparência dentro das empresas para driblar a crise, imagine a estranheza que isso causaria.

Simplicidade é palavra de ordem nos tempos de hoje. Todos nós já ouvimos que é preciso fazer mais com menos. Programas com foco na motivação dos colaboradores podem ser desenvolvidos com baixíssimo orçamento e trazer um retorno acima do esperado.

Em minhas experiências, vi claramente que as ações mais valorizadas nem sempre envolvem premiações em dinheiro. Já vi equipes extremamente estimuladas, porque no meio da crise financeira o gerente da área fez uma pausa para reconhecer as pessoas que mais contribuíram para a equipe naquele dia. Sem prêmios, sem dinheiro, o reconhecimento sincero do líder deu um gás que alguns pensavam já não ter mais.

Então, não tenha medo. Conheça sua cultura, suas pessoas, para onde sua empresa quer ir, como está o clima em cada área, e crie. Muitas vezes, uma simples reunião semanal bem estruturada pode trabalhar a integração e a motivação do jeito que é necessário, sem que ninguém tenha de redescobrir a pólvora ou tirar coelhos de cartolas. Utilize a sensibilidade que RH tem para criar, sob medida, um programa que fale de fato às pessoas e estimule a integração, a motivação, ou seja, a tão falada felicidade no trabalho.



 
Referência: RH.com.br
Autor: Bárbara Borges
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