Negócios / Empreendedorismo - Reuniões ineficazes nunca mais!
“Vamos fazer uma reunião sobre o assunto” é uma das frases mais ouvidas em
uma empresa, não é mesmo, Alexandre? A reunião torna-se uma panaceia para todos
os males, misturando, muitas vezes, na mesma hora, assuntos estratégicos com
detalhes do dia-a-dia – todos tratados do mesmo jeito, sem distinção,
prioridades e ordem. Às vezes, tenta-se colocar alguma prioridade e ordem em
pauta, mas o resultado é pior: muitos assuntos sempre ficam “para a próxima” e,
na próxima, perdem sua vez para as crises e “urgências urgentíssimas”.
É isso que Patrick Lencioni mostra em seu livro Nocaute por reunião
da editora Campus/Elsevier. Assuntos diferentes merecem reuniões diferentes para
que a equipe ganhe em eficiência, decisão e tempo. Veja como trocar encontros
longos, nos quais não se decide nada, por vários outros pequenos e eficazes:
- Relato diário – O autor sugere que esse tipo de reunião
seja feito todos os dias, em um canto da empresa, com os participantes em pé
e por não mais que 5 minutos. Nele, todos dizem o que esperam fazer no dia
ou, se for o caso, se estarão fora, se terão de alterar algo, se precisam
falar com fulano logo mais, etc. Atenção: mesmo que o fulano esteja na sua
frente, não aproveite a reunião para falar com ele, apenas tenha certeza de
que ele estará disponível mais tarde. Lembre-se, só 5 minutos, no máximo.
Essa forma de encontro simples poupa dezenas de e-mails, telefonemas, saídas
pelas salas à procura de alguma pessoa e, principalmente, evita situações do
tipo: “Mas o ciclano não sabia que o material iria chegar hoje?”.
- Reunião tática semanal – Esse tipo de reunião deve
durar no máximo 1 hora e ser realizado sempre no mesmo dia, horário e local.
Esse encontro serve para definir o que é mais importante para a empresa na
próxima semana. Como trata do dia-a-dia, ele não tem pauta. Assim, não se
podem analisar os problemas do momento na organização nem desenvolver um
cenário preciso do que ocorre. Essas reuniões começam com cada participante
dizendo, em 1 minuto, o que fizeram de mais importante na semana e que vai
afetar a empresa na próxima.
Depois que todos expuserem suas opiniões, é hora de compará-las com os
objetivos de curto e médio prazos de sua equipe. Para facilitar, utilize
parâmetros mensuráveis, receitas e despesas, e mais algum dado que faça
sentido para seu grupo. Não é preciso demorar muito tempo aqui nem fazer
contas exatas. Faça o necessário para ter uma ideia de como vocês estão
naquela semana e nada mais. Gaste, nessa análise, uns 5 minutos.
Agora, você sabe onde sua equipe está e pode definir onde ela tem de focar
na próxima semana, quais devem ser as prioridades e quem deve fazer o que.
Nesse tipo de reunião, também não se decide ou cria algo novo. Não é hora de
brainstorming ou decisões sobre o futuro da empresa, e sim sobre
como vocês podem fazer a próxima semana produtiva e com o mínimo de estresse
para todos. Lógico que vão surgir novas ideias em situações assim, mas
guarde-as para a reunião futura, respeitando o tempo e a razão de ser da
reunião tática.
- Reunião estratégica mensal – É aqui que se exploram
novas ideias e possibilidades e usa-se o cérebro e a experiência para
resolver grandes problemas. É também uma reunião mais longa, que pode,
tranquilamente, estender-se para um pouco mais de 2 horas, se necessário. No
entanto, não volte a cair na tentação de colocar diversos assuntos em uma só
reunião. Limite-se a um ou dois tópicos.
Esse tipo de reunião tende a gerar reclamações: as pessoas acham que ele é
longo demais e que deveriam estar lá fora trabalhando. Entretanto, é aqui
que se decidem as novas oportunidades da empresa, de onde virá o dinheiro,
novas formas de a organização trabalhar, etc. Existe algo mais importante
que decidir algo que, nos próximos anos, provavelmente vai ter impacto na
empresa?
- Reunião trimestral fora do escritório – Isso mesmo,
mude de ares. Isso ajuda a ver a empresa por outro ângulo e reavaliar a
estratégia, panorama competitivo, moral, dinâmica da equipe, colaboradores
de melhor e pior desempenho, satisfação do cliente – tudo o que tem impacto
no sucesso da equipe e empresa e que não se discute nas reuniões mensais.
Se for preciso, gastem um dia inteiro nessas reuniões. Vocês vão decidir o
futuro da empresa e analisar concorrentes ou membros da equipe. Essas coisas
não podem ser decididas no grito. Para que esse tipo de reunião se torne
ainda mais eficiente, o autor sugere que se contrate um mediador externo de
confiança – alguém com capacidade para lidar com gente, egos, geração de
respostas criativas, etc. Talvez, um psicólogo amigo seu seja uma boa
solução, desde que você se sinta confortável. Não vale a pena resolver o
problema da reunião e perder a amizade.
Com essas dicas, Alexandre, você já pode solucionar um dos problemas mais
difíceis do mundo dos negócios. Chega de nocautear sua equipe com reuniões
longas nas quais não se decide nada.
Um grande abraço
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