Negócios / Empreendedorismo - Assim Caminha a Criatividade
Será um Dom? Ser criativo é Ter alguma coisa especial que o diferencia de
outras pessoas e torna-o apto a disputar melhores posições na vida pessoal e
profissional?
Ao consultar qualquer especialista ou entendido no assunto as respostas a essas
duas questões será: Criatividade não é uma dádiva divina e
poderá torná-lo uma pessoa especial, capaz de assumir novas posições dentro das
organizações ou assumir a dianteira frente à concorrência.
O novo paradigma criado pelas instituições é: frente a um mundo em constantes
mudanças é preciso antes de mais nada ser criativo.
A cada dia surgem novos livros e autores que exploram a questão da
criatividade como um remédio que cura todos os males, possível de ser
administrado em potentes doses.
Existe um cheiro de milagre no ar. Será possível que após a leitura de um livro
ou de participar de um seminário de mais ou menos 20 horas, passarei a ser
criativo e, portanto perfeitamente preparado para enfrentar novas realidades?
Antes de dar minha resposta, vou expor o que consegui verificar após a leitura
de alguns livros, da participação em diversos seminários e de ministrar alguns
cursos sobre o tema.
No início tudo que temos é um problema a resolver. Pode ser uma coisa trivial ou
corriqueira, pode ser algo complexo, ou ainda uma necessidade de colocar para
fora um algo que nos incomoda. Precisamos em primeiro lugar estar conscientes de
três pontos básicos:
a) Ter um claro entendimento do problema ou do que queremos;
b) Familializarmo-nos ao máximo com todas as regras do problema; e;
c) Descobrirmos o maior número de brechas possíveis.
Quase que ao mesmo tempo passamos a pensar e repensar sobre possíveis soluções.
Surgem muitas idéias e nenhuma parece nos satisfazer. A essa fase do processo
criativo chamamos de PREPARAÇÃO. Nela definimos com clareza o que queremos e
temos inúmeras idéias sobre o que fazer. A próxima etapa do processo, não menos
importante, ocorre quando cansados ou com outras coisas a fazer deixamos de lado
a questão. Nesse momento cada um de nós guarda numa gaveta no nosso cérebro, que
fica à disposição do nosso inconsciente. Como diz Daniel Goleman no livro O
ESPÍRITO CRIATIVO “Ficamos mais receptivos de sugestões da
mente inconsciente nos momentos de devaneio, quando não estamos pensando em nada
em particular. Por isso, o sonhar acordado é tão útil na busca da
criatividade”.Essa etapa é chamada de INCUBAÇÃO.
A próxima etapa desse processo é a INSPIRAÇÃO - é aquele momento que surge de
repente e nos dá uma idéia do que fazer, a solução, a base, enfim sempre aparece
quando menos se espera. Algumas pessoas tem quando estão tomando banho, outras
quando caminham no parque, a INSPIRAÇÃO varia de acordo com cada pessoa. É o
momento de falar: Achei. Um momento tão peculiar e importante que podemos dizer
que estamos mais envolvidos com a emoção do que com a razão. O coração fala mais
alto do que a mente.
Felizmente não é o final do processo, é preciso provar, testar e verificar se
aquela centelha, que trouxe uma felicidade incomum no momento anterior, pode ser
aplicada. Essa é a fase final do processo criativo e é
denominada de VERIFICAÇÃO. É aqui onde pode-se verificar se a idéia que tivemos
é viável. É aqui que sentimos as frustrações, pois na grande parte das vezes,
não são idéias aplicáveis. Não podem ser verificadas.
A frustração no processo criativo é algo tão normal quanto aprender a caminhar.
Tentamos uma, duas, muitas vezes, até que conseguimos achar a solução do
problema. É nesse momento que muitas vezes nos decepcionamos e dizemos não somos
criativos, apenas sonhadores. Criatividade é um Dom e eu não o
recebi quando nasci e tantas outras frases e ditados, que nos colocam como os
últimos dos últimos.
As perguntas que fazemos agora começam a ficar mais claras. Nos seminários e nos
livros parece tudo tão fácil. Por que não consigo? Alguns autores escrevem, mas,
poucos conseguem ler que a FRUSTRAÇÃO é parte importante do processo. É preciso
aprender a dominá-la e tentar de novo, e, de novo, e de novo. De modo que
podemos dizer que as regras ocultas da criatividade são
PRATICAR, PRATICAR E PRATICAR.
Estamos acostumados a ouvir desde crianças a palavra NÃO, mas quando falamos
para nós mesmos a dimensão é muito maior: o NÃO interior é imenso e destruidor.
Nos livros e seminários, aprendemos com exercícios a realmente sermos
criativos, porque depois não conseguimos por em prática?
A questão não é simples de responder. Vamos pensar que existem algumas condições
para que a Criatividade aconteça:
1. É preciso que tenhamos pessoas criativas.
2. Além disso, é preciso que o ambiente onde trabalhamos seja criativo.
3. Ainda é necessário que o processo de termos idéias seja criativo
4. E por último é preciso que desenvolvamos um produto criativo.
Propiciados pela linguagem fácil dos autores ou dos consultores, isso aparece
com facilidade. Todos nós podemos ser criativos. Realizando os exercícios
propostos poderemos facilmente comprovar. O ambiente é criativo, onde os
bloqueios e regras, geralmente impostos pelas organizações ou pela sociedade,
praticamente não existem. Os processos criativos são explicados com detalhes e,
regra geral, consistem em termos uma explosão de idéias sobre uma determinada
questão. Ao final, somos premiados com resultados surpreendentes. Os produtos
são criativos. Os exemplos que são apresentados demonstram isso com clareza.
Ao voltarmos para o nosso dia a dia, deparamo-nos com condições que favorecem
nossos bloqueios pessoais (continuamos achando que assim não dá). Os ambientes
de trabalho não permitem que tenhamos condições de sermos livre para termos
idéias. Temos que te-las sim, mas das 8 as 18 horas. Alguns processos
criativos, que no seminário pareciam fantásticos, parecem ridículos
frente a imensa gama de problemas que temos a resolver. Os produtos criativos
que nos pedem são exatamente iguais aos de ontem, parecem ser cópia dos de hoje
e provavelmente serão idênticos aos de amanhã. Enfim gostaríamos que o autor do
livro ou aquele consultor trabalhasse no nosso lugar.
Minha resposta é que, logo depois da leitura do livro ou da participação no
seminário, antes de sair dando murro em ponta de faca, ou ficar se lamentando,
decepcionado pelo tempo perdido, faça a seguinte reflexão: POSSO CONSTRUIR UMA
ESTRUTURA QUE FAVOREÇA A CRIATIVIDADE.
Construir uma estrutura para criatividade é:
- Buscar a pessoa criativa que existe dentro de cada um de nós.
Praticando, errando e aprendendo, reaprendendo. Pessoas criativas são fluentes,
tem muitas idéias. Tem flexibilidade e originalidade. Elaboram constantemente.
São sensíveis. Buscam a liberdade com vigor e luta; toleram a possibilidade de
ser isso, mas também aquilo. Aprendem a trabalhar em ambientes pouco ou sem
nenhuma estruturação.
- Dimensionar um ambiente criativo que permita constantes desafios. Liberdade e
suporte a idéias. Um local onde exista confiança e abertura. Dinamismo e
vivacidade para podermos praticar. Um lugar onde a diversão e o bom humor
imperem (aliás, nunca vi criatividade com pessoas mal humoradas
ou sérias). Um local onde assumir riscos é aceitável e permitido. Onde tenhamos
tempo para idéias, debates e conflitos.
- Escolher processos criativos que produzam uma grande quantidade de idéias, que
permitam a suspensão de julgamentos, preconceitos e estereótipos, que propiciem
a busca do novo, do extraordinário e do incomum e, que permita a construção em
cima de idéias.
- Criar um produto criativo para atender as necessidades do cliente. Encantá-lo
com algo novo ou com uma adaptação É preciso conhecer o que realmente quer o seu
cliente. (as vezes o seu cliente é você) Só assim teremos produtos criativos.
Fique atento com promessas de resultados em pouco tempo, em adquirir diferencial
competitivo, ou soluções mágicas. Criatividade é como
musculação, os resultados costumam aparecer depois de um tempo de malhação, suor
e cansaço. Podemos abreviar em muito o tempo que necessitamos para aprendermos
sobre CRIATIVIDADE, mas lembre-se, a ilusão é prima em primeiro
grau da frustração.
A Criatividade é uma mudança interna antes de externa. Ela faz
bem as pessoas que a praticam e levam-nas a ter satisfação pessoal. Ela nos faz
enxergar por outros olhos e de outras maneiras. Quando ela desperta anima toda
uma maneira de ser, o desejo de inovar, de explorar novas formas de fazer as
coisas, de transformar sonhos em realidade.
Referência:
proximoemprego.com
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