Clique aqui para ir para a página inicial
 

Pular Links de Navegação
»
Home
Contato
Calculadoras
Consultoria
Conteúdo
Cotações
Perfil/Testes
Serviços
Parceiros
Mapa site
[HyperLink1]
Cadastrar
 
    
Assuntos

Total de artigos: 11132
    

 

 

Carreira / Emprego - Destaque-se na multidão 

Data: 12/12/2008

 
 

Quando você pensa na marca Johnson's, pensa em um bebê cheiroso? E quando vê o símbolo da Nike, vê a imagem de gente correndo? Lembra-se de segurança quando vê um carro da Volvo? Se você respondeu sim a alguma dessas perguntas, é sinal de que entende o poder de uma marca. Não é necessário ver mais do que o cavalinho de pé da Ferrari para imaginar o carro possante que virou símbolo da montadora italiana. Essa capacidade de imprimir uma idéia e uma lembrança na mente das pessoas não acontece à toa. Ela é resultado de um trabalho estratégico para ligar símbolos, cores e idéias com o produto e a sensação que ele produz nas pessoas. Profissionais especializados no assunto, também chamado de branding, ou construção de marca, geralmente estão por trás das marcas mais valiosas do mercado, e são alguns dos responsáveis por associar nomes e logotipos a valores como confiança, integridade, inovação, luxo. 'O objetivo de trabalhar a estratégia da marca é diferenciá-la e obter um melhor desempenho no mercado', diz Ana Couto, da Ana Couto Branding & Design, uma das maiores especialistas no assunto no país, que acaba de trabalhar na reformulação da marca Unibanco.

Para a sua vida e sua carreira, vale o mesmo. A maneira como você se relaciona com as pessoas, como trabalha, como arruma sua mesa ou como fala e se veste faz parte da sua marca. Mesmo que você nunca tenha pensado nisso de forma estratégica, é com base nesses itens que as pessoas vão lembrar e se referir a você. 'Quando você vê uma marca, cria uma imagem mental, sente alguma coisa. Quando alguém diz seu nome, no que as pessoas pensam?', questiona a americana Karen Post, especialista em personal branding, ou marca pessoal. Nos Estados Unidos, onde há especialistas para tudo, há gente que ajuda outros profissionais a fazer com que seu nome seja lembrado no mercado. Karen, conhecida como Branding Diva, é consultora na área de marcas empresariais e pessoais. 'Para qualquer profissional, uma identidade e uma posição diferente no mercado são a chave para o sucesso', diz Karen. Uma marca bem-feita vale dinheiro para as empresas, e prestígio e espaço para quem quer se destacar na carreira.

A principal definição de marca tem a ver com individualidade, com o que é único em você. No caso das empresas, é o que os especialistas chamam de uniqueness: as qualidades que mais se sobressaem, que refletem sua missão. 'A Microsoft, por exemplo, disse um dia que em toda mesa haveria um computador', diz Ana Couto. Com base nessa visão, ela construiu sua marca. Claro que, por um motivo ou por outro, essa era uma idéia autêntica. A regra número 1 do branding é não seguir modismos: ele tem de estar ligado a valores. Da mesma maneira, não adianta se esforçar para parecer algo que você não acredita. Por isso não confunda marca pessoal com marketing pessoal. Marca é a reunião de seus talentos e atributos -- bons e ruins. E marketing é como você vai mostrar ao mundo todas essas características. Claro que não adianta ter conhecimento de tudo o que você pode acrescentar a uma empresa se não fizer um pouco de 'propaganda' das suas virtudes. Uma marca que não anuncia será esquecida pelo mercado. Mas, sem valor e conteúdo, ela dificilmente consegue manter-se de pé.

Descubra qual é a sua marca

As grandes companhias têm especialistas para orientá-las a encontrar suas principais virtudes e a mostrá-las a quem interessa. Pessoas nem sempre têm a mesma orientação. Consultores de marca pessoal são um fenômeno recente, mas, bem antes dele, já havia gente deixando sua marca pelo mundo. Veja Richard Branson (leia mais no quadro As Marcas e Eles), o empresário do grupo Virgin, que reúne uma série de empresas, entre elas uma gravadora e uma companhia aérea. Ele pode até ter bons conselheiros, mas o fato é que sacudiu o mundo sisudo dos negócios ao usar cabelão e transparecer um estilo de vida aventureiro. Sem medo de errar, ele usou o que tinha de único para se sobressair no ambiente em que circula. Ulisses Tapajós Neto, o presidente da Masa, empresa do grupo Flextronics com sede em Manaus (AM), circula pela fábrica com um colete de fotógrafo, falando alto e brincando. E seu sucesso entre a equipe e na condução dos negócios é inegável. Os dois se sobressaem porque confiam em sua essência e se recusaram a entrar em uma fôrma que não lhes servia. Para ter uma marca forte como a dos dois presidentes, o mais importante é descobrir o que se tem de único -- ou suas melhores qualidades, as que fazem mais diferença, e usá-las da melhor maneira.

O primeiro passo desse caminho é investir em autoconhecimento. Descubra com o que você mais se identifica, o que quer alcançar. 'Isso ajuda a construir uma carreira que tenha a ver com sua essência', diz Ana Couto. Liste seus principais talentos e veja se faz ou tem algo que as pessoas em volta não têm (veja reportagem Escreva Sua Biografia). Não precisa ser nada diferente do que você é. 'Não se guie por qualidades consideradas importantes pelos outros ou pelo mercado. Nem todos querem ser líderes, por exemplo', diz a psicóloga Maria da Conceição Uvaldo, coordenadora dos cursos de especialização em orientação profissional da Universidade de São Paulo e do Instituto Sedes Sapientiae. 'Quando recebo clientes, faço uma lista do que eles acham que são suas principais qualidades e defeitos', diz Edson Giusti, da Giusti Comunicação, empresa que ajuda a melhorar a percepção que as pessoas passam ao público, um trabalho que já foi chamado de construção de imagem. 'Não quero mais usar esse termo porque parece que é algo construído. E não é: a imagem vem de qualidades autênticas, não dá para inventar, apenas trabalhar', explica.

Edson toca em ponto importante: percepção. 'Marca não é só o que você é. É o que as pessoas entendem de você', diz Antonio Roberto de Oliveira, diretor do MBA em branding da faculdade Rio Branco, em São Paulo, o primeiro curso de pós-graduação dedicado ao assunto. Que impressão você causa entre as pessoas da família, amigos e colegas? 'Não tem jeito: o que você tem de diferencial no trabalho geralmente tem de diferencial na vida também', diz Maria da Conceição. Por isso é bom ficar atento a todas as esferas de relacionamento. Quando os especialistas em branding avaliam uma marca, sabem que estão lidando com todas as sensações causadas no público. É a chamada 'experiência de marca'. Na hora de avaliar seu impacto sobre o público que o cerca pense em todos os níveis de contato: relacionamento, aparência, postura dentro e fora do trabalho. 'Uma boa maneira é prestar atenção em como você é apresentado às outras pessoas', diz Maria da Conceição. Se, freqüentemente, seus colegas se referem a você como um especialista em algum assunto, por exemplo, está aí uma pista das suas principais características -- ou somente daquelas que as pessoas estão percebendo.

Divulgue sua marca

Uma vez que você conseguiu identificar as qualidades que podem fazer diferença na sua carreira e nos relacionamentos pessoais, está na hora de usá-las a seu favor. No caso das empresas, uma vez definida a estratégia de marca, ela começa a ser usada no relacionamento da companhia com os consumidores, acionistas, comunidade. Imprime-se na propaganda formal, nas ações de responsabilidade social etc. Tome como exemplo o banco ABN Amro Real, que se envolveu em programas ligados à preservação ambiental (até seus talões de cheque são impressos em papel reciclado). De tanto insistir nessa visão, acabou sendo reconhecido como uma instituição que promove a sustentabilidade (veja reportagem Por Um Mundo Melhor). Se transportarmos o conceito para a esfera pessoal, é importante esforçar-se para imprimir sua marca -- desde que, de novo, ela esteja intimamente ligada aos seus princípios. 'Uma boa maneira é envolver-se em projetos que evidenciem suas qualidades', diz Vicky Bloch, presidente para a América Latina da DBM, consultoria especializada em gestão de carreira. Ela mesma virou uma marca no assunto em que é especialista. 'Me envolvi em algo que gosto, me relaciono com pessoas que têm a ver com isso. Assim garanto que, quando alguém pensar em carreira, pense no meu nome. Marca tem a ver com toda a sua história de vida', explica Vicky.

Se você não está conseguindo exercer suas melhores características no trabalho, reveja a percepção que as pessoas têm de você. 'A marca não pode estar nem além nem aquém dos seus reais atributos', diz Ana Couto. 'Nos dois casos, o dono sai prejudicado porque entrega mais do que promete. Ou menos.' Se for o caso, não se preocupe em falar sobre sua marca. O melhor é tentar divulgá-la por meio do trabalho e das suas ações. 'Ofereça-se para executar funções em que possa mostrá-la', diz Maria da Conceição. Por exemplo, faça um relatório sobre um assunto interessante para você e que possa render visibilidade dentro da empresa. Ou ajude algum colega em uma tarefa em que você é bom. Quem é bem relacionado tem mais possibilidades de divulgar esses talentos. De novo, o tal networking. 'O que você faz na hora do almoço? Você diz às pessoas o que quer no trabalho, na carreira? Tudo isso é importante para desenvolver e reforçar sua marca', diz Edson Giusti.

Quem faz toda essa lição de casa tem muito a ganhar. Produtos e empresas que investem nessa estratégia aumentam seu valor no mercado. A marca Coca-Cola, por exemplo, vale 67 bilhões de dólares. Isso corresponde a 64% do valor total da empresa. Ou seja, mesmo que a empresa perdesse todas as fábricas e ativos, ainda teria todo esse montante para negociar. 'Uma marca forte cria a confiança nas pessoas de que aquela empresa pode superar seus problemas, se um dia eles existirem', diz Ana Couto. Na carreira, uma marca forte pode significar um salário maior, sim. Mas também outras coisas que valem mais do que dinheiro. 'Ela pode se sobrepor a credenciais acadêmicas e experiência profissional. É a sua marca pessoal que o torna memorável, desejável e ainda vale dinheiro no banco', diz Karen Post.

Ele é expert em relacionamento

O carioca Marcos Nascimento (foto), de 38 anos, passou o carnaval de 2005 fazendo contatos profissionais. Dias antes, ele havia comunicado sua demissão do laboratório onde era diretor de recursos humanos enviando um e-mail ao seu grupo de conhecidos e ex-colegas. 'Em retorno, recebi dezenas de mensagens de gente que nunca imaginei que teria essa atenção', relembra Marcos. 'Em dois meses, visitei cerca de 90 pessoas: choveram convites para encontros e cafezinhos.' Esse foi o retorno da capacidade que Marcos tem para se relacionar e lidar com gente. Eduardo Silva, gerente de RH da Marilan, que já foi seu subordinado, endossa os e-mails. 'Marcos é absolutamente cuidadoso com as pessoas, respeita e se preocupa com o bem-estar, mesmo na hora de dar uma má notícia', diz Eduardo.

Tranqüilidade é a marca dele


Mesmo em momentos de extremo estresse, o paulista Fabio Celeguim, de 32 anos, diretor administrativo-financeiro da Totus, holding do grupo Microsiga, mantém a voz e a expressão tranqüilas. 'Na área financeira é essencial transmitir segurança', diz. Não é à toa que, no programa de job rotation da companhia, ele foi escolhido seguidamente para cargos em que essa qualidade é importante. Antes dessa posição, Fabio era responsável por negociações internacionais. 'Minha expressão não dizia o que estava pensando, o que ajuda muito na hora de negociar', diz. A essa característica, Fabio uniu outras. 'Sei que sou visto como um profissional ético e realizador junto com essa minha serenidade', acrescenta. 'Ele tem uma postura calma e elegante frente aos colegas e executa o que promete', diz José Rogério Luiz, vice-presidente da companhia.

'Atitude é tudo'

O presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, de 48 anos, conta que a capacidade de lidar com pessoas, o que julga sua marca pessoal, sempre teve peso na sua carreira. Em seu emprego anterior, na Rhodia, essa característica foi essencial quando saltou da diretoria para a presidência. 'Chega um momento em que todos são tão inteligentes quanto você, têm tanta experiência quanto você e estudaram tanto quanto você. Nessa hora, comportamento faz toda a diferença', diz.

O que pesou realmente nas horas decisivas de sua carreira?

Acho que, quando chegamos a um certo nível, atitudes são realmente o que pesam.

E o que pesou para você?

Sempre fui capaz, e me esforcei para isso, de lidar com pessoas de todos os níveis na empresa. Acho que, conforme fui subindo, esse foi o desempate.

Você fez isso porque sabia que era algo importante para a empresa?

Também, mas é algo que faço com prazer e naturalidade. É muito genuíno em mim.

Você sempre usou essa característica a seu favor?

No início da carreira, fui trabalhar em um laboratório. Eu gostava, mas era solitário. Eu gosto de lidar com gente.

Branding para sua carreira

Use a seu favor as estratégias dos construtores de marcas:

Estabeleça sua identidade - O que é a tradução de sua essência, o que é marcante em sua personalidade? Você gosta de tecnologia, de lidar com pessoas? Quais são os seus valores?

Defina sua posição no mercado - O que seu trabalho representa para o mercado, em que área atua e quer atuar, com o que se identifica.

Escreva sua missão e visão - Onde você quer chegar. E o que vai fazer no dia-a-dia para alcançar esse objetivo.

Articule sua promessa - Ela é o que você pode dar às pessoas. Um resumo de todos os seus talentos, atributos, competências e sua atitude frente à vida e ao trabalho. Aqui é essencial descobrir como as pessoas vêem você.

Divulgue sua marca -
Envolva-se em projetos e comunidades em que suas qualidades possam ser bem aproveitadas e difundidas.

As marcas e eles

Esses empresários transportaram sua marca pessoal para as grifes que criaram e, hoje, se confundem com elas:

O inglês Richard Branson, dono do grupo Virgin, já tentou dar a volta ao mundo em um balão e seu escritório é mobiliado com uma rede. Sua irreverente marca pessoal aparece em suas empresas, que já teve um avião inteiro pintado de vermelho.

O gaúcho Oskar Mitsavah baseou-se em seu próprio estilo -- aventureiro, esportivo e socialmente engajado -- para criar a grife Osklen. Mais que roupas, a marca criou a e-Brigade, uma comunidade virtual de defesa ambiental.

Steve Jobs, o criativo fundador da Apple, foi o responsável pela guinada da marca, hoje uma fábrica de objetos do desejo como iPod e seus filhotes. Sua personalidade é reverenciada pelos applemaníacos quase tanto quantos os produtos que ajudou a criar.



 
Referência: curriculum.com.br
Autor: Fabiana Correa - Você S.A
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :