Carreira / Emprego - A vantagem no futuro será a capacidade de aprender
"A única vantagem competitiva das empresas do futuro será a capacidade de
seus gerentes aprenderem com mais rapidez do que os concorrentes", Arie de Geus,
ex-diretor de planejamento da Royal Dutch/Shell. Começo com essa citação porque
está relacionada à mensagem que quero passar e continuo com um exemplo que me
deparo constantemente. O diretor de marketing de uma empresa pede para nos
encontrarmos. Pergunto como posso ajudar e ele responde: "O grupo de pessoas da
minha equipe é o melhor do mercado."
Individualmente são brilhantes, mas como grupo tem um desempenho medíocre. Temos
metas bastante agressivas e se não melhorarem isso rapidamente, a situação
ficará realmente difícil para todos."
Na minha carreira como consultor e coach organizacional tenho escutado inúmeras
vezes declarações assim. Prestem atenção em como o impasse é apresentado por
quem lidera a equipe. Mentalmente ele não se vê como parte e já diz o ditado, "o
sucesso tem muitos pais, mas o fracasso é órfão". Esta forma de pensar é um dos
principais inimigos da liderança e do trabalho em equipe. Desativar é o melhor
jeito para evitarmos entender como o problema foi gerado e nos colocarmos
propositalmente como parte dele.
O culpado é aquele que é responsável pela geração do problema. O protagonista se
coloca como responsável frente ao problema, mesmo sem ter sido o gerador. Quando
elegemos ser parte da dificuldade, conseguimos mais poder para sermos parte da
solução. Deixamos de nos posicionar como "inocentes" e como conseqüência
ganhamos "poder" para resolver. Vejamos como poderia apresentar a mesma questão,
mas sob outro ponto de vista: "O grupo de pessoas na minha equipe é o melhor no
mercado. Individualmente são brilhantes, mas como equipe temos um desempenho
medíocre. Entendo que eu, como líder, devo estar contribuindo para que isso
aconteça. Ainda não sei como contribuo para o desempenho ruim, mas acho que
deveria mudar algo em mim para fazer o time progredir."
Reparem que a idéia não é que o chefe assuma total responsabilidade, já que isto
seria a outra face da mesma moeda, igualmente ineficaz. Todo grupo está
co-criando os resultados e cada um deverá conseguir ver a si mesmo como parte
para aumentar as chances de sucesso.
A primeira coisa que a maioria das pessoas pergunta frente a um erro é "quem
foi?". Tentamos nos proteger, explicando que a culpa não foi nossa (talvez, até
culpando outros). Não há aprendizado e o grupo cai no círculo vicioso de
enganos. Para criar um círculo virtuoso, as equipes e aqueles que têm a
responsabilidade de gerenciá-las, devem se convencer de que as faltas são
tesouros e que o ato de falar livremente de como errou, é um imenso valor para
todos. Isto permite à equipe entender o processo que gerou os enganos, mudá-lo
no futuro e melhorar o desempenho coletivo.
Para motivar a mudança tenho algumas sugestões: lembre que tanto você quanto os
outros estão agindo racionalmente com o interesse principal de se proteger e
cuidar da fonte de dinheiro; apresente o obstáculo a toda equipe; reconheça-se
como aquele que também se protege e procura culpados; proponha a mudança,
exponha seus benefícios frente à próxima dificuldade, evite procurar culpados e
use-a como uma oportunidade de aprendizagem coletiva.
Referência:
anefac.com.br
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