Vendas - Sucesso em vendas e no atendimento ao cliente
No mundo corporativo e dinâmico em que vivemos, não faltam compras e vendas,
comerciais, publicidade e propaganda. São milhões comprando e milhões vendendo.
Há concorrência entre os que vendem os mesmos produtos e serviços, bem como há
consumidores e clientes selecionando aqueles que oferecerão estes produtos.
Neste panorama é possível identificar uma diferença gritante entre os que
vendem. Podem vender as mesmas coisas, oferecerem os mesmos serviços, mas alguns
tem muito sucesso e outros fracassam. Qual é a diferença?
Certo dia, ao entrar em shopping decidido a comprar um sapato, comecei, como
todos os consumidores de shopping, a passear pelas lojas e observar a
diversidade daquilo que eu procurava, naquele momento um sapato.
São muitas lojas e muitos sapatos, muitos preços e muitas alternativas. Algo
seria decisivo para minha escolha. Até então, eu nem pensava nisto, só queria
encontrar o meu sapato.
Ao ser abordado por vendedores, passei a perceber como cada loja tinha
características próprias e diferentes das outras. Seus vendedores, estes são o
cartão de visita da loja e a peça chave para consumar as vendas. Cheguei a esta
conclusão, quando verifiquei a educação, simpatia e entusiasmo de uns vendedores
e a falta dessas qualidades em outros. Aproximei-me de uma loja que continha
sapatos interessantes e bonitos, do jeito que eu desejava. Ao olhar para os
sapatos e estar quase decido a comprar um daqueles, aproximou-se de mim, uma
vendedora, atípica. Sem entusiasmo, sem força de vontade, seu comportamento me
dizia: “você não vai comprar”, pelo menos era o que para mim estava evidente. Eu
passei a notar o comportamento da vendedora ao invés do sapato. Ela tinha uma
expressão desinteressada e que fazia parecer estar ali, fisicamente, mas ao
mesmo tempo em outro lugar. Olhava com semblante de preguiça e desânimo.
Derrepente enquanto eu olhava para a vitrine ela distraidamente olhou para o
relógio e para os sapatos. Eu não me contive e fiz um comentário brando: “Não vê
a hora de ir embora não é?”. Ela respondeu: “É, hoje não vendi nada, meu horário
está encerrando e eu não vejo a hora de ir para casa”. Nem precisa dizer se
comprei meu sapato naquela loja. O resultado das vendas de todos os comércios
estão intrinsecamente ligados aos seus vendedores e representantes.
É interessante, como o vendedor ou representante de um dado serviço consegue
influenciar positiva ou negativamente um cliente. Sabemos que o corpo fala, os
olhos falam, o semblante fala, tudo em nós transmite mensagens. Não precisa de
aprofundar-se em técnicas de PNL ou linguagem corporal para perceber isto. É
curioso como algumas pessoas em pontos estratégicos de vendas não percebem isto.
Alguns assumem posição de gerência ou supervisão, sem qualquer instinto básico
de vendas e sem perfil de atendimento ao cliente. Não fica claro, qual o
critério de promoção ou contratação de algumas empresas, mas com certeza, não é
o sucesso e volume de vendas.
Algo me foi marcante sobre o assunto de vendas e atendimento ao cliente. Fiz
cursos, participei de palestras e li muitos livros, inclusive do espetacular
americano Dale Carnegie. No entanto, não foi este o impulso inicial para
conquistar sucesso em vendas. Estes cursos foram realizados depois que decidi
agregar novos saberes e técnicas para mesclar vocação e técnica.
Trabalhei em uma rede de postos de combustíveis, e fui responsabilizado por
vender e divulgar os produtos adicionais que ali havia. Foram três anos de
experiência e observação sobre comportamento de clientes e consumidores. Eu
passara a observar os que compravam, porquê compravam e como eram induzidos a
comprar. Eu fazia testes diários de técnicas de vendas. Treinava o
convencimento, a argumentação e persuasão.
Uma das principais coisas que aprendi foi conhecer o produto que eu estava
oferecendo. Lembro que na universidade uma professora colocara no data-show
fotos de pessoas consideradas muito feias e realmente eram bem feias do ponto de
vista do padrão que a sociedade estipula. Sem juízo de valor sobre beleza, o
caso era que devíamos argumentar e convencer que aquelas pessoas não eram feias,
pelo contrário eram muito bonitas, tínhamos que desenvolver a argumentação. É
justamente isto que é necessário para vender um produto: argumentação.
Não se pode argumentar, se não conhecemos o produto. Devemos listar as
qualidades, vantagens e benefícios que o comprador terá em adquirir o que
oferecemos. No caso da rede de combustíveis , eu tinha o desafio de vender
aditivos para automóveis que serviam para “limpar” o sistema de combustão dos
veículos, como a injeção eletrônica e os carburadores.
Eu perguntava para mim mesmo porque eu deveria comprar o produto se fosse
oferecido a mim. Então, enumerava respostas apoiada em argumentações. Para minha
surpresa, com o tempo eu vendia mais produtos que todos os funcionários do turno
e enquanto estive ali, nunca alguém ficou em primeiro lugar em vendas, a não ser
eu mesmo. Foi uma experiência enriquecedora e gosto muito de contar. Entendo que
isto estimula as pessoas e as fazem refletir sobre a importância da soma de
paixão e técnica em vendas.
Um outro conhecimento que agreguei também foi à importância do bom atendimento.
Na maioria dos ramos do comércio existe uma saturação e excesso de concorrência.
Quando um cliente precisa de um produto ele tem diversas opções para adquiri-lo.
Diante de uma amplidão de oportunidades e concorrência, será mais bem sucedido o
que se fizer diferenciar na qualidade do atendimento.
Foi como ouvi de um dos clientes da rede de postos que trabalhei: “Postos de
gasolina nós temos a cada esquina, passamos por centenas ao dia, mas venho aqui,
por causa do atendimento”. Cada cliente que chegava eu procurava atender com um
toque de pessoalidade. Eu sentia que o atendimento tendia a ficar mecânico,
monótono e sem vínculo. Então, eu procurava marcar cada atendimento com uma ação
diferenciada ou carisma que vinculasse a imagem da empresa a preferência do
consumidor.
Ao passar dos dias vi se concretizar tudo que mentalizei. Eu tinha prazer em
conquistar clientes e fidelizá-los para empresa. Mas era mais que isso. Era uma
marca pessoal, um desafio um desenvolvimento de uma experiência empírica. Fiquei
lisonjeado quando muitos clientes passaram a não mais parecem clientes, tal era
a magnitude que fora criada. Para se ter uma idéia, fiquei surpreso de quando no
dia do meu casamento vi muitos daqueles que deixaram seus compromissos e
compareceram na recepção nupcial com presentes e com alegria familiar.
Fico até hoje pensando em como o ser humano gosta de ser bem tratado, se sente
bem em se sentir valorizado e retribui isto mostrando vínculos duradouros.
Alguns anos depois encontrei o ex-gerente daquela empresa. Ele me dissera algo
que confesso até hoje ficar pensativo; afirmou que após o meu pedido de
desligamento para uma outra oportunidade no ramo de atendimento em call-center,
muitos clientes passaram a perguntar de mim e a dizer que só iam ali por causa
do meu atendimento.
Se ele não fosse um gerente sério e muito reservado e falasse com tanta
sinceridade eu teria dificuldade em acreditar, pois eu mesmo desconhecia tamanha
força do vínculo que o atendimento qualificado consegue criar.
Embora eu mesmo seja cliente fiel de alguns lugares exclusivamente por causa do
atendimento. Esta experiência foi marcante e decisiva para minha carreira e hoje
sei que não só o comércio necessita de conquistar o cliente, mas também isto é
raro e importante no ramo da advocacia.
Para conquistar sucesso e prosperidade o advogado também precisa de seu
marketing pessoal. Às vezes passo em frente a empresa que me ensinou muito,
aceno ao ex-patrão que responde com entusiasmo. Ele disse que me usa como
exemplo pessoal e quando está em palestras ou reuniões faz questão de mencionar
seu ex-funcionário que se destacou dentre os demais. Faço questão de contar e
compartilhar estas experiências, pois muitos já foram estimulados e depois
agradeceram em receber tal motivação.
Atualmente observo muito o atendimento de taxistas que trabalham na região da
paulista. Vejo como alguns são requisitados e prósperos e outros não. Alguns
reclamam que estão com poucas "corridas" e outros falam entusiasmados que vão
muito bem. Acontece a mesma diferença de atendimento e qualidade nos serviços
entre eles.
Alguns taxistas ao entrarmos no carro, nem dizem ao menos bom dia. Por incrível
que pareça estão com semblantes carrancudos e nos deixam constrangidos
instantaneamente. Tornam a viagem chata, cansativa e extremamente desagradável.
Outros, ao entrarmos, somo recepcionados com um cumprimento pessoal, não
mecânico, mas entusiasmado, fazendo-nos sentirmos bem vindos e objetos de
atenção. Um dia, em uma conversa discontraída um taxista comentou que estava com
muitos compromissos com clientes e que não estava conseguindo atender a demanda
de ligações em seu celular para atender seus clientes. Já estava então formando
uma equipe para atender e todos com atendimento personalizado.
Se ficarmos, por exemplo, na Avenida Paulista e tentarmos contar quantos táxis
passam ali por minuto não conseguimos. Isto torna interessante o fato de que
alguns taxistas são chamados por celular para antender solicitações por clientes
que deixam de usar os táxis que estão passando a sua frente a cada segundo para
usar exclusivamente aquele taxista. Observando e conversando com esses
profissionais, alguns louvavelmente muito bem sucedidos, passamos a compreender,
vivenciadamente, a importância do bom atendimento e do relacionamento empático
entre clientes e prestadores de serviços.
Não basta o empregador preocupar-se apenas com a qualificação de seus
funcionários. Não basta apenas os representantes serem apresentáveis terem boa
postura e boa linguagem. Também não basta e educação e etiqueta.
Todas essas qualidades são essenciais e indispensávies, mas a empatia e a
amizade no atendimento, nunca serão superadas no sucesso em fidelizar clientes.
Referência:
artigonal.com
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