Em meio à crise financeira, o vaivém de executivos se intensifica. Muitos são
demitidos e outros tantos são contratados. Fica a pergunta: quem é o executivo
ideal para driblar a turbulência econômica?
O CEO (sigla em inglês para diretor executivo) da CT Partners, Eduardo
Antunovic, respondeu a pergunta. Ele lembra que o momento é propício para as
empresas contratarem e, consequentemente, para os executivos encontrarem novas
oportunidades.
"Muitas empresas que passam por dificuldade financeira estão deixando ir embora
profissionais com conhecimento e experiência ímpares. Talentos que, geralmente,
são difíceis de encontrar", explica ele. "Esses executivos não estavam
disponíveis há um ano, quando o Brasil protagonizou uma onda de IPOs (Initial
public offering).
Características
Para Antunovic, neste momento de escassez de recursos, as empresas estão
precisando mais do que nunca de alguém muito polido na execução do trabalho, na
implementação dos projetos. Detalhista, mas não perfeccionista, caso contrário
nada sai do papel.
Em outras palavras, o executivo precisa saber gerenciar os recursos, tendo em
vista que o dinheiro está mais escasso. "A capacidade financeira é muito
importante. Esse executivo precisa ter excelente consciência da forma como o
caixa é gerido, otimizando a utilização de recursos e controlando os fluxos
financeiros", diz ele, ao lembrar que o problema é que os bancos não estão
emprestando e as organizações precisam aprender a sobreviver com recursos
próprios.
Executivo visionário
Outra característica necessária: o executivo precisa ter visão de curto, médio e
longo prazo. Ele deve ser capaz de identificar oportunidades que os outros não
enxergam facilmente, para que, quando a crise acabar, a empresa esteja melhor
posicionada que os concorrentes, já que as oportunidades irão amadurecer ao
longo do tempo.
"Mas não adiante só enxergar oportunidades no longo prazo, pois a empresa
precisa sobreviver no curto prazo, antes de mais nada", acrescenta.
Por fim, o executivo certo para enfrentar a crise deve ter capacidade de manter
os talentos estratégicos para a empresa e até de atrair novos talentos. "A crise
é o momento certo para investir em pessoas, caso a empresa disponha de recursos.
É importante, acima de tudo, não perder os profissionais especializados em um
momento difícil como o atual", completa Antunovic.